Recentemente foi lançado o livro “A Segunda Simplicidade: bem-estar e produtividade na Era da Sabedoria”, de Luciano Alves Meira, Diretor de Metodologia e Novos Negócios do IPOG e co-fundador da Empresa Caminhos Vida Integral.
A intenção primária do autor é provocar reflexões sobre o imenso desperdício de potenciais humanos que se vê em toda parte, reforçado pela inadequação dos sistemas sociais instrumentalizantes que, ao que parece, aceitamos como inevitáveis. Esse desperdício limita a produtividade das organizações e principalmente o bem-estar psicológico e espiritual das pessoas. Quer ele demonstrar que como parte do percurso evolutivo da espécie, em resposta às complexas circunstâncias que nos desafiam agora, precisamos fazer aflorar as grandezas implícitas que permanecem em nós no plano das potencialidades não realizadas.
Antes de aprendermos sobre a Segunda Simplicidade, inspire fundo, expire e lembre-se de quando era uma criança. Quais eram os seus planos e quem queria ser quando crescesse? Agora mentalize a sua vida hoje, trabalho e família. Você possui atualmente uma vida plena de amor e liberdade?
A pergunta pode parecer boba, mas muitos costumam afirmar que ainda estão percorrendo o caminho rumo a esses dois fatores.
Há quem diga que felicidade e liberdade são apenas dois substantivos abstratos, mas sem eles a vida perde a graça, cor e sentido. Acontece que no mercado capitalista e pós-moderno o ser humano é acondicionado a viver uma rotina dura de trabalho e, por isso, a nossa felicidade e bem-estar acabam sendo deixados para um segundo plano ou para mais tarde.
Estamos tão preocupados com as metas para cumprir no trabalho, nos planos cobrados pela sociedade que esquecemos do nosso bem-estar psicológico e espiritual. Quando lembramos de tudo isso, pensamos: “Quem me dera ter uma vida simples, quem me dera desacelerar”.
Esta tarefa não é tão simples como parece ser, pois em meio ao turbilhão de coisas que acontecem no cotidiano, nós confundimos as coisas essenciais e elas acabam sendo substituídas por sombras e aparências.
Muitas vezes, nos apegamos a essas sombras como se fossem coisas reais e em muitos casos esquecemos de trilhar uma jornada rumo ao nosso autoconhecimento e autodesenvolvimento.
Primeira Simplicidade
Infelizmente não há caminho de volta para a primeira simplicidade, aquela que está na zona da ignorância e da inocência. Mas a partir de caminhos traçados pela Ciência, Filosofia e a Arte é possível chegar à Segunda Simplicidade, que existe adiante de nós, feita de sabedoria e de transcendência.
Não há nenhum bem mais valioso que a vida humana e as pessoas. Comunidades, organizações, empresas e famílias devem favorecer o florescimento e o desenvolvimento das potencialidades de cada um de nós.
Para alcançar a segunda simplicidade é necessário reconhecer quem você é, resolver as inquietudes, perdoar a si mesmo e transcendendo-se, ampliando a consciência até o infinito.
Produtividade e a relação com o trabalho
Já parou para pensar em quanto tempo, dinheiro e energias as empresas gastam com treinamentos que muitas vezes se tornam ineficazes porque nos sentimos consciente ou inconscientemente usados ? Como reverter isso?
É possível fazer com que tudo isso tenha um resultado efetivo na prática. Para isso, a produtividade e a nossa relação com o trabalho devem ser repensados. Devemos sair do foco, do objetivo “fazer melhor” para o subjetivo “ser melhor”. É necessário nos atentarmos que não somos máquinas utilizáveis que cumprimos determinados papéis, e sim caminharmos na direção de tornarmos plenos.
Ao contrário do que a maioria prega no mercado, não devemos balancear de forma igualitária os diferentes papéis sociais. A nossa concepção precisa ser “desequilibrada” e privilegiar a noção de propósito de vida. O ponto central da nossa existência deve ser um compromisso com as nossas forças e talentos.
Já os papéis sociais como profissional, hobbies, família, amigos entre outros, devem se acomodar naturalmente em torno de nós, gerando vida em nosso cotidiano. Estes fatores precisam ser absorvidos.
“Precisamos, sim, alterar completamente nossa noção do que significa produzir para levar a vida humana a um novo patamar de qualidade, reduzindo-se radicalmente as tendências ao conflito, à rivalidade e à autodestruição, dando início a uma era de nossa própria criação, a era da segunda simplicidade. O potencial para fazê-lo está em nós”, explica o autor do livro, Luciano Meira.
A nova produtividade emocional será revolucionária quando:
“Formar gênios amorosos e espiritualizados que consigam ressignificar a existência pessoal e coletiva, estabelecendo a cultura da segunda simplicidade”, explica o autor do livro.