Criptomoedas: conheça os benefícios e desafios dessa tecnologia comercial

Beijing, China - December 29, 2017: Two months after the closure of Chinese exchanges, Bitcoin price broke $11000 in December 2, 2017, and some new forks of Bitcoin were launched: Bitcoin Cash (BCH), Btcoin Gold (BTG), Bitcoin Diamond (BCD). Photos of cryptocyrrencies Bitcoin, Litecoin, Ethereum, dogecoin with trditional money, new currency system, full depth of focus

Criptomoeda é um dos tipos de moeda digital. Ela é criada por meio do cálculo de um algoritmo criptográfico e esse é o seu lastro. Da mesma forma que moedas como o Real (R$) possuem características físicas e numerações para evitar falsificações, as criptomoedas contam com mecanismos auditáveis de segurança e integridade, o que têm aumentado confiança dos adeptos das criptomoedas ao longo dos últimos anos.

Esta é uma tecnologia ainda recente, mas com grande perspectiva de crescimento e cada vez mais aceitação. Muitas empresas já são adeptas desse sistema de pagamento. Alguns países também já legalizaram o uso de criptomoedas. Alguns reconhecem como moeda e outros como commodity. De acordo com o site Crypto-Currency Market Capitalizations — banco de registro de criptomoedas — existem mais de 1300 criptomoedas em todo o mundo. Contudo, este número é bastante volátil, pois a cada dia novas moedas são criadas e outras são extintas.

Principais características das Criptomoedas:

As criptomoedas são criadas por meio de um processo chamado mineração. A mineração exige um grande esforço computacional, pois novas unidades de moeda são criadas através da solução de complexos algoritmos de criptografia.

Basicamente, o computador deverá realizar milhões de cálculos até que se chegue a uma solução válida. Os custos com equipamentos, energia e manutenção costumam ser altos.

Por este motivo, para cada criptomoeda criada, para cada bloco calculado e para cada transação validada os mineiros ganham recompensas. Não há valor fixo. O percentual de ganho varia, respectivamente, de acordo com o grau de complexidade da solução encontrada e do valor da transferência validada.

As criptomoedas não são fiscalizadas nem controladas por nenhum governo, país ou instituição financeira. Elas são baseadas em uma rede ponto-a-ponto, onde cada usuário pode ser um nó mantenedor da rede, basta que tenha equipamento computacional compatível com os requisitos de mineração.

Além disso, não há valores mínimos e máximos, limites geográficos e não são cobradas altas tarifas de transação. O valor cobrado é apenas uma recompensa sem percentual fixo para o mineiro que validou a transação. Tal validação é feita com o objetivo de impedir fraudes. Quanto menor o valor da transação maior é a taxa cobrada. Isso é feito a fim de evitar que pequenas transações em massa sejam realizadas objetivando sobrecarregar a rede.

Assim, ao comparar transferências em criptomoedas com os serviços prestados por instituições financeiras, as criptomoedas ganham no quesito celeridade e baixo custo de tarifas.

Como adquirir Criptomoedas?

Para realizar transações com criptomoedas o usuário precisa ter uma carteira. Em uma analogia com um banco convencional, a carteira da criptomoeda é bastante similar a uma conta bancária. A grande diferença é que não é necessário fornecer nenhum dado pessoal e nem esperar por aprovação ou liberação.

A criação de uma carteira é instantânea e a maior premissa de segurança é a definição de uma senha segura que não seja conhecida por terceiros nem esquecida pelo proprietário da carteira. Por não ser necessário o fornecimento de dados pessoais, a recuperação de uma carteira é impossível caso o usuário não possua sua senha. Existem também vários outros mecanismos de segurança em nível lógico e físico para as carteiras, como o uso de carteiras físicas em dispositivos de hardware.

Após criar a carteira o usuário já pode comprar as criptomoedas. As trocas podem ser feitas em casas de câmbio ou entre usuários utilizando dinheiro, produtos ou serviços.

Cada criptomoeda possui um livro de registro que mostra todas as informações referentes à criação de novas unidades de valor e até mesmo a origem e destino das transações. É importante ressaltar que os endereços de origem e destino exibidos são as chaves criptográficas públicas de cada carteira.

Ou seja, não há nenhuma informação que identifique o detentor de uma carteira no endereço público. A menos que este endereço seja amplamente divulgado com vinculação a alguma pessoa ou instituição. O sigilo nas transações é um os maiores atrativos para os usuários desse tipo de moeda. Portanto, é fundamental acompanhar o desenvolvimento do negócio pois, como é um comércio volátil, o valor de cada criptomoeda é definido considerando a oferta disponibilizada e a procura.

Listamos aqui algumas das Criptomoedas mais populares em todo o mundo. Veja:

Bitcoin

Maior valor já registrado: $ 18.737,60*

A Bitcoin foi lançada em 2009 e atualmente é a criptomoeda mais valiosa do planeta. Ela ganhou grande destaque mundial após o ataque cibernético de ransonware ocorrido em maio de 2017 nomeado como WannaCry. A criptomoeda foi utilizada como pedido de resgate por criminosos para as informações sequestradas nos computadores infectados.

A Bitcoin é aceita por grandes empresas no Brasil e no mundo, como a Dell, Facebook e Microsoft. Nos Estados Unidos e Reino Unido a negociação de Bitcoins em casas de câmbio é permitida legalmente. Os especialistas consideram a Bitcoin como o ouro das moedas digitais.

Em 2014, um texto sobre a regularização do Bitcoin foi discutido no Senado Federal para a moeda ser considerada como arranjo de pagamento no Brasil. Entretanto, a lei de número 12.865 sobre normas de arranjos de pagamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) impõe a necessidade de uma pessoa jurídica para os arranjos de pagamento. E isso dificulta a efetivação do Bitcoin no Brasil. Por outro lado, a Receita Federal Brasileira considera criptomoedas como ativos. Assim, orienta que quem possuir deve ser declarar no Imposto de Renda como bem.

No ano de 2017, considerando o período de janeiro a dezembro, a Bitcoin teve uma valorização que passou dos 1800%. Até então, o maior valor registrado foi de $ 20.089,00 (aproximadamente R$ 65.891,92) no dia 17 de dezembro de 2017. Como parâmetro de comparação, no dia 1 de janeiro de 2017 uma unidade de Bitcoin valia $ 972,95 (aproximadamente R$ 3.191,27 considerando a cotação atual do dólar).

Ethereum

Maior valor já registrado: $ 1.350,62*

A Ethereum é a segunda moeda com mais valor no mercado. Possui a aplicação chamada de “contratos inteligentes”. Estes contratos viabilizam a programação automática de transações entre usuários da rede quando eles atendem juntos às premissas definidas.

Litecoin

Maior valor já registrado: $ 366,15*

A Litecoin surgiu em 2011 e foi criada pelo engenheiro de software Charles Lee com base no código original da Bitcoin. O algoritmo é menos carregado e consegue processar uma transação com 2,5 minutos. Essas características proporcionam confiabilidade e facilidade nas transações comerciais.

 

Dogecoin

Maior valor já registrado: $ 0.017359*

Lançada em 2013, está entre as 10 criptomoedas mais populares do mundo. O maior motivo da sua fama é a proposta humorística. Seu criador, Billy Markus, apostou na imagem de memes da internet do meigo e raro cão japonês da raça Shiba Inu para conquistar a atenção dos usuários. Ademais, seu valor baixo de mercado em relação às outras moedas faz com que a mineração possa ser realizada em computadores mais simples, tornando o processo mais acessível e democrático.

*Valores em dólar americano publicados no site CryptoCurrency Market Capitalizations. Os valores máximos consideram todas as cotações já registradas das criptomoedas citadas até o dia 10 de janeiro de 2018.

Rastreamento de Criptomoedas

As criptomoedas também estão sendo utilizadas para a prática de crimes virtuais, como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e, principalmente, financiamento de atividades e compra de produtos ilegais.

Como a criação da carteira isenta a necessidade de identificação pessoal, a rastreabilidade é mais complexa ou até impossível em alguns casos. Já existem, inclusive, empresas especializadas em lavagem de criptomoedas.

O esquema funciona da seguinte maneira: o criminoso transfere o montante que deseja lavar para a empresa de lavagem; a empresa desconta a taxa cobrada pelo serviço e transfere o dinheiro dividido em diversos valores originados de várias carteiras diferentes com destinos também variados.

A fim de resolver esse tipo de crime, profissionais da Computação Forense se especializam para acompanhar a evolução tecnológica implementando recursos e ferramentas tecnológicas para, entre outras coisas, rastrear transações com moedas criptografadas.

 

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Caroline Silvéria: Consultora em Tecnologia da Informação e Comunicação no Ministério da Educação, Especialista em Criptomoedas, estudante de pós-graduação para especialização em Computação Forense e Perícia Digital no IPOG, Especialista em Segurança da Informação e Perícias em Crimes Cibernéticos pela UPIS e graduada pela Universidade Católica de Brasília em Redes de Computadores.