IPOG Cast – Ep. 13 – Perspectivas atuais das carreiras jurídicas

O Direito, como pilar da sociedade, está em constante evolução, moldado pelas mudanças tecnológicas e pela globalização. No Brasil, esse cenário se traduz em um panorama de desafios e oportunidades para os profissionais da área. A carreira jurídica, antes vista como um caminho seguro e estável, agora exige adaptação e inovação para prosperar em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

Mas você já imaginou quantas portas a carreira jurídica podem abrir para além da advocacia? O episódio 13 do IPOG Cast recebeu convidados de renome para explorar as ‘Perspectivas atuais das carreiras jurídicas‘. Na visão apresentada por todos os envolvidos, a capacitação profissional, aliada a qualificação do ensino e ao dinamismo por parte do profissional do direito, serão diferenciais para se destacar em um mercado altamente competitivo.

Em um bate papo enriquecedor, nosso CEO – Ronan Maia, conversou com Rafael Lara Martins, presidente da OAB/GO, Patrícia Carrijo, juíza de Direito e presidente da ASMEGO e Rodrigo Dias, coordenador no IPOG e juiz do trabalho, os quais contaram suas trajetórias profissionais e deram conselhos incríveis para estudantes, profissionais da área de direito e para quem está considerando carreira no campo jurídico.



Desafios na profissão jurídica

O cenário em que o direito se mostra atualmente, é de modernização e, entre os riscos da modernização, está o receio de algumas frentes, de que com o passar do tempo, os profissionais sejam substituídos por IA’s, em função de seu dinamismo e geração de economia.

Além do contexto apontado, a juíza Patrícia Carrijo, destaca que a alta concorrência é um dos fatores que fazem com que haja desestimulo ao interesse por carreiras jurídicas. Com mais de 1,8 milhão de advogados no país, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a disputa por espaço no mercado é acirrada. A saturação exige que os profissionais se destaquem cada dia mais, seja por meio de especialização em nichos específicos ou pelo desenvolvimento de habilidades interpessoais e de comunicação.

O encontro abordou também a dificuldade de encontrar candidatos qualificados para posições específicas no mercado jurídico, como por exemplo em cargos públicos. Com tantas faculdades de Direito disponíveis, muitos estudantes acabam optando por instituições de menor qualidade devido aos custos, o que impacta negativamente sua formação. Esse contexto cria um ciclo onde os escritórios e instituições jurídicas precisam lidar com profissionais que não estão devidamente preparados, exigindo uma educação contínua para suprir essas lacunas.

“Eu vejo essa dificuldade, tanto que temos nos concursos vagas sobrando e não tem pessoas adequadas para ocupá-las, porque realmente existe um problema sério na formação, na base. E para mim, começa bem antes da faculdade”, afirmou Patrícia Carrijo ao frisar os desafios e dificuldades que os profissionais recém-formados enfrentam no mercado em decorrência de um ensino básico deficitário.

Além disso, a revolução tecnológica impõe a necessidade de adaptação constante. A digitalização dos processos judiciais, como destacado pelo presidente da OAB, Rafael Lara, durante o encontro, está transformando a rotina dos advogados. O domínio de ferramentas digitais e a familiaridade com plataformas tecnológicas atuais são essenciais para acompanhar essa mudança e oferecer serviços eficientes aos clientes.

Habilidades essenciais para um profissional do Direito

Durante a conversa com os convidados, ficou evidente que o profissional atuante nesta área deve contar com habilidades específicas para permanecer e se destacar nesse mercado, as quais envolvem:

  • Conhecimento jurídico: Domínio dos princípios, normas e procedimentos legais, aliado ao acompanhamento das mudanças na legislação e jurisprudência.
  • Habilidades de comunicação: Consiste em saber expressar ideias de forma persuasiva e compreensível aliando-as à capacidade de defender posições e buscar soluções consensuais e exercitando a escuta ativa, o que permite compreender as necessidades e expectativas dos clientes e outras partes envolvidas;
  • Capacidade escrita: Elaborar textos jurídicos com a terminologia adequada, fundada em argumentos lógicos e coerentes;
  • Resiliência: Gerenciar o estresse e cumprir obrigações dentro dos prazos estabelecidos, mantendo a motivação, executando soluções criativas e analisando falhas para aprimorar habilidades;
  • Adaptabilidade: Ajustar-se a novas situações e demandas do mercado, aprender e utilizar ferramentas digitais que otimizem o trabalho e buscar aprimoramento profissional constante.

Foi destacado também que, além da educação técnica, habilidades interpessoais são fundamentais para quem busca se destacar na carreira jurídica. A construção de redes de relacionamento desde o período acadêmico pode ser determinante para abrir portas em áreas de maior destaque. “É desde a faculdade que você começa a fazer os relacionamentos profissionais que vão ser úteis no futuro”, ressaltou Rafael Lara Martins durante o encontro.

“Se o aluno se dedicar desde o primeiro período, despreocupado com prova, que estuda de verdade, no Direito, quem faz assim, é área acadêmica que tem melhores perspectivas depois que se forma,” é o que salientou Rodrigo Dias ao falar das inúmeras possibilidades que o direito fornece para quem se dedica com afinco nos estudos universitários.

Portanto, a combinação de uma formação de qualidade, habilidade técnica e competências comportamentais é vista como o caminho para superar os obstáculos que surgem ao longo da jornada jurídica.

O Mercado jurídico e as oportunidades

O mercado jurídico no Brasil é vasto, mas também enfrenta uma saturação, conforme discutido no episódio. Embora o número de profissionais seja elevado, as oportunidades estão presentes para aqueles que se destacam em áreas específicas, como o Direito Digital e a Proteção de Dados, por exemplo, temas que foram mencionados durante o bate papo. Essas novas áreas surgem como oportunidades promissoras, principalmente devido ao impacto da tecnologia nas relações sociais e econômicas.

O presidente do OAB/GO, ao relatar suas experiências na carreira jurídica, destacou os desafios da alta concorrência na área. “Em 2003 eu ouvi pela primeira vez que a advocacia estava saturada e ouço até hoje, e aí eu pergunto para vocês, a advocacia está saturada? Medicina está, odontologia, fisioterapia, administração, assim como a advocacia, em qualquer profissão. Nós vivemos em um país que tem percentual de desemprego, portanto, todas as vagas estão saturadas. Agora, saturado para quem? Tem espaço para quem? Para quem quer fazer acontecer”.

O bate-papo também ressaltou a importância de áreas como Compliance e Governança Corporativa, que estão em crescimento constante, principalmente no setor empresarial. Nesse sentido, profissionais que investem em especializações nessas áreas têm uma vantagem competitiva no mercado. A Mediação, Direito Ambiental e Direito Internacional também foram mencionadas como áreas que estão ganhando relevância, criando novos nichos para advogados que desejam expandir suas carreiras.

Por fim, foi destacado no episódio que, apesar da aparente saturação, o mercado está repleto de oportunidades para aqueles que se mantêm atualizados e inovadores. A integração da tecnologia no direito abre novas frentes de atuação, e advogados que dominam essas ferramentas podem se diferenciar. Assim, o conhecimento técnico, aliado à adaptabilidade às novas demandas, será fundamental para aproveitar as melhores oportunidades no mercado jurídico.

Se você deseja se aprofundar ainda mais nas perspectivas das carreiras jurídicas e ouvir diretamente de profissionais consolidados no mercado, não deixe de assistir ao episódio 13 completo do IPOG Cast no YouTube e ouvir no Spotify. Durante o bate-papo, foram discutidos pelos convidados os desafios, oportunidades e conselhos valiosos que podem fazer toda a diferença na sua trajetória profissional.

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