Em tempo de crise, deve se investir em Engenharia?

Uma reportagem publicada no Portal Estadão, abordou que mesmo com uma situação econômica desfavorável no Brasil, profissionais de engenharia com especialização saem na frente. Isso acontece devido a forte ligação da engenharia com a inovação. Logo, quanto mais engenheiros estudando, mais criatividade em ação e mais possibilidade de, inclusive, serem propostas alternativas para recuperar o país.

De acordo com o coordenador do MBA Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção do IPOG, Flávio Sohler, a pós-graduação hoje se tornou necessária. Ele explica que a graduação não é mais suficiente para preparar o aluno para o que ele encontrará no mercado. “Os alunos chegam [na especialização] sem saber algumas coisas que deveriam ser básicas. É uma realidade no Brasil, tantos nas universidades públicas como particulares”, lamenta.

Além do preparo deixar a desejar a nível técnico, o especialista também alerta que dificilmente as universidades ensinam, por exemplo, sobre gestão, liderança. No entanto, seja trabalhando como funcionário ou como dono da própria empresa, o engenheiro precisará trabalhar em equipe e saber gerar resultados que dependam do coletivo e da influência positiva que ele é capaz de exercer sobre esse grupo.

A reportagem do Estadão também tratou sobre um assunto crítico. A desvalorização, principalmente salarial dos engenheiros. Nos últimos tempos, o melhor ano para a categoria foi o de 2012, quando o saldo entre admissões e demissões foi positivo, de 7.529 novas vagas. Mas calma, ainda não há motivos para se desesperar!

Especialistas acreditam que o profissional não pode mais se preocupar em ter uma formação em função da situação econômica do país, pois ela é passageira. Portanto, vale a pena pensar a longo prazo e se preparar para o cenário que virá pela frente. Outra dica importante, é utilizar este período para aprender mais sobre tecnologia, energias alternativas, inovação e empreendedorismo.

Por isso, justamente no período da crise é que se deveria investir em engenharia. De acordo com Flávio Sohler, assim que a economia voltar a reaquecer, serão necessários engenheiros principalmente para atuar em infraestrutura e áreas que tragam um retorno para o país. A mobilidade por exemplo, tem merecido cada vez mais atenção. Logo, será um campo fértil para profissionais capacitados. “Aqueles que estiverem preparados, que souberem usar o período de crise para se capacitar, vão estar prontos para as boas oportunidades que surgirão”, pontua o coordenador do MBA do IPOG.

Portanto, a pós-graduação pode sim contribuir para que o engenheiro se destaque no mercado. Já que ao ter o currículo analisado, com certeza terá vantagem o profissional que possuir alguma especialização.

No entanto, é importante que o aluno busque por uma especialização que ofereça o que ele realmente precisa, tomando cuidado para que, assim como na graduação, não escolha por um curso preso à área técnica e de maneira incipiente. É preciso buscar uma pós-graduação que lhe traga a realidade do mercado de trabalho. Que lhe ensine detalhes técnicos que ficaram pendentes na universidade, mas que também o prepare para apresentar ideias, propor soluções e caminhos de reparação para os problemas que virão pela frente.

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Flavio Augusto Settimi Sohler: Pós-Doutor em Engenharia Civil-TUHH (Alemanha) e LNEC (Portugal); Cursou doutorado em engenharia civil na UFRGS; Doutor em Psicologia Organizacional pela PUC-GO; Mestre em Engenharia de Produção pela PUC-RJ; Pós-Graduado em Análise de Sistemas-PUC-RJ e Project Finance-USP; Graduado em engenharia civil pela PUC-RJ. Coordenador e Professor no IPOG no MBA Gestão de Projetos em Engenharias e Arquitetura; MBA Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção; MBA Projeto, Execução e Desempenho de Estruturas e Fundações; MBA em Negócios Imobiliários & Inteligência de Mercado