A dor crônica atinge milhões de brasileiros e é hoje um dos principais motivos de incapacidade funcional e afastamento do trabalho. Segundo o Ministério da Saúde, quase 37% das pessoas acima de 50 anos sofrem com esse tipo de dor, que persiste por mais de três meses e pode durar anos.
Além disso, de acordo com a ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho, a dor é uma das maiores causas de licença médica no Brasil, afetando diretamente a produtividade e o bem-estar. Por isso, estratégias eficazes de enfrentamento são urgentes e é nesse contexto que se destaca a fisioterapia no manejo da dor.
Neste artigo, você vai entender como a fisioterapia atua de forma eficaz no controle da dor crônica, com base em evidências científicas e diretrizes internacionais atualizadas. Boa leitura!
O que é dor crônica e por que ela merece atenção especializada?
A dor crônica não é apenas um sintoma, ela é uma doença complexa e multifatorial, classificada como uma condição crônica não transmissível (DCNT). Suas manifestações podem ser:
- Nociceptiva (relacionada a lesões em tecidos);
- Neuropática (originada de lesões nervosas);
- Nociplástica (alterações na sensibilidade do sistema nervoso central).
Essa condição está frequentemente associada a quadros como fibromialgia, lombalgia, osteoartrite, câncer, neuropatias, lesões ortopédicas e reumatológicas, exigindo, portanto, abordagens integradas, personalizadas e baseadas em evidência científica.
A força das diretrizes: IASP, APTA e SBED
O cuidado fisioterapêutico de qualidade segue parâmetros internacionais bem estabelecidos. Três entidades orientam esse padrão de excelência, sendo elas:
IASP – International Association for the Study of Pain
Principal referência mundial no estudo da dor, define critérios diagnósticos e estabelece protocolos atualizados para tratamento interprofissional.
APTA – American Physical Therapy Association
Órgão norte-americano que orienta a prática fisioterapêutica com foco em segurança, ética e efetividade, promovendo o raciocínio clínico avançado.
SBED – Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor
Entidade brasileira que adapta e difunde as diretrizes internacionais no contexto do SUS e da prática clínica no Brasil, incentivando a formação e pesquisa em dor.
Quais manifestações clínicas a fisioterapia pode tratar?
A fisioterapia é capaz de atuar no manejo da dor em diversas especialidades clínicas, com foco no alívio da dor, recuperação funcional e melhora da qualidade de vida. Veja os principais contextos:
Dor ortopédica
Fraturas, tendinites, hérnias, lesões ligamentares e pós-operatórios ortopédicos. Técnicas como cinesioterapia, fisioterapia manual e agentes biofísicos são amplamente utilizadas.
Dor reumatológica
Fibromialgia, lúpus e artrite reumatoide exigem estratégias específicas. Estudos mostram que hidroterapia, TENS e exercícios leves ajudam a reduzir a dor e melhorar o sono e o humor.
Dor neurológica
Lesões de medula, AVC, neuropatias periféricas e dor ciática. O foco está na reorganização neurofuncional, com neuroestimulação e reeducação sensório-motora.
Dor oncológica
A fisioterapia no câncer contribui para aliviar dores relacionadas ao tumor, aos tratamentos ou ao imobilismo. Segundo o INCA, seu papel é fundamental em cuidados paliativos e funcionais.
Dor pós-cirúrgica
Após cirurgias ortopédicas, abdominais ou cardíacas, a atuação fisioterapêutica acelera a reabilitação motora, melhora a ventilação e reduz complicações como tromboses e rigidez articular.
Outras condições atendidas
Disfunções temporomandibulares, cefaleias tensionais, dor pélvica crônica, dores viscerais e dores em populações especiais como gestantes, idosos e atletas de alto rendimento.
Como a fisioterapia no manejo da dor atua na prática?
A abordagem atual é centrada no paciente e fundamentada na melhor evidência científica disponível. O tratamento é individualizado, considerando:
- Tipo e localização da dor;
- Impacto funcional e emocional;
- Nível de sensibilização do sistema nervoso;
- Preferências do paciente.
Técnicas frequentemente utilizadas na fisioterapia no manejo da dor
1- Cinesioterapia: exercícios terapêuticos que restauram movimentos e diminuem a dor;
2- Hidroterapia: melhora circulação, reduz inflamação e alivia tensões musculares;
3- Eletroterapia (TENS): modula sinais de dor na medula e no cérebro;
4- Fisioterapia manual: libera tensões miofasciais e melhora o alinhamento articular;
5- Educação em dor: ensina o paciente sobre os mecanismos da dor e promove autocuidado.
Essas técnicas são frequentemente combinadas com abordagens psicossociais, como terapia cognitivo comportamental e mindfulness, criando um plano de cuidado biopsicossocial completo.
Evidências científicas fortalecem a prática fisioterapêutica
Pesquisas mostram que a fisioterapia é eficaz em:
- Reduzir níveis de dor e ansiedade;
- Melhorar a mobilidade e o sono;
- Diminuir o uso de analgésicos;
- Prevenir reincidências de crises dolorosas.
No caso da fibromialgia, por exemplo, um estudo da Revista REASE (2024) revelou que a aplicação de cinesioterapia, hidroterapia e TENS promoveu melhora significativa da qualidade de vida em poucos meses.
Prevenção de afastamentos e redução do impacto socioeconômico
A dor crônica representa um custo bilionário para o sistema de saúde e para empresas, principalmente devido ao afastamento e à aposentadoria precoce de trabalhadores. A atuação precoce da fisioterapia evita:
- Perda funcional;
- Incapacidade laboral;
- Cronificação da dor.
Ou seja, a fisioterapia, quando aplicada de forma precoce e embasada em evidências, reduz significativamente o tempo de recuperação, evita quadros de incapacitação e melhora indicadores de retorno ao trabalho. O fisioterapeuta capacitado é capaz de atuar com precisão sobre os fatores que favorecem a cronificação da dor, reabilitando o paciente com foco funcional, e não apenas sintomático.
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A dor crônica pode parecer uma sentença, mas com o apoio certo, ela pode ser controlada. A fisioterapia no manejo da dor devolve autonomia, bem-estar e qualidade de vida aos pacientes. E o fisioterapeuta é o profissional ideal para conduzir esse processo com técnica, empatia e ciência.
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