Mudanças Climáticas e a Engenharia Civil
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Mudanças Climáticas e a Engenharia Civil

Nos últimos anos, o mundo tem testemunhado transformações climáticas significativas que não podem ser ignoradas, como enchentes, inundações, desertificação, aquecimento global, elevação do nível do mar, entre outras catástrofes. A ação humana tem desempenhado um papel crucial nesse cenário, influenciando diretamente a estabilidade ambiental do planeta. Nessa perspectiva, Mudanças Climáticas e a Engenharia Civil foi o tema do episódio 6 do IPOG Cast.

Ronan Maia, CEO do IPOG, conduz um bate papo com os convidados Saulo Ribeiro, físico que atuou por 5 anos na Nasa e é pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas (INPE) e Marlos Guimarães – professor da graduação em Engenharia no IPOG. Juntos eles discutiram de maneira profunda e elucidativa as implicações das mudanças climáticas para o futuro da engenharia e da sociedade, a conexão entre essas áreas e como ela viabiliza respostas para resolver parte dos problemas climáticos.

O papel da Meteorologia na Engenharia Civil

Chuvas, ventos, calor, tempo seco, excesso de umidade, entre outros fatores relacionados a questões de clima podem ser determinantes para a qualidade da construção civil e para o cronograma de obras. Pensando nisso, os estudos meteorológicos são fundamentais para fornecer informações eficazes sobre as atmosfera, permitindo que os engenheiros tomem decisões assertivas.

De acordo com o coordenador Marlos, a partir de subsídios mais precisos e personalizados da Meteorologia, a Engenharia Civil consegue ter um desempenho eficiente na execução de obras, como por exemplo, identificar a temperatura ideal do vento de forma que não haja impacto na qualidade do concreto, resultando em mais eficiência para o projetista em termos de confiabilidade e otimização.

Quando a Engenharia Civil foi aproximando da Meteorologia, percebemos potenciais de melhoria na avaliação de desempenhos das obras, como por exemplo, na modelagem de vento, planejamento, transportes e estabilidade de encostas”, enfatizou Guimarães durante o bate papo, ao evidenciar a importância da Meteorologia para a construção civil.

O cientista Saulo complementou que “a meteorologia pode fornecer dados precisos para a engenharia civil projetar e construir obras mais seguras e resilientes. É importante que os engenheiros civis estejam atualizados sobre as últimas projeções climáticas para que possam levar isso em consideração no seu trabalho e investir em infraestrutura resistente que possa suportar os impactos das mudanças climáticas.”

Desafios e oportunidades da Engenharia Civil nas Mudanças Climáticas

Os impactos das mudanças climáticas afetam diversos aspectos da sociedade. Diante desses desafios ambientais, a Engenharia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis para contribuir com a mitigação dos efeitos adversos das transformações de clima.

Ribeiro – ex-pesquisador da Nasa, afirmou no bate papo que “vemos hoje fenômenos que estão acontecendo com mais frequência e com amplitudes maiores. É possível ver em alguns lugares ondas de calor com temperaturas chegando a 50 graus, ondas de chuvas intensas como aconteceu no Rio Grande do Sul e isso conjuga com uma questão urbana que não está planejada e isso intensifica o desastre em decorrência dos alagamentos”.

Ainda de acordo com o físico, “precisamos atuar de forma efetiva, com bastante energia para mitigar esses eventos climáticos. Neste cenário eu vejo a engenharia com um papel fundamental que é de desenvolver novas tecnologias para reduzir esse efeitos adversos.”

Já Guimarães reforçou durante a conversa que “a Engenharia Civil pode contribuir para a mitigação das mudanças climáticas por meio do uso de materiais mais sustentáveis e da adoção de tecnologias mais eficientes. É importante que esse os profissionais da área estejam conscientes do seu impacto ambiental e busquem soluções mais sustentáveis em seus projetos.”

Medidas para mitigar os impactos das mudanças climáticas

Outro ponto de destaque no encontro, foi em relação a colaboração entre Engenharia e Meteorologia e o que essa parceria pode desenvolver para contribuir com a sociedade frente às mudanças climáticas.

Diante desse cenário desafiador, é crucial adotar medidas de adaptação e mitigação para reduzir os impactos dessas alterações e promover a sustentabilidade ambiental. Algumas das medidas emergentes apontadas pelos convidados incluem:  

  • Redução da emissão de gases de efeito estufa, como CO2;
  • Investimento em fontes de energia renovável, como hidrogênio verde;
  • Captura e armazenamento de carbono

A transição energética para produção de uma economia de baixo carbono é fundamental para limitar o aquecimento global a níveis toleráveis e proteger as gerações futuras, salientou Ronan Maia no bate papo.

O professor Marlos evidenciou que a simulação meteorológica vai ser importantíssima para prever extremos com mais precisão e que existem hoje empresas que já estão disparando comitês para avaliar o desempenho das obras frente aos eventos climáticos intensos.

Para o pesquisador no INPE, Saulo, existe cada vez mais a necessidade reavaliar os cenários em função do que se observa agora, sendo importante colher as informações do passado, verificar o que está acontecendo hoje e sempre retreinar o sistema para prevê o que vai acontecer no futuro.

O episódio 6 do IPOG Cast destaca a urgência de ações conjuntas entre Meteorologia e Engenharia Civil para enfrentar as mudanças climáticas de forma eficaz. A implementação de políticas públicas robustas, estudos avançados em previsões meteorológica precisas, investimentos em tecnologias limpas, implementação de soluções inovadoras por parte da Engenharia e a conscientização da população são passos essenciais na direção de um futuro ambiental seguro para as próximas gerações.

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