Nem sempre os grandes movimentos de uma carreira começam com um plano detalhado. Às vezes, eles nascem de um incômodo sutil, de uma curiosidade insistente ou do desejo quase silencioso de fazer melhor e mais bonito.
No universo da arquitetura, onde forma e função disputam espaço com emoções e experiências, alcançar visibilidade em eventos como a CASACOR SP 2025 não é apenas uma conquista estética. É, sobretudo, um marco simbólico. Um reconhecimento de trajetória, de propósito, de escolhas acertadas ao longo do caminho.
Foi assim com Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto, sócios na vida e na arquitetura. Um casal que não se contentou em repetir fórmulas ou seguir o fluxo. Eles buscaram algo a mais e, encontraram, no IPOG, o conhecimento que faltava para dar forma e alma aos seus projetos.
Neste artigo, vamos conhecer essa trajetória de perto: uma caminhada inspiradora, marcada por aprendizados profundos e a conquista da estreia na maior mostra de decoração das Américas como reflexo de tudo isso.
O início de uma virada: quando a formação encontra propósito
A história de Mariana e Alexandre não começa na CASACOR. Começa muito antes, entre esboços, plantas, e escolhas conscientes de formação. Mariana é designer de interiores pela Escola Panamericana e arquiteta formada pela Belas Artes. Alexandre é técnico em edificações, arquiteto urbanista e, assim como ela, tem olhar sensível e inquieto.
Ao perceberem que técnica e criatividade precisavam de algo mais profundo, ambos buscaram no IPOG ferramentas para transformar o que sentiam em arquitetura com propósito.
“Entender que uma decisão racional é, na verdade, profundamente emocional transformou minha forma de projetar”, conta Mariana, ao lembrar do impacto imediato que a Pós-graduação Master em Neuroarquitetura do IPOG teve em sua vida profissional.
Além disso, ela mergulhou em uma Imersão Internacional em Arquitetura e Design promovida pelo IPOG em parceria com o renomado Politécnico de Milão, uma das instituições mais prestigiadas do mundo nas áreas de arquitetura, design e inovação.
A experiência, voltada para profissionais e estudantes que atuam ou têm interesse nas áreas de Arquitetura e Design, oferece uma jornada intensa por centros criativos como Milão, Veneza, Barcelona e Paris. Mais do que um curso de curta duração, trata-se de uma vivência profunda e sensorial sobre o que há de mais contemporâneo na prática projetual global.
Durante o programa, os participantes têm contato com conceitos como design perceptivo, neurociência aplicada, experiência do usuário, sustentabilidade e espaços gastronômicos, além de visitas técnicas a escritórios, universidades e centros de referência internacional.
“A especialização trouxe um apanhado geral denso. Mas a imersão fez com que eu compreendesse de forma prática como o layout e a forma afetam o raciocínio e o emocional”, lembra.
Esse cruzamento entre teoria e prática, aliás, é o que torna a imersão um divisor de águas na carreira de muitos profissionais, justamente por proporcionar uma certificação internacional relevante, ampliar horizontes e revelar tendências que ainda estão por vir no mercado brasileiro.
Um olhar técnico que constrói segurança
Alexandre, por sua vez, trouxe o peso do conhecimento técnico para o centro da discussão arquitetônica. “Desde o colégio técnico, eu sempre gostei muito da parte estrutural. Para mim, a estrutura não é um detalhe, ela é parte essencial da ideia. É o que torna um projeto viável, muitas vezes até mais econômico”, explica.
Mesmo após anos de atuação em empresas de concreto pré-fabricado, ele decidiu que era hora de organizar, refinar e expandir esse conhecimento. Com o incentivo de Mariana, ingressou no MBA em Projeto, Dimensionamento e Desempenho das Estruturas e Fundações, também pelo IPOG.
“Foi uma decisão muito certeira. O curso me trouxe uma validação profissional importante. Hoje, apresentamos isso para os clientes com segurança. Eles sabem que estão contratando um arquiteto com especialização em estrutura, e isso faz toda a diferença”, afirma.
A CASACOR como presente e expressão de essência
O casal de arquitetos estreou na CASACOR São Paulo 2025 com o ambiente “Natureza em Essência”, um banheiro funcional e imersivo criado a partir do tema “Semear Sonhos”. A participação, no entanto, teve um sabor ainda mais especial: Mariana e Alexandre foram convidados pela curadoria da mostra, integrando um seleto grupo de 73 ambientes escolhidos para compor a maior vitrine de arquitetura e design das Américas.
“Estar na CASACOR foi um presente que a gente se deu, um marco simbólico pelos nossos 20 anos de escritório. É a maior mostra das Américas, e ter sido convidados já foi um reconhecimento imenso”, conta Alexandre.
Mais do que uma conquista profissional, o espaço apresentado representa uma extensão poética da própria essência do casal. “Natureza em Essência” foi concebido como um refúgio contemporâneo, onde cada material, aroma e detalhe visual convida o visitante a se reconectar com o essencial.
A tapeçaria pintada à mão por uma artista, os pássaros esculpidos por um escultor baiano, a playlist assinada pela filha mais nova… Tudo ali carrega uma intenção que compõem uma experiência sensorial que vai muito além da estética.
“Queríamos que as pessoas entrassem, usassem o espaço e saíssem felizes. Que percebessem as texturas, os aromas, a luz natural, e sentissem algo sem precisar entender racionalmente”, diz Mariana.
No projeto, os contrastes se harmonizam com leveza: concreto e tecido, curvas e ângulos, silêncio e som. É um ambiente de 27m² onde a técnica encontra a emoção, um reflexo da trajetória que o casal construiu ao longo de duas décadas, marcada por propósito, sensibilidade e busca constante por sentido em cada traço.
Aprendizados que transbordam
A relação entre a formação no IPOG e a chegada à CASACOR não é casual, é consequência. Como Mariana destaca, a especialização não trouxe apenas conteúdo, mas repertório, autoridade e coragem para assinar projetos com identidade própria.
Ela lembra com carinho das aulas de iluminação, que ampliaram sua percepção sobre como um simples ponto de luz pode afetar o humor, o sono e até a produtividade de quem habita um espaço.
Já Alexandre destaca o módulo de alvenaria estrutural, um dos que mais o encantou. “O professor trouxe muitos casos práticos, com didática clara, e isso me ajudou a aplicar imediatamente o conteúdo nos projetos do escritório”, afirma.
Além disso, ambos valorizam a conexão emocional criada com professores como Thelma e Marina. “Elas não ensinaram só técnica, mas abriram caminhos para outras formas de pensar o espaço”, conta Mariana.
Um escritório com assinatura própria
Hoje, o Meneghisso & Pasquotto Arquitetura carrega não apenas a bagagem técnica de décadas de experiência, mas também uma assinatura própria, sensível e fundamentada. O trabalho da dupla é um reflexo da harmonia entre eles, entre o conhecimento acadêmico e a prática cotidiana, entre o rigor da engenharia e a leveza do design.
“Quando o cliente contrata o nosso escritório, ele não está contratando só um projeto. Ele está contratando uma história, uma dupla de profissionais pós-graduados, com formação validada e experiência concreta. Isso é algo que o IPOG nos ajudou a construir”, afirma Alexandre.
Quando conhecimento vira realização
Há caminhos que se desenham antes mesmo de serem trilhados. Começam em perguntas silenciosas, em inquietações que não cabem no raso. Foi assim com Mariana e Alexandre, quando decidiram, lá atrás, que não bastava dominar a técnica. Queriam compreender o que move as pessoas, o que dá alma a um espaço, o que transforma uma ideia em experiência.
A CASACOR SP 2025 veio como um reflexo natural desse mergulho. Mas não é o ponto final, é só mais um capítulo de uma jornada em que o conhecimento se tornou impulso, e a especialização, ferramenta de transformação real.
“Conhecimento e realização. Essas são as palavras que definem nossa jornada até aqui”, dizem eles, não como quem conclui algo, mas como quem abre uma janela para o que ainda está por vir.
Para quem também sonha em assinar projetos que emocionam e, quem sabe, estar em uma vitrine como a CASACOR, talvez a pergunta certa não seja “será que é possível?”, mas: O que pode acontecer se você escolher ir além do que já sabe?