Quer atuar com mediação e conciliação? Veja como se preparar e por onde começar
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Quer atuar com mediação e conciliação? Veja como se preparar e por onde começar

Mulher mediadora conduz uma sessão de mediação e conciliação entre duas partes, em um ambiente corporativo moderno, transmitindo confiança e escuta ativa.

Você já parou para pensar que, em muitos casos, o conflito em si não é o problema – e sim a forma como ele é conduzido?

Ao longo dos anos, o sistema judiciário brasileiro se viu cada vez mais congestionado. São mais de 80 milhões de processos acumulados aguardando solução, arrastando-se por anos, enquanto vidas seguem suspensas, relações se rompem e recursos são desperdiçados.

Nesse cenário, a mediação e conciliação extrajudicial surgem não apenas como uma alternativa mais ágil, mas como uma nova forma de olhar para os conflitos: com escuta, com diálogo, com intenção de construir e não de vencer.

Se você já se sentiu motivado a ajudar pessoas a resolverem suas diferenças com respeito e clareza, este caminho pode ser para você. Mas por onde começar? Como se preparar? E, mais importante: como transformar isso numa carreira sólida, reconhecida e sustentável?

Acompanhe a leitura que vamos te explicar tudo!

Mediação e conciliação: mais do que métodos – uma mudança de cultura

Antes de pensar em atuar profissionalmente, vale compreender a essência desses dois caminhos que, embora semelhantes, possuem sutilezas importantes.

A conciliação é mais indicada para situações pontuais, com pouca ou nenhuma relação anterior entre as partes. Aqui, o conciliador pode ser mais direto, sugerir alternativas, indicar caminhos como quem ajuda a aperfeiçoar os detalhes de um mal-entendido.

Já a mediação lida com relações mais profundas e duradouras: famílias, sociedades, vizinhanças. O papel do mediador é menos interventivo. Ele não aponta soluções prontas, mas cria um espaço seguro onde as partes possam se escutar e, a partir daí, construir juntas um acordo possível.

Ambos os métodos compartilham princípios fundamentais: autonomia das partes, confidencialidade, imparcialidade e a crença de que, mesmo em meio ao impasse, existe sempre uma saída pacífica.

A boa notícia é que a legislação brasileira não só reconhece como incentiva esses métodos. Desde 2010, com a Resolução nº 125 do CNJ, e, mais recentemente, com a Lei nº 13.140/2015, a mediação e a conciliação extrajudicial deixaram de ser “alternativas” para ocupar lugar de protagonismo na cultura jurídica nacional.

Quem pode ser mediador ou conciliador?

Você não precisa ser advogado, juiz ou psicólogo para atuar com mediação e conciliação. Claro, essas formações ajudam, especialmente pela familiaridade com conflitos e estruturas institucionais. Mas a profissão também acolhe profissionais de outras áreas: pedagogos, assistentes sociais, gestores, enfermeiros, líderes comunitários.

No caso da mediação judicial, há requisitos mais formais: graduação concluída há pelo menos dois anos, capacitação reconhecida pelo CNJ e estágio supervisionado. Já a mediação extrajudicial é mais flexível, permitindo que qualquer profissional capaz, ético e capacitado atue, desde que tenha respaldo técnico e reputação no mercado.

Ou seja, se você tem interesse genuíno por escuta, comunicação e resolução de conflitos, pode começar sua jornada nesse campo.

Habilidades que um bom mediador precisa desenvolver

Algumas competências são técnicas e podem ser ensinadas, como a construção de uma carta-convite ou o checklist de abertura de sessão. Mas outras são mais sutis, e exigem treino, autoconhecimento e refinamento constante.

Veja algumas habilidades essenciais:

  • Saber escutar sem pressa e sem julgamento;
  • Manter neutralidade diante do conflito;
  • Facilitar o diálogo com respeito e clareza;
  • Reconhecer padrões emocionais das partes;
  • Ter controle emocional e postura ética;
  • Saber lidar com o silêncio, com o impasse e até com a desistência.

Essas qualidades não se formam da noite para o dia. Elas exigem estudo, prática e, principalmente, disposição para revisitar suas próprias crenças sobre o conflito e a justiça.

Quais são as oportunidades no mercado?

Um mediador pode atuar em diversos contextos. Há os caminhos mais comuns, como os fóruns e CEJUSCs – Centro Judiciário de Solução de Conflitos, mas também há outros espaços menos formais: escolas, hospitais, condomínios, empresas, sindicatos, cooperativas. Onde houver relação humana, há potencial para mediação.

Além disso, você pode abrir sua própria câmara de conciliação ou atuar de forma autônoma. Muitos profissionais desenvolvem projetos autorais ou integram coletivos que atuam com foco em determinadas temáticas, como mediação familiar, escolar, empresarial ou comunitária.

Outra tendência interessante é a mediação online, que cresceu significativamente durante e após a pandemia. Com plataformas como a iAgree, o acesso ao serviço se tornou mais prático e viável, tanto para os clientes quanto para os profissionais.

Remuneração: quanto ganha um mediador?

A remuneração depende de vários fatores: complexidade do caso, tempo envolvido, região, experiência e tipo de instituição. Mas para te dar uma ideia:

  • No Judiciário, há editais que oferecem até R$ 248 por hora.
  • Em câmaras privadas, o valor pode variar de R$ 600 a R$ 1.500 por hora, especialmente em casos complexos.
  • Alguns modelos remuneram por sessão, outros por percentual sobre o valor do conflito.

Ou seja, há espaço para diferentes perfis, desde quem quer atuar em contextos sociais e comunitários até quem deseja explorar nichos corporativos de alta complexidade.

Vale a pena seguir esse caminho?

A resposta depende do que você busca.

Se o que te move é a vontade de resolver conflitos com humanidade, a mediação pode ser um território fértil. Se você valoriza a escuta, o tempo das pessoas e acredita que as relações merecem ser preservadas, essa talvez seja a sua linguagem.

Além do mais, estamos diante de uma mudança de paradigma. O Brasil está, aos poucos, deixando de lado a cultura do litígio – ou seja, de levar disputas para julgamento – e abraçando a autocomposição, que é a busca por acordos construídos em conjunto pelas próprias partes.

Por onde começar, então?

Se você chegou até aqui, já deu o primeiro passo: se informar com profundidade. Agora, o ideal é buscar uma formação confiável, que te ajude a consolidar os fundamentos e a se sentir seguro para atuar.

A seguir, veja um caminho possível:

  1. Escolha um curso de qualidade, como o do IPOG;
  2. Pratique escuta e comunicação no seu dia a dia;
  3. Crie uma rede de apoio profissional — com câmaras de mediação, plataformas e colegas da área;
  4. Escolha um nicho para se aprofundar: familiar, empresarial, comunitário…
  5. Continue estudando e se aprimorando sempre. Afinal, essa é uma profissão de longo prazo.

Como se preparar para atuar com mediação e conciliação

Existem muitos cursos por aí, mas nem todos entregam a profundidade e a seriedade que a área exige. Afinal, mediar um conflito não é apenas seguir um roteiro ou repetir frases decoradas. É preciso sensibilidade, técnica, prática e, principalmente, postura.

A formação em Mediação e Conciliação Extrajudicial oferecida pelo IPOG, por exemplo, entrega tudo isso. São 80 horas de imersão ao vivo, com especialistas experientes, simulações realistas, ferramentas digitais e atividades práticas que ajudam a fixar o conteúdo. A proposta é formar facilitadores conscientes, com repertório humano, jurídico e ético.

Além do conteúdo técnico (leis, estrutura de sessão, validade dos acordos), há módulos voltados à escuta ativa, comunicação não violenta, práticas dialógicas e pensamento sistêmico, tudo isso em ambientes interdisciplinares, que aproximam teoria e prática.

Se você sente que isso ressoa com o que você quer construir, não hesite. Comece agora, o próximo passo está nas suas mãos: veja como se preparar, escolha a Formação em Mediação e Conciliação Extrajudicial do IPOG e dê início à sua jornada como mediador ou conciliador extrajudicial!

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