Quer respostas melhores da IA? Aprenda a fazer prompts do jeito certo
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Quer respostas melhores da IA? Aprenda a fazer prompts do jeito certo

Professor Andre Gildin em pé no estúdio, com texto na imagem com os dizeres "o problema não é a IA, é o seu comando".

Interagir com a inteligência artificial parece simples: você digita uma pergunta, aperta “enviar” e espera uma boa resposta. Mas quem usa IA com frequência já percebeu que nem sempre o resultado vem do jeito esperado. Às vezes, a resposta é rasa, confusa ou distante do que você queria. E aí surge a dúvida: será que a IA não entendeu, ou será que a pergunta não foi clara o bastante?

Segundo Andre Gildin, professor e especialista em inovação e transformação digital e coordenador do MBA em Inteligência Artificial com Ênfase em Inovação e Negócios do IPOG, metade da resposta está na pergunta. Ou seja, a forma como você escreve o comando, o prompt, define a qualidade do que vai receber de volta. Quando bem construído, um prompt transforma a IA em uma parceira criativa e precisa. Quando mal formulado, vira um jogo de adivinhação.

Então, como fazer prompts do jeito certo?

O que são prompts e por que eles importam

Antes de qualquer técnica, é bom entender o básico. Prompt é, essencialmente, o comando que você envia à IA, uma instrução, uma pergunta, uma tarefa. É a maneira como você diz o que quer.

Parece simples, mas é aí que mora o desafio. A IA não lê pensamentos. Ela trabalha com probabilidades estatísticas, como lembra Andre Gildin, e responde com base nos dados e padrões que reconhece. Se o pedido é vago, ela se perde. Se o pedido é claro, ela brilha.

O problema é que, de acordo com um relatório citado por Gildin, 95% dos projetos de inteligência artificial falham justamente por não começarem com prompts bem estruturados. Ou seja, o insucesso começa na primeira linha de texto que enviamos.

Os cinco elementos essenciais de um bom prompt

Andre Gildin propõe um método simples e eficiente, dividido em cinco partes. Eles funcionam como pilares para qualquer tipo de interação com IA, desde pedir uma receita até planejar uma campanha de marketing.

1- Contexto: a base de tudo

Imagine que você está explicando algo para uma criança de cinco anos. Ela precisa entender o cenário para saber o que fazer, certo? Com a IA é a mesma coisa. Dar contexto é situar o modelo, mostrar o que está em jogo, qual o objetivo e por que aquela informação é importante.

Por exemplo: em vez de dizer “Escreva um texto sobre café”, diga “Escreva um texto sobre a cultura do café brasileiro, com foco em pequenos produtores e no consumo sustentável”. Assim, você orienta a IA sobre o propósito e o caminho que deve seguir.

Ou seja, quanto mais contexto, menos adivinhação e mais precisão na resposta.

2- Tom: o estilo da resposta que você quer

Outro ponto essencial é o tom. Pense em como você quer que o texto soe. Mais leve, mais técnico, mais descontraído? Isso muda completamente o resultado.

Segundo Gildin, é como ajustar o tom de voz com uma criança: se você quer firmeza, fala de um jeito; se quer acolhimento, muda o tom. A IA também reage a essas nuances.

Por exemplo: “explique o conceito de machine learning para um estudante do ensino médio, de forma simples e curiosa”. Assim, você sinaliza não apenas o tema, mas o estilo desejado.

3- Papel: quem a IA deve ser na conversa

Esse é um dos segredos mais poderosos de um bom prompt. Dizer quem a IA deve representar muda tudo. Pode ser um jornalista, um analista de dados, um advogado, um roteirista, depende da sua necessidade.

Quando você define o papel, a IA passa a interpretar o pedido com mais profundidade e foco. É como escolher o ponto de vista ideal para sua resposta.

Por exemplo: “Atue como um consultor de negócios e explique os riscos de investir em startups de IA em 2025”. Esse simples ajuste faz com que o texto venha mais analítico e contextualizado.

4- Instrução: diga exatamente o que deseja

Aqui entra a clareza. Um bom prompt precisa deixar claro o que você quer receber. Quer um texto, uma lista, uma análise, uma tabela? Seja direto.

Em vez de “me fale sobre redes neurais”, diga “resuma em três parágrafos como funcionam as redes neurais, com exemplos práticos e linguagem simples”.

Essa precisão economiza tempo, evita retrabalho e ajuda a IA a entregar exatamente o que você imaginou.

5- Detalhes complementares: o toque final

Por fim, inclua detalhes que ajudem a refinar a resposta — o público-alvo, a região, o formato, o tipo de dado que deseja. Esses pequenos ajustes deixam o prompt mais completo e, consequentemente, as respostas mais ricas.

Andre Gildin costuma reforçar: a IA aprende a partir do que você informa. Quanto mais dados relevantes, melhor o modelo entende seu pedido. É um processo de ajuste fino, quase artesanal.

Ferramentas que ajudam a criar prompts poderosos

Aprender a escrever bons prompts é um exercício, mas algumas ferramentas podem acelerar o processo. Gildin cita três que valem a pena conhecer.

Prompt Perfect

Essa ferramenta analisa o texto do seu prompt e o aprimora automaticamente. Ela sugere ajustes para deixá-lo mais claro, coerente e objetivo. É útil quando você já tem uma ideia, mas quer polir a estrutura.

Prompt Cowboy

Funciona como um guia passo a passo. Você insere um comando genérico e a ferramenta ajuda a expandir, adicionando contexto, tom, papel e instruções. É perfeita para quem está começando e ainda não domina a estrutura completa.

As próprias IAs

Sim, você pode usar o ChatGPT, o Gemini ou o Copilot para criar prompts melhores. Basta pedir: “me ajude a formular um prompt eficiente sobre [assunto]”. A IA vai propor uma estrutura inicial, e você pode adaptá-la até chegar ao resultado ideal.

Em suma, o segredo está em usar a tecnologia como aliada. Não se trata de “decorar fórmulas”, mas de entender o raciocínio por trás de cada escolha.

Erros mais comuns ao criar prompts

Mesmo com boas intenções, alguns deslizes são frequentes. O primeiro é a falta de contexto, enviar uma frase solta e esperar que a IA adivinhe tudo. O segundo é a instrução vaga, que gera respostas genéricas.

Outro erro comum é ignorar o tom. Pedir um texto técnico e depois reclamar que ele está frio demais é consequência de não especificar o estilo desejado.

E, claro, há quem esqueça o papel da IA, deixando o comando impessoal. Tudo isso resulta em respostas inconsistentes. Por outro lado, quem aprende a corrigir esses pontos passa a dominar o diálogo com a IA e ganha tempo, clareza e precisão.

Como transformar a criação de prompts em um hábito produtivo

Criar bons prompts não é dom, é prática. E, quanto mais você exercita, mais intuitivo o processo se torna.

Uma boa dica é manter um pequeno repertório com os prompts que funcionaram melhor. Revise, adapte e reaproveite. Assim, você cria um banco de interações que melhora com o tempo.

Andre Gildin lembra que a IA não é mágica, ela é estatística, contexto e intenção. Quando você entende isso começa a construir resultados consistentes.

Além disso, praticar com curiosidade faz diferença. Teste variações, compare respostas, ajuste uma palavra aqui, outra ali. O aprendizado vem justamente dessas tentativas.

Conclusão

A inteligência artificial pode parecer complexa, mas o segredo está na simplicidade das perguntas. Bons prompts são como boas conversas – claros, diretos e cheios de propósito.

Em vez de tentar “domar” a IA, aprenda a guiá-la. Dê contexto, defina o tom, escolha o papel, seja específico e adicione detalhes. Com esse método, cada interação se torna mais natural, mais precisa e, acima de tudo, mais útil.

No fim das contas, o que transforma uma resposta em algo realmente inteligente é a maneira como você pergunta.

Então, da próxima vez que abrir o ChatGPT, lembre-se: a qualidade da resposta começa com você.

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