Você já ouviu falar em Andragogia Positiva e sabe como isto pode te ajudar no seu cotidiano?
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Você já ouviu falar em Andragogia Positiva e sabe como isto pode te ajudar no seu cotidiano?

Por trás deste nome diferente “Andragogia Positiva” está uma ciência encantadora, e para explicar um pouco sobre o tema, a especialista em Inteligência Emocional do IPOG, Carmen Silvia, fez uma palestra sobre o tema durante um simpósio em Portugal.

O termo Andragogia vem do grego e significa “ensinar para adultos”.  O autor referência neste tema é o educador estadunidense Malcom Knowles.

A partir dos princípios da Andragogia e dos estudos da Psicologia Positiva passou-se a construir um eixo de encontro entre a primeira ciência e a perspectiva do desenvolvimento das qualidade humanas. Carmem explica que a sua pesquisa na área nasceu da angústia observada durante sua vida enquanto professora, em que observava os alunos procurarem seus mestres para questioná-los sobre seus métodos e daquilo que fazia sentido ou não para eles.

Sendo assim, surgiu uma curiosidade epistemológica para entender se existe alguma forma de os anseios dos estudantes e as práticas dos docentes conversarem produzindo assim aprendizagem que se sustente, mas que também traga bem estar para os alunos.

“Como justificativa, nós entendemos a necessidade do desenvolvimento amplo dos nossos alunos. Quando pensamos em ensino de adultos é muito importante que a compreensão seja a Andragogia, uma metodologia de sala de aula, ou seja, uma perspectiva de desenvolvimento e treinamento dentro das organizações”, afirma.

É importante compreender que o estudante enquanto sujeito social possui toda uma história e cultura que não podem ser desprezadas. Ele não é uma página em branco, assim como a criança não é. Ao contrário, o adulto é um livro repleto de sentidos, propósitos, acertos, desacertos e uma constante possibilidade de aprendizagem.

A formação deste estudante, seja ela para a escola ou organização, deve ser feita não apenas para estas Instituições, mas sim para a vida.

A necessidade desta prática pedagógica deve trazer uma cultura de paz, aproximação, pertencimento e aprendizagem a partir das experiências vividas e de uma construção apreciativa sobre o conhecimento. Conhecimento este que recebe um ranço ou um olhar histórico carregado de uma ideia de aprovação ou desaprovação. Quando na verdade todas as nossas experiências podem e devem gerar conhecimento e desenvolvimento.

A ensinagem deve ser um caminho de mão dupla. O termo vem tirando o ideal apenas de que o professor “dá aula” ao trazer uma perspectiva autoral sobre o processo da aula, na qual educadores e educandos se sintam protagonistas desse espaço de aprendizagem independente disso ocorrer nas salas de aula tradicionais, nas organizações ou em outros espaços.

No Brasil, algo que tem sido muito discutido é a herança newtoniana cartesiana do ensinar que condena o erro e só enxerga o sucesso. Nas pesquisas de psicologia positiva percebeu-se que quando há uma motivação genuína dos professores por acreditarem no potencial dos seus alunos, estes estudantes acabam sendo contagiados e assim, se sentem capazes de se desenvolver.

“O olhar apreciativo provoca e conecta esse acadêmico para o crescimento. Ao mesmo tempo que um olhar que não acredita e não valoriza o potencial do crescimento dele, acaba trazendo uma estagnação para este processo de aprendizagem”, pontua Carmen Silvia.

É preciso romper essa ideia pragmática e cartesiana.

Afetividade como matriz da cognição

A Psicologia Positiva no estudos das emoções positivas apontam que quando nós não nos conectamos com a aprendizagem e não nos sentimos autores desta proposta metodológica acaba ocorrendo uma lacuna entre professor e aluno. Isso acaba resultando em uma estudo que não faça tanto sentido. E aí não ocorre a aprendizagem.

Quantas vezes não observamos alunos que estudam e decoram para a prova? Essa prática acaba trazendo um conhecimento imediato, mas que em um breve futuro não fará nenhum sentido e nem terá aplicabilidade.

“Temos também que observar a nossa complexidade na dificuldade na preparação do docente. É comum termos educadores advindos do bacharelado, mas que nunca pensaram no processo educacional”, explica a professora.

“Nós não nos constituímos professores por vocação apenas, por isso é preciso que haja profissionalização docente para que sejamos capazes de estudar e desenvolver aquelas competências fundamentais”, explica.

Segundo ela, tudo isso é necessário para que os professores possam tocar o coração dos alunos, mas também de inquietá-los na busca por conhecimento. Os professores são estimuladores do desenvolvimento das qualidades humanas.

“Devemos pensar que enquanto aluna eu também ensino e enquanto professora eu também aprendo o tempo todo”, ressalta Carmen.

Andragogia e a Educação Positiva

Hoje a Andragogia vem sendo aplicada principalmente nos treinamentos quando vamos às organizações desenvolver práticas que auxiliem no alcance das realizações e das metas e compreendemos que este ser realmente transforma e qualifica os processos sociais de modo geral.

Por sua vez, a educação positiva é aquela que vai além das habilidades tradicionais sem desfazê-las ou desfocá-las. Este estudo vem propor o desenvolvimento subjetivo que também podemos chamar de felicidade.

Andragogia Positiva

Esta metodologia propõe a prática para que os educandos conheçam as suas forças e virtudes para que sejam utilizadas também para a aprendizagem e para a própria vida. Oportunizando a eles então esta perspectiva de encontrarem realização e sentido, gerando bem estar.

“A sala de aula e a organização são mais que ferramentas que eu instalo no meu computador. São uma estrutura mental que traz uma referência de desenvolvimento pessoal e que muitas vezes pode apontar fragilidades numa perspectiva não mais de vulnerabilidade, mas de oportunidade de desenvolvimento.”, aponta a professora do IPOG.

Ela cita o próprio exemplo enquanto professora de ‘Metodologia Científica’, já que a matéria é considerada pelos próprios acadêmicos uma disciplina chata e apenas um conjunto de códigos. “Contudo, é fundamental que eles entendam que nenhum profissional se sustenta sem bagagem teórica e por meio das forças e virtudes eles entendam que podem ser autores da sua história enquanto sujeitos sociais”, pontua.

Sobre Carmem Silvia

Graduada em Pedagogia. Mestre em Educação, Linguagem e Tecnologias. Pós-Graduada em Docência Universitária. Especialista em Educação a Distância. Formação em Coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC). Formação em Neuro Coaching e Gestor Coaching. Membro de Equipe de Constelações Sistêmicas e Organizacionais. Ampla experiência com equipes, atendimento a públicos variados e formação humana. Especialista em Desenvolvimento do Potencial Humano, Inteligência Emocional e Psicologia Positiva. Certificada em Eneagrama, Storytelling, MBTI, Dinâmica da Espiral, DISC e Modelo Disney de Gestão de Pessoas e Qualidade de Atendimento. Consultora e palestrante na área de Gestão de Pessoas e Carreira, Desenvolvimento Humano. Professora dos cursos de MBA Executivo em Desenvolvimento Humano & Psicologia e MBA Gestão de Pessoas por Competências, Indicadores e Coaching do IPOG.