Um dos profissionais mais importantes e essenciais para a administração da justiça, o advogado é acionado quando um indivíduo possui uma lide, isto é, um conflito e este necessita de uma interferência do Estado para ser solucionado, ou ainda quando necessita de conhecimento jurídico suficiente para produzir um documento ou mediar uma solução.
No entanto, antes de chamar este profissional é comum que as pessoas tenham a seguinte dúvida: como contratar um bom advogado?
Se você já se questionou assim, alguma vez, fique atento à leitura deste artigo. Conversamos com a advogada empresarial e professora do MBA em Gestão Jurídica do IPOG, Dra. Larissa Junqueira Reis Bareato, que destacou pontos importantes sobre o processo adequado para a contratação de um advogado.
A figura deste profissional se faz essencial quando, por exemplo, uma pessoa tem a sua liberdade restringida por ter cometido um ato ilícito ou por responder por alguma dívida ou alguma acusação. No entanto, existem exceções que, apesar da lide, são problemas que podem ser resolvidos em juizados, sem a interferência deste profissional.
O que é preciso saber antes de contratar um advogado?
Quando a pessoa necessita de um bom advogado para intermediar o seu posicionamento diante da justiça, é necessário se atentar a algumas questões. Infelizmente, assim como em várias profissões, alguns advogados agem de má fé com seus clientes e tornam seus problemas maiores do que já eram.
Por isso, antes de contratar um bom advogado ou advogada é indispensável considerar:
1. A área de atuação do profissional
Um advogado não consegue ser bom em todas as áreas. Se você já ouviu algum profissional afirmar isso, desconfie! O importante aqui é identificar qual é a área que abrange o seu problema e procurar por um advogado especializado nesta mesma área, seja ela cível, trabalhista, familiar, dentre outras.
2. As referências do advogado
Antes de contratar um bom advogado busque por informações sobre ele. É importante conferir suas qualificações, tarefa que pode ser feita na página da Ordem dos Advogados do Brasil, onde é possível acessar um Cadastro Nacional da Advocacia.
O próprio advogado, ao ser consultado, pode informar sobre seus referenciais e clientes de sucesso. Assim, o cliente consegue buscar no mercado a confirmação e validação dessas informações. É o famoso “boca a boca”, como explica a professora.
3. Consulte dois ou mais advogados
É indicado não fechar contrato diretamente com o primeiro advogado que consultar. Converse todos os pontos com alguns advogados. Entenda as posições de cada um, dialogue abertamente e tente identificar o domínio e experiência de cada um a partir de suas posições sobre o problema que precisa ser solucionado.
4. Perceba como o advogado atua na prática
Tente identificar se o escritório tem um atendimento de qualidade e se realmente existe uma prestação de informações para o cliente. Um dos maiores problemas constatados na relação entre advogado e contratante é a falta de contato entre ambos.
Além disso, saiba como cada advogado cobra os seus honorários, como é feita essa cobrança e de que forma ela pode ser negociada.
5. Leia todo o contrato antes de assinar
Salvo situações de perigo iminente, desconfie e corra do advogado que fecha serviços sem contrato! Toda contratação, segundo a professora, deve obrigatoriamente ser assinada por ambas as partes. Ele funciona como um manual de instruções, por isso não dispense sua leitura e verifique cada cláusula.
Como aponta a professora, o maior erro das pessoas na hora de acionar um advogado é optar pelo serviço mais barato. O menor preço nem sempre garante o melhor resultado. Nesse sentido, Larissa destaca o quanto é importante não apenas valorizar a profissão, mas investir em qualificação para que o melhor trabalho possa ser ofertado.
O advogado precisa estudar e fazer bons cursos, ele deve investir na sua carreira e tornar disponível os melhores e mais completos serviços”, diz.
Os principais problemas entre advogados e clientes
Dentre os pontos que mais geram conflitos entre advogados e clientes, a professora Larissa destaca a publicidade. “A publicidade direcionada é, inclusive, proibida pelo código de ética”, afirma. É uma das questões mais discutidas atualmente, visto o impulsionamento de mensagens pelas redes sociais.
O advogado não pode, em hipótese alguma, realizar captação de clientes por vias publicitárias. Nem tão pouco direcionar os seus serviços ao público como se fosse produtos em promoção.
Além disso, um outro problema muito recorrente é a falta de retorno do profissional. Muitos clientes sofrem durante os processos por não receber informações importantes e atualizadas sobre os seus casos.
O advogado precisa dar retorno, seja por telefone ou e-mail, ainda que por intermédio de uma secretária ou estagiários. O cliente precisa ter esse acesso e o próprio código de ética garante isso”, explica Larissa.
Por fim, o locupletamento ilícito é outro problema que, felizmente, tem diminuído bastante com os processos acessíveis na internet, onde o próprio cliente consegue acessar os sites dos Tribunais e verificar o andamento da sua causa. Essa forma de apropriação indébita ocorre quando o advogado, que tem poderes para receber valores em nome do cliente, não repassa devidamente.
Como saber se o cliente foi lesado?
Trata-se de uma questão fácil de ser identificada. Segundo a professora, se for o caso de uma demanda judicial, o cliente pode acompanhar o andamento do processo no Tribunal. Assim, ele pode saber se a sentença sofreu algum recurso, se foi julgado ou se retornou à Vara de Origem para pagamento.
O ideal é que, independente da causa, o cliente peça informações constantemente e se mantenha atualizado ainda que com a secretaria do escritório.
Uma dica é: observe, busque informações com seu advogado e tente sempre validar e confirmar as respostas”, explica.
Caso seja constatado qualquer erro, seja ele cometido propositalmente ou não, o cliente pode procurar a OAB da sua cidade com toda a documentação do processo em mãos e solicitar a representação desse advogado, o qual será julgado pelo Tribunal de Ética e Disciplina. Nesses casos, o profissional pode receber desde de uma simples advertência até a sua exclusão dos quadros da advocacia.
É por isso que é de extrema importância guardar toda a papelada do processo, originais e cópias, desde o contrato, passando por pagamentos e decisões. Quando houver crime de apropriação indébita, por exemplo, o cliente pode recorrer a OAB regional e exigir que seus direitos sejam amplamente cumpridos.
Conheça seus direitos e se informe bastante antes de fechar um contrato. Lembre-se que a advocacia precisa ter como pilares a ética e a disciplina, pontos que devem ser priorizados na hora de contratar um bom advogado.
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