Por que mais idosos estão fazendo faculdade no Brasil?
3 minutos de leitura

Por que mais idosos estão fazendo faculdade no Brasil?

O ensino superior no Brasil está passando por transformações significativas, e uma das mudanças mais marcantes é o crescimento do número de idosos no ensino superior. De acordo com o Mapa do Ensino Superior no Brasil, publicado pelo Semesp, pessoas com mais de 60 anos matriculadas no ensino superior registrou crescimento nas matrículas em instituições privadas entre 2013 e 2023, com um aumento de 22%.

Mas o que motiva esse público a buscar um diploma universitário na terceira idade? Se antes a universidade era vista como um trampolim para o mercado de trabalho, hoje ela representa uma ferramenta de inclusão social, bem-estar e qualidade de vida na terceira idade.

Um novo significado para a educação na terceira idade

A busca pelo ensino superior na terceira idade está diretamente relacionada a mudanças no perfil e nas expectativas dos idosos brasileiros. Hoje, muitos enxergam a fase pós-aposentadoria como um momento para reaprender, socializar e até mesmo empreender. Em vez de enxergar a universidade apenas como um caminho para o sucesso profissional, os idosos agora a utilizam como um espaço de reinvenção pessoal e intelectual.

Dentre os principais fatores que impulsionam essa decisão, destacam-se:

  • Realização de um sonho antigo: muitos idosos não tiveram a oportunidade de cursar uma faculdade na juventude devido a questões financeiras ou familiares. Agora, veem a educação como um objetivo de vida a ser conquistado.
  • Combate ao isolamento social: a universidade proporciona um ambiente de interação e pertencimento, ajudando a reduzir a solidão, um problema que afeta uma parcela significativa da população idosa.
  • Saúde mental e bem-estar: estudos apontam que manter o cérebro ativo por meio do aprendizado contínuo contribui para a prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
  • Atualização profissional e novos projetos: muitos idosos continuam ativos no mercado de trabalho ou desejam empreender, e o ensino superior oferece ferramentas essenciais para essa jornada.

O impacto do ensino superior na qualidade de vida dos idosos

Estudar após os 60 anos vai além do aprendizado acadêmico. A experiência traz benefícios emocionais, sociais e cognitivos. Veja quais são os impactos:

1- Estímulo à saúde mental e cognitiva

Pesquisas indicam que manter o cérebro ativo contribui para a longevidade saudável. Um estudo da Universidade de Harvard revela que o estudo frequente pode retardar o envelhecimento cerebral. Entre os ganhos estão:

  • Melhora da memória e concentração
  • Desenvolvimento do raciocínio lógico
  • Aumento da autoestima e autoconfiança

2- Ampliação da vida social e fim do isolamento

O ambiente universitário favorece o contato com pessoas de diferentes idades, estimulando a troca de experiências e fortalecendo vínculos sociais. Isso reduz a sensação de isolamento, muito comum entre idosos.

3- Novas possibilidades de carreira e projetos pessoais

Mesmo após a aposentadoria, muitos idosos desejam continuar produtivos. A universidade permite:

  • Atualizar conhecimentos em áreas conhecidas
  • Mudar de profissão ou descobrir novas paixões
  • Empreender com mais preparo e confiança

Desafios do ensino superior para idosos

Apesar dos avanços, o acesso ao ensino superior ainda enfrenta alguns obstáculos para a população acima dos 60 anos.

Principais desafios enfrentados:

  • Adaptação à tecnologia: Muitos cursos utilizam plataformas digitais, o que pode ser um desafio para quem tem pouca familiaridade com o ambiente virtual;
  • Limitações financeiras: A mensalidade da faculdade pode ser um impeditivo para aposentados com renda fixa;
  • Falta de políticas específicas: Poucas instituições oferecem programas adaptados ou incentivos para esse público.

Uma nova era para o ensino superior

O aumento do número de idosos nas universidades brasileiras reflete uma mudança cultural e social significativa. A educação deixou de ser um caminho exclusivo para o mercado de trabalho e passou a ser vista como uma ferramenta poderosa para qualidade de vida, bem-estar e realização pessoal.

À medida que as universidades se adaptam para acolher esse público, mais idosos terão a oportunidade de transformar suas vidas por meio do conhecimento. Afinal, nunca é tarde para aprender, crescer e viver novas experiências.

Se você conhece alguém que sonha em voltar para a sala de aula, incentive essa jornada, porque o aprendizado é um dos melhores caminhos para uma vida plena e significativa.

Artigos relacionados

Gestão de Pessoas: Eduardo Teixeira conta como alcançou suas metas profissionais após especialização... Para trabalhar na área de gestão de pessoas na indústria farmacêutica - ou em qualquer outro segmento de mercado - é preciso possuir habilidades sociais, além de muitos conhecimentos técnicos. O executivo e ex-aluno do curso de MBA Gestão de Pessoas por Compe...
Formação de preços: qual a importância para a gestão de custos? A formação de preços é uma tarefa que deve ser feita com seriedade e responsabilidade comercial. Portanto, o profissional responsável por essa área precisa se basear em dados para prevenir eventuais prejuízos de um negócio. Diferentemente do que muitos pen...
As Principais Funções do Líder no Século XXI No ambiente contemporâneo, todo profissional precisa demonstrar um bom equilíbrio entre competências cognitivas, técnicas e socioemocionais. Até bem pouco tempo, conhecer a si mesmo, aumentar a produtividade pessoal, saber trabalhar em equipe e lidar serenamen...

Sobre EQUIPE IPOG