Como funciona a Avaliação Neuropsicológica em idosos?

Senior woman is visited by her healthcare worker at home.

A população está vivendo por um tempo maior e isso é muito bom. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma pessoa nascida no Brasil em 2016 tem a expectativa de viver, em média, até os 75 anos. O estudo realizado em 2011 pelo IBGE sobre o envelhecimento no Brasil aponta que a população idosa, pessoas com 60 anos ou mais, corresponde a 23,5 milhões de brasileiros.

Tem uma música do Arnaldo Antunes que diz: “A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”. E concordo muito com essa frase, realmente, não há nada mais moderno que envelhecer. E chegar nessa fase da vida é uma grande conquista, mas também é um grande desafio.

Juntamente com o processo do envelhecimento, as doenças envolvidas e associadas ao envelhecimento também se tornam mais frequentes. E dentre essas doenças estão as demências. A Neuropsicologia é uma especialidade da psicologia que contribui com o tratamento dessas doenças.

Portanto, nesse artigo abordarei as principais contribuições da avaliação neuropsicológica em idosos e a sua relação no tratamento de demências. Se você quer se informar sobre esse assunto, continue a leitura desse artigo.

Qual a importância da Avaliação Neuropsicológica em idosos?

A Neuropsicologia se compromete, na avaliação com idosos, identificar se as habilidades cognitivas, que são a atenção, linguagem, memória, percepção visual e outras funções executivas, se conferem com aquilo que é esperado para determinada faixa etária ou se elas estão apresentando algum prejuízo além do esperado para a idade do paciente.

O cérebro envelhece e então algumas habilidades cognitivas podem se alterar. Por exemplo, é comum um idoso ficar mais lento, a qualidade da atenção ser um pouco mais limitada, ele pode ter uma dificuldade de velocidade de processamento de respostas. Mas isso só até certo ponto. Não é esperado que isso seja tão intenso e nem é esperado que ele tenha dificuldades significativas para gravar novas informações, para ter raciocínios e assim por diante.

Avaliação neuropsicológica para tratar a demência

A avaliação neuropsicológica em idosos contribui, e muito, para a identificação dos processos demenciais. E cada vez mais, nós Neuropsicólogos contamos com repertório de testes e instrumentos que estão sendo validados pra população brasileira, contemplando essa faixa etária mais avançada.

Um fator muito importante que o profissional precisa saber que esse tratamento não engloba apenas a necessidade de compreender o envelhecimento cognitivo saudável, mas também compreender o perfil cognitivo de cada demência. Como exemplo, a demência de Alzheimer, demência vascular, demência frontotemporal, dentre outros tipos da doença. É fundamental compreender as patologias e acompanhar esse paciente, porque mesmo que a demência não tenha cura, ela tem um tratamento para amenizar os seus impactos.

As intervenções medicamentosas precisam ser associadas às intervenções não medicamentosas. Dentre elas a reabilitação cognitiva, que visa minimizar o impacto das demências no dia a dia do idoso e da família. Além das estratégias de treino cognitivo para tentar diminuir a velocidade da progressão da demência.

Se você tem interesse em atuar nessa área, a Pós-Graduação em Neuropsicologia do IPOG tem um módulo dedicado sobre a avaliação neuropsicológica do adulto e idoso. Por meio de aulas teóricas e práticas você aprenderá estratégias, testes, técnicas, instrumentos e ferramentas e estará apto para atuar no tratamento de adultos e idosos.

E você, o que achou desse conteúdo? Compartilhe nos comentários a sua opinião. Aproveite e leia também o artigo Neuropsicologia Infantil: dificuldades de aprendizagem, diagnóstico e intervenção.

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Rejane Soares Ferreira: Psicóloga pela UnB, Mestre em Psicologia pela UnB, Neuropsicóloga pela PUC, Curso de Avaliação e, Tratamento da Dor Crônica pela USP,  Curso de Psicogeriatria pela USP e Professora do curso de Pós-graduação em Neuropsicologia do IPOG. 
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