Por que existem tantos problemas em obras?

Young asian engineer suffering stress working at construction site

Frequentemente vemos na imprensa notícias sobre obras com uma qualidade questionável. Em algumas, os problemas são tão graves que acabam culminando em tragédias. Mas por que será que isso acontece tanto, já que todas elas são, ou pelo menos deveriam ser, planejadas e executadas por profissionais? Por que ocorrem tantos problemas em obras?

Segundo o professor do MBA Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção do IPOG, Luis Barros, o mercado carece de profissionais que dominem práticas gerenciais e técnicas para melhorar o desempenho da empresa em todos os aspectos.

Essas competências são importantes porque o resultado desse trabalho impacta diretamente na rentabilidade, contribuindo significativamente na sustentabilidade da empresa.

O professor explica que as obras no Brasil têm sido algumas vezes muito mal feitas, no ponto de vista de projeto, execução e até operação, manutenção e uso. “O cliente que está investindo um valor muito alto, em alguns casos, até toda uma vida de trabalho, recebe a obra com rachaduras, problemas na área hidráulica, estrutural, nas paredes laterais, pisos, cobertura e parte elétrica”, pontua o professor. E ninguém fica feliz com esse resultado, não é mesmo?

Gerenciamento de Obras = Redução das Perdas e menos problemas em obras

Luis Barros ainda explica que o Brasil tem buscado desenvolver uma melhor tecnologia na construção civil. Segundo ele, em 2002 a perda nesse setor no país era em torno de praticamente 30%.

Ou seja, a cada três prédios construídos um era perdido em termos financeiros. O gasto era maior, porque tinha desperdício, uso de material indevido, falta de novas tecnologias, de organização e práticas gerenciais diferenciadas por parte dos diretores e empresários”.

O professor explica que o grande erro está em direcionar a preocupação apenas para o “fazer”, mas não focar em fazer por menos e melhor. “A obra acabava sendo realizada a qualquer custo e o cliente pagava esse preço. O processo era eficaz, mas não eficiente e efetivo.  Todos perdiam”, destaca.

O mundo está mudando, o gerenciamento de obras também!

Mas o mundo vem mudando e a sua competitividade cria empresas mais inteligentes que tentam modificar essa realidade, implantando práticas de gestão inovadoras e reconhecidas no mundo, em especial no Japão, desdobrando em eficiência e fazendo-se mais, melhor e por menos. Um processo em que todos ganham, inclusive na redução e otimização de custos.

Por exemplo, quando um operário ia fazer uma alvenaria, ele gastava duas a três horas em determinado trabalho. Hoje você analisa os termos em tempos e movimento, novos materiais e consegue-se reduzir este valor em 30%, além de ter um menor desperdício de material e satisfação do funcionário”, exemplifica Luis Barros.

Segundo o professor, é disso que se trata o Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho. E para dominar essas técnicas, o profissional deve estar em constante busca de conhecimento e capacitação para ser capaz de ter esse novo olhar sobre a obra como um sistema.

O conhecimento cobrado do profissional que lida com a construção civil vem aumentando e exigindo também maior versatilidade e visão sistêmica da edificação. Em geral, a maior parte dos engenheiros que se especializam em projeto de fundações não domina o comportamento das alvenarias, os que lidam com estruturas desconhecem detalhes do desempenho das impermeabilizações e assim por diante.

Em um momento de folha de pagamento enxuta para muitas empresas, a demanda tem sido por profissionais cada vez mais completos.  As empresas têm buscado especialistas que compreendam a obra como um todo e que tenham visão de gestores.

Vantagens de ser um especialista em Gerenciamento de Obras

Luis Barros ainda destaca que o Gerenciamento de obras não só possibilita um melhor planejamento da obra, como também de todos os processos, culminando em uma satisfação geral ao final da execução, em especial do investidor.

“Primeiro trabalha a gestão empresarial, desde o comprometimento exemplar do dono da empresa, passando por diretores, supervisores, a fim de obter bons lucros, motivação da equipe até chegar ao planejamento da obra e sua execução”, pontua o professor.

O objetivo, segundo ele, é realizar a obra em um menor tempo possível, na melhor qualidade e no custo. Dessa forma, o tempo da execução é reduzido, ou seja, entrega no prazo, reduz o desperdício, elimina acidentes de trabalho e ainda causa mais motivação nos funcionários.

Portanto, é possível sim eliminar o número de problemas em obras que vemos todos os dias por aí!

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Luis Cordeiro de Barros Filho: Possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Pernambuco (1982) e mestrado em Engenharia Elétrica - Modalidade Sistemas pela Universidade Federal de Pernambuco (1995). Atualmente é professor adjunto da Universidade de Pernambuco POLI/UPE e FCAP/UPE. Tem experiência na área de Engenharia de Produção, com ênfase em GESTÃO DA EXCELÊNCIA EMPRESARIAL, PLANEJAMENTO, GESTÃO DA MANUTENÇÃO e QUALIDADE. Tem aperfeiçoamento em Gestão da Manutenção pela Universidade do Porto FEUP Portugal. É Instrutor Internacional de TPM certificado pelo JIPM do Japão. Consultor em Pensamento Sistêmico pela Valença & ASSOCIADOS. Diretor Presidente- CEO do IBEC- Instituto Brasileiro de Educação Corporativa; Professor do Instituto de Pos Graduação – IPOG; Auditor Líder de Sistemas de Gestão, certificado pela Nigel Bayer e IRCA International Register of Certificated Auditors. Autor do livro Diretrizes Gerais para implementação da Gestão da Manutenção em Micro e Pequenas Empresas, SEBRAE –PE , Recife - PE. (2004), Instrutor e Consultor Ad Hoc do Ministério das Cidades na área de Gestão Pública, desde março de 2005, sendo um dos Autores do Caderno Técnico de Gestão em Saneamento (2006). Muitos trabalhos publicados em congressos e trabalhos de monografias de pós-graduação e graduação orientadas.