Por que o projeto luminotécnico é tão importante?
3 minutos de leitura

Por que o projeto luminotécnico é tão importante?

IPOG, Projeto luminotécnico

Em um passado não muito distante, acreditava-se que o projeto luminotécnico era o último a ser contemplado nas etapas de idealização de um projeto arquitetônico. Primeiro se concebia o layout da obra por completo, para só depois se pensar na aplicação da luz.

No entanto, com a rapidez que se observam as evoluções e soluções tecnológicas, a luz ganhou um protagonismo desde os primeiros esboços. Pensar no seu melhor aproveitamento e nas formas de se beneficiar dela estimulou, inclusive, a formação de um novo profissional: o Lighting Designer.

Quais as vantagens de se investir em um projeto luminotécnico?

  • Criar diferentes cenários para um mesmo ambiente;
  • Melhorar o aproveitamento da luz ou oferecer a solução ideal na sua ausência;
  • Utilizar soluções eficientes e menos onerosas ou poluentes;
  • Personalizar ambientes e imprimir a sua marca.

A arquitetura e o projeto luminotécnico

Quando o arquiteto inicia um projeto, uma das primeiras etapas é a de análise da incidência solar. Partindo da forma como tal projeto vai ser beneficiado pelo sol é possível já se vislumbrar quais ambientes vão, necessariamente, depender de um projeto luminotécnico mais cuidadoso.

Ambientes que recebem a incidência solar também vão precisar de atenção, obviamente. Até porque a noite chega para todos os cômodos! No entanto, aqueles que precisam de um reforço, inclusive durante o dia, vão obrigatoriamente exigir soluções mais econômicas e de melhor resultado.

Um escritório, por exemplo, que não conta com o reforço da luz do sol, vai precisar adotar soluções de iluminação mais eficientes para garantir a produtividade dos seus trabalhadores. Portanto, pensar no projeto luminotécnico é parte crucial da idealização do projeto arquitetônico como um todo.

É neste contexto que se insere o profissional especializado em utilizar a luz de forma estratégica, o já mencionado Lighting Designer. Ele é responsável pela conjunção da arquitetura com os benefícios da luz, tornando o espaço mais rico e primoroso.

Seu olho clínico é crucial para imaginar como a luz pode modificar o ambiente, e como ela pode oferecer uma estética ainda melhor ao espaço.

Os diferentes aproveitamentos da luz nos projetos luminotécnicos

No entanto, para cada tipo de arquitetura se raciocina a luz de uma forma. Ou seja, uma arquitetura esportiva, necessita de uma luz mais direta, que é totalmente diferente de uma luz residencial, que prima pelo conforto visual, na maioria dos ambientes. Por isso se justifica a importância de um profissional capaz de identificar as necessidades de cada ambiente.

Pensar em um projeto luminotécnico não se restringe apenas a escolher o melhor uso para a lâmpada, mas pensar no uso da luz de forma intencional, para tornar o ambiente mais bonito, seguro, agradável e eficiente”, afirma o arquiteto e coordenador do MBA Design de Interiores e do Master em Iluminação & Práticas Projetuais em Arquitetura do IPOG, Lorí Crízel.

Assim, pode-se compreender que o objetivo de qualquer projeto luminotécnico é andar em conjunto com a arquitetura e corresponder às vontades dos clientes.

Pois cada ambiente tem sua alma e parte da sua alma é a luz”, ressalta Lorí.

Tipos de iluminação para se inspirar e fazer um projeto luminotécnico

Sempre que for pensar em um projeto luminotécnico, lembre-se que é aquele desenvolvido para complementar a iluminação natural presente no ambiente. Levar isso em conta poupa gastos excessivos com colocação de lâmpadas em ambientes abundantes de luz natural. O valor do projeto luminotécnico não está na quantidade de lâmpadas previstas, mas na sua eficiência e no atendimento ao proposto para aquele ambiente.

Iluminação difusa

Esse é o modelo mais comum de iluminação. Caracteriza-se pela lâmpada posicionada ao centro do ambiente, iluminando-o de forma uniforme e sem contrastes. Muito indicada para ambientes que se busca imprimir mais conforto visual como sala e quartos.

A iluminação difusa pode ser contemplada no projeto luminotécnico em conjunto com outras formas de iluminação, como a pontual, ou a cênica.

Iluminação direta

Esse tipo de iluminação concentra o foco de luz sobre um objeto, um ponto de visão ou uma superfície. Pode ser conquistada com uso de spots, de abajures ou luminárias. Esse recurso é muito utilizado quando pretende se dar um destaque especial para algum elemento, como uma obra de arte, por exemplo.

Iluminação indireta

A iluminação indireta é aquela que oferece uma ambientação mais confortável ao ambiente, quase um tom de meia luz. Geralmente é aplicada tendo alguma superfície como gesso para rebater o fluxo luminoso. Com isso, o que se vê é o reflexo da luz espalhando-se pelo ambiente, deixando-o mais intimista.

Agora que você já conhece os principais tipos de iluminação, que tal saber quais são os impactos de uma boa apresentação nos projetos de arquitetura? Conheça também os desafios da humanização dos espaços.

Artigos relacionados

LCC: Ferramenta para Gestão da Qualidade em Obras Constantemente, a gente tem falado aqui no Blog IPOG sobre a importância dos processos para o controle e qualidade da obra, não é mesmo? Isso porque a realização de uma obra envolve uma série de fatores como prazo, custos, recursos, etc. Para que tudo corra...
Como se preparar para abrir seu escritório de Arquitetura? Em uma época em que o empreendedorismo está em alta, na arquitetura a realidade não tem sido diferente. Vários profissionais têm o desejo de construir uma carreira e serem reconhecidos pelo trabalho desenvolvido no seu próprio escritório de Arquitetura. Uma p...
Por que vale a pena aprender sobre Gestão de Projetos de Engenharias e Arquitetura? Antes de falarmos sobre a gestão de projetos, você sabia que com o mundo atual da globalização fazendo com que empresas de outros países venham comercializar seus produtos no Brasil, isso nos coloca frente a uma aceleração do nível de exigências? Cada vez mais...

Sobre Lorí Crízel

Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Católica/RS; Mestre em Conforto Ambiental pela UFRJ; Membro do Comitê Especial Europeu de Pós-Graduação tendo atuado em: Inglaterra, Escócia, País de Gales e França; HA e Concept Designer – País de Gales, Inglaterra e França; Professor, Coordenador de Cursos e do Programa de Viagens de Estudos Internacionais do IPOG; Sócio-Proprietário do Escritório Crízel & Uren Arquitetos Associados detentor do Selo CREA/PR de Excelência em Projeto Arquitetônico; Atividades de imersão nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), Christian de Portzamparc (Paris), BIG (Copenhague), Hassell Studio (Cingapura), AEDAS Architecture (Cingapura), Architects 61 (Cingapura), Design Link Architects (Cingapura), Tandem Architects (Bangkok), DBALP Jam Factory (Bangkok) e X Architects (Dubai); Atividades Institucionais junto ao POLI.Design do Instituto Politécnico de Milão (Itália), McGill University (Canadá) e Universidade do Porto (Portugal).