Na Supply Chain, ou cadeia de suprimentos, é feita a análise desde a extração da matéria prima até a entrega do produto final ao consumidor. Todos os processos pelos quais aquela matéria prima passa estão previstos na cadeia de suprimentos, e no seu desenho logístico.
O grande desafio do profissional de logística da atualidade está em gerenciar, com eficiência, todas as etapas desse processo, garantindo agilidade e redução de custos de transporte que vão incidir diretamente no preço final do produto. Complexo né? Por isso, desenvolvi e coordeno o MBA Logística, Supply Chain & Transportes do IPOG.
Eficiência da Supply Chain
Se o fornecedor imprime agilidade no transporte da matéria prima, ele consegue realizar a entrega dentro do prazo, e com custo mais vantajoso. Saber gerir de forma inteligente esse processo é um diferencial fundamental para o gestor responsável pela condução da cadeia de suprimentos.
Outra parte crucial do processo é saber fazer uma boa gestão de estoque. Trabalhar com estoque cheio é ter dinheiro parado na empresa. O ideal é fazer a reposição com frequência e ter um estoque abaixo da sua capacidade. Para isso, é preciso conhecer a dinâmica do seu fornecedor, ter conhecimento sobre prazos de entrega para nunca parar a linha de produção por falta de insumos.
Uma dica importante para ter uma relação saudável com seus fornecedores é levá-los para uma visita à fábrica e apresentá-lo aos processos produtivos. Assim, ele terá a noção real da importância da matéria prima que fornece para a fabricação do produto. Cria-se vínculo e comprometimento.
Modais envolvidos na cadeia de suprimentos
Ao analisarmos a cadeia de suprimentos, o transporte é um dos principais itens, bem como o mais desafiador deles. No Brasil, o ranking dos modais de acordo com a predominância do uso é a seguinte:
O gestor da cadeia de suprimentos depende da eficiência de tais modais e da escolha mais eficiente para organizar a circulação de matérias primas até escoamento do produto final ao seu mercado consumidor. Uma missão desafiadora que esbarra em questões infraestruturais e muitas vezes têm pela frente que lidar com a precariedade das rodovias e da ineficiência (morosidade) dos portos brasileiros para conseguir atingir seus objetivos.
Supply Chain na prática – Um estudo de caso
Agora que apresentamos as bases da Supply Chain, cadeia de suprimentos, vamos partir para um exemplo prático que detalha o seu funcionamento. Para isso, escolhemos falar da cadeia produtiva da cerveja.
Da manipulação da água, lúpulo, cereais malteados e leveduras nasce uma das bebidas mais aclamadas pela humanidade: a cerveja. Imagine quantas etapas estão contempladas até que a bebida chegue ao copo do consumidor? Quantos controles de estoque são necessários para garantir que a cervejaria mantenha sua produção inalterada?
“Por analogia, podemos dizer que o gestor da cadeia de suprimentos atua como se fosse o maestro de uma orquestra coordenando vários instrumentos que precisam estar em perfeita sincronia.”
Lembre-se sempre:
- Todo estoque parado é um desperdício de dinheiro;
- Invista no treinamento de seus fornecedores para que eles entendam a complexidade da sua linha de produção;
- Sempre estabeleça relações ganha-ganha. Quanto mais equalizada estiver a cadeia de suprimentos, melhor será sua rentabilidade
Desafios da infraestrutura brasileira
Um dos grandes desafios do cenário nacional é trabalhar com o chamado “custo Brasil”, elevado pela falta de investimentos maciços em infraestrutura. Portanto, o investidor se sente desestimulado diante dos obstáculos para escoar sua produção. Com isso, perdemos competitividade diante de nações que não poupam recursos para aprimorar seus modais.
O setor do agronegócio, um dos principais geradores de riquezas, sente anualmente o impacto negativo diante do escoamento da produção. Ano após ano, o Brasil bate recordes de produção de soja. Só que cerca de 30% desta produção é perdida durante o transporte, o que faz com que o Brasil perca competitividade para os Estados Unidos.
Caso a soja brasileira contasse com a infraestrutura logística disponibilizada pelos Estados Unidos, seria muito mais barata. Quanto melhor for a nossa infraestrutura, mais riquezas iremos circular sem desperdício, e geraremos mais opções de arrecadação.
Um bom gestor tem que trabalhar com aquilo que está à sua disposição. Se eu não tenho boas rodovias no trajeto que preciso percorrer, preciso analisar outras opções. Isso vai depender do modelo logístico que esse gestor vai criar; quais rotas ele vai traçar.
É preciso acompanhar preços e custos de transportes. Estar ligado às condições de cada um dos modais e desenvolver uma visão dinâmica, pois a cada dia as coisas podem mudar.