IPOG Cast Ep. 4 – Estruturas de Concreto: Qualidade e Mercado
Concreto – o segundo material mais consumido no mundo, foi o tema do quarto episódio do IPOG Cast. Durante o encontro, Ronan Maia, CEO do IPOG, junto com os convidados Sergio Botassi, professor e coordenador das pós-graduações em engenharia do Instituto, o engenheiro civil Bernardo Porto e o construtor Leonardo Menezes exploraram as nuances que envolvem estruturas na construção civil, com foco na qualidade, mercado e produtividade.
O concreto sustenta quase todos os lugares por onde estamos e passamos todos os dias, de acordo com Bernardo Porto, cada habitante do mundo utiliza cerca de um metro cúbico de concreto a cada ano. Nesse cenário, fica evidente a importância deste componente dentro das obras e infraestrutura e, por isso, os convidados compartilharam durante o encontro insights sobre o impacto do setor e boas práticas, as oportunidades para inovar dentro da cadeia construtiva, as aplicações de técnicas mais sustentáveis, as relações entre qualidade e produtividade, dentre outros temas.
Responsabilidade social no mercado de estrutura de concreto
No âmbito da sustentabilidade, Bernardo Porto levantou os principais desafios existentes no mercado no que se refere aliar tecnologia e sustentabilidade para o setor, pensando em promover a redução dos gases de efeito estufa emitidos em decorrência do concreto, ao passo em que busca caminhos para manter a qualidade deste material.
“A tecnologia deste recurso vem avançando muito, vamos ter que parar um pouco e rever esses conceitos novamente, este componente não vai evoluir, mas nós vamos ter que pensar na sustentabilidade. Hoje, a cada tonelada de concreto produzida, uma tonelada de CO2 é emitida. Então nós vamos ter que encontrar por meio da tecnologia, um caminho mais sustentável, e aí a gente vai precisar dos consultores e dos clientes. Vamos ter que mudar a dinâmica do negócio, não dá para continuar do jeito que está. Nós vamos perder qualidade? Não. Nós vamos ter que rever conceitos e qualidades de controle”, aponta o empresário Porto, diretor da Realmix Concreto.
Desafios na execução de fundações e estrutura de concreto
É comum enxergarmos custo e qualidade como polos opostos, uma oposição que exige sacrifícios para alcançar um ou outro. No entanto, “custo direto não é necessariamente um gasto elevado, porque ele pode se refletir em um processo executivo mais eficiente, mais produtivo e que gera mais economia no final, com uma visão estratégica e mais ampla. Em linhas gerais o que se percebe muitas vezes é que há esse conflito de achar que a qualidade onera o projeto”, conforme destacado pelo professor Sérgio Botassi, propondo uma abordagem holística que integra ambos os conceitos em um único objetivo: concreto de alto valor agregado.
No bate papo ficou claro que essa visão abrangente permite reconhecer que um concreto com qualidades especiais pode, na verdade, gerar um melhor retorno no longo prazo. Isso se deve à maior durabilidade, à menor necessidade de manutenções e à otimização do tempo de obra, fatores que contribuem para a redução de custos indiretos e garantem a satisfação do cliente final.
Produtividade x Qualidade
O mercado da construção civil enfrenta um novo e desafiador cenário: a escassez de mão de obra qualificada. Essa realidade, que se estende desde funções básicas como serventes até cargos mais especializados como mestres de obras, exige dos engenheiros uma mudança de paradigma na gestão de seus talentos.
De acordo com o o engenheiro Leonardo Menezes, Gerente de Obras da Terral Incorporadora, a formação de equipes internas se torna crucial para superar esse obstáculo. Por meio da identificação de talentos e no investimento em treinamento e capacitação, as empresas podem construir times aptos a atender às demandas do mercado.
O empresário Bernardo destaca ainda que “o mercado de construção hoje está mais consciente de que a produtividade e o cumprimento de prazos são fundamentais, mas não podemos deixar de lado a qualidade. Não é razoável se fazer uma estrutura de concreto, sendo que você não tem uma armadura bem definida, uma equipe bem treinada. Acredito que a maior dificuldade que nós estamos tendo é a mão de obra. Estamos hoje com um mercado altamente aquecido e uma dificuldade absurda de trabalhadores e isso impacta na qualidade, infelizmente.”
A escassez de mão de obra na construção civil é um desafio real, mas também representa uma oportunidade para as empresas a buscarem soluções inovadoras e investirem no desenvolvimento de seus colaboradores. Por meio da formação de equipes internas, o setor contribui para a retenção de talentos, a redução da rotatividade de funcionários e, consequentemente, o aumento da competitividade no mercado.
O quarto episódio do IPOG Cast apresenta uma visão abrangente do mercado de estruturas de concreto, destacando a importância da sustentabilidade, a necessidade de colaboração entre os diferentes agentes envolvidos na obra, qualidade, produtividade, custo-benefício e as inovações no setor. Nesse viés, as experiências e insights compartilhados pelos especialistas podem ser valiosos para profissionais da área da construção civil que desejam se atualizar sobre as últimas tendências e aprimorar suas habilidades no mercado.