IPOG na InterFORENSICS: entrevista com Dr.Itiel Dror da University College London

A InterFORENSICS, maior conferência integrada de Ciências Forenses da América Latina, contou com a participação de renomados palestrantes nacionais e internacionais. No primeiro dia do congresso, o Doutor em psicologia pela Harvard University e Professor da University College London, Dr.Itiel Dror, ministrou a palestra “Cognitive Forensics: The New Frontier in Forensic Sciences” (Forenses Cognitivas: A nova frente das Ciências Forenses).

O Dr. Itiel Dror é considerado o principal pesquisador em aspectos cognitivos relativos à prática das ciências forenses no mundo. A sua palestra abordou a relação do entendimento da mente humana com a importância dos fatores cognitivos nos processos de investigação forense.

O professor reforçou que o trabalho dos especialistas forenses pode ser mais eficiente com a utilização de aspectos cognitivos. Em uma investigação é fundamental entender o motivo que levou a pessoa tomar a decisão que a colocou como suspeita de um delito. Para isso, é necessário ter profissionais qualificados que compreendam o raciocínio da mente humana para poder desenvolver uma perícia e tomar decisões de forma assertiva.

O Dr. Itiel Dror concedeu uma entrevista exclusiva para o IPOG e nos apresentou mais informações sobre a sua área de pesquisa forense. Confira:

Conte-nos um pouco mais sobre a sua área de expertise:

Minha área de especialização é o cérebro humano. Busco entender como indivíduos processam informações e como tomam decisões. Minha contribuição para a área de ciências forenses e suas diversas áreas é colocar aspectos cognitivos em voga nos processos investigativos, afinal, é um momento de observar e entender um ser humano. Ter uma concepção de como a mente humana funciona é essencial!

Quais são os desafios atuais nesta área cognitiva das ciências forenses?

A mente humana não é uma câmera, embora diversas pessoas imaginem que seja. Nós trazemos informações e conhecimentos do passado que guiam as nossas decisões e ações. Entender a mente como algo amplo e que não podemos controlar como um aparelho tecnológico é atualmente um dos maiores desafios da área.

Apesar desses desafios, como o senhor desenvolve este trabalho?

Tenho trabalhado em diversos países, dentro de várias áreas das ciências forenses para auxiliar na melhoria de processos de decisão de investigadores de inúmeros órgãos. Levando em consideração a forma com que os seres humanos processam informações e a partir delas tomam suas decisões. Não de uma forma fria e racional, porque se o aspecto humano não for levado em consideração no processo de tomada de decisão, acabamos perdendo a oportunidade de melhorar a qualidade da investigação. Costumo até brincar que minha palestra deveria se chamar “Porque pessoas inteligentes fazem coisas estúpidas?”.

Qual a sua opinião sobre o InterFORENSICS 2017?

É um ótimo evento, muito bem organizado e muito impressionante! Me sinto honrado de estar aqui.  E digo isso sendo um pesquisador que esteve na China há poucos meses, vou para o Japão, Singapura, EUA, Inglaterra e diversas áreas do mundo para falar sobre aspectos cognitivos nas ciências forenses. É extremamente importante reunir cientistas para que juntos possamos desenvolver formas de servir a sociedade da melhor forma possível.

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