A Investigação Apreciativa é uma temática que vem sendo aplicada mundialmente no meio organizacional. A sua aplicabilidade é bastante voltada para uma mudança nas organizações. E o melhor, essa metodologia é extremamente prática e aplicável a partir de etapas de fácil compreensão.
O que é Investigação Apreciativa?
A Investigação Apreciativa é uma metodologia de mudança, criada em 1980, na concepção de uma tese de doutorado de David Cooperrider. Essa metodologia tem princípios que embasam essa teoria.
A partir de sua pesquisa, o autor observou que as pessoas estavam muito mais abertas a mudanças e se permitiam muito mais mudar, quando eram questionadas a respeito do que era positivo e não do que era negativo, ou do que lhes faltava.
Segundo a professora do IPOG, Andréa Perez, que ministra a Disciplina de Investigação Apreciativa no MBA Executivo em Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva e o Curso de curta duração de Inteligência Emocional e Psicologia Positiva Aplicada às Organizações, essa metodologia é construída acreditando que as organizações não são apenas para a correção dos erros, que não são feitas apenas para solucionar problemas. Defende que as instituições precisam valorizar os recursos que elas têm, seus recursos humanos.
Parte do princípio de que já existe algo que deve ser absolutamente considerado como bom na organização e que esse bom deve ser extremamente potencializado.
Como a Investigação Apreciativa é aplicada?
Por meio de inquérito ou investigação sobre o que é apreciável. E como bem destaca a professora, inquerir nada mais é do que fazer perguntas. Ou seja, é fazer um inquérito sobre o que é apreciável dentro da organização. Buscando sempre identificar aquilo que pode vir a ser potencializado.
Andréa Perez explica que um dos princípios que é muito forte dentro da metodologia da Investigação Apreciativa, é o principio Construtivista. “Porque dentro dessa temática, a partir do inquérito, que são perguntas, a gente faz com que as respostas construam uma realidade e que essa realidade quando vislumbrada num futuro, possa antecipar ações no momento presente”, destacando que coaduna com o princípio Antecipatório e da Simultaneidade.
Além disso, segundo ela, dentro do inquérito também há uma preocupação no resgate dos sucessos, das conquistas e dos valores das pessoas que participam de qualquer tipo de sistema na organização.
Ou seja, não precisa ser a organização como um todo. Pode ser apenas um sistema dentro dela. Um departamento, uma seção, ou até mesmo um grupo de lideranças, um grupo de projetos, enfim…onde haja um grupo.
Porque a metodologia da Investigação Apreciativa emana do grupo o melhor dessa organização, o que ela tem de mais essencial. O que a gente chama de Núcleo Positivo“.
A metodologia pode ser aplicada por um profissional do RH, ou então por um líder que utilize essa metodologia, após ser treinado, para conduzir os trabalhos da sua equipe a partir da Investigação Apreciativa.
E como descobrir o Núcleo Positivo na minha empresa e aplicar a Metodologia?
Deseja encaminhar para a área técnica?
Se você não tem acesso aos arquivos HTML do seu site, envie o código de incorporação e as instruções para o responsável pelo site na sua empresa.
Segundo a professora do IPOG, a metodologia da aplicabilidade modelada é conhecida como CICLO 4D. São quatro passos que vão desde a descoberta desse Núcleo Positivo na organização até a aplicação do método em busca dos resultados.
Confira as etapas:
Depois de definido o Tópico Afirmativo, ou seja, qual é o foco, o tema, o propósito da Investigação Apreciativa, seguem-se as etapas:
1) Discovery – Descoberta:
Autores afirmam que toda organização concebe e tem um núcleo positivo e que esse núcleo precisa ser descoberto.
Então, nessa descoberta vai se investigar exatamente quais são esses sucessos organizacionais, em que essas pessoas tiveram conquistas, quais são seus principais valores e melhores qualidades. Então, tudo é voltado para essa perspectiva de passado, de onde é extraído o melhor. Nada de derrotas, fracassos, falências, tudo é em torno do positivo em função do apreciativo da temática.
2) Dream – Sonho:
Faz com que esse grupo de pessoas visualize o melhor futuro, o futuro ideal, o futuro sonhado, o futuro positivo.
acreditando que visualizar esse futuro positivo acaba fazendo com que, por meio das questões, você simultaneamente crie esse momento presente a medida em que você responde.
Também é extraído desse momento, assim como em todos os momentos do ciclo, o melhor dessa organização, dos participantes e deste sistema que está sendo trabalhado.
3) Design – Planejamento
Depois de identificar o futuro ideal na fase anterior, agora é hora de planejar como alcançá-lo.
Por isso, nessa fase da investigação apreciativa, serão pensadas ações de planejamento de mudanças (às vezes a nível organizacional, de processos, de equipes) que possibilitem que você chegue a esse futuro ideal.
4) Destiny – Destino
“A gente costuma dizer que essa fase da investigação apreciativa é você já com um pé nesse futuro tão sonhado”, explica a professora do IPOG.
Neste momento, começam a ser colocadas quais serão as primeiras ações para começar a concretizar esse futuro ideal. Ou seja, é hora de colocar a mão na massa e ver a mudança acontecer!
Investigação Apreciativa e suas contribuições
Então é uma temática que vem sendo mundialmente aplicada por vários profissionais.
É muito interessante porque o inquérito é bem lúdico às vezes, na forma como é elaborado pelo profissional. Ao dizer, por exemplo, imagine se eu tivesse uma lâmpada mágica, que pedidos de um mundo ideal eu faria? Ou então: Se eu tivesse uma bola de cristal, que futuro eu visualizaria? Portanto, é tudo concebido a partir de aspectos positivos e por isso está tão ligado à Psicologia Positiva.”
Portanto, segundo Andréa Perez apesar de ser um tema que surgiu antes da Psicologia Positiva, ele foi abraçado por ela por serem abordagens extremamente casadas.
Inclusive, a partir da Investigação Apreciativa já existem modelagens como a Liderança Apreciativa e o Coaching Apreciativo, que utilizam também dessa mesma concepção metodológica em outros tipos de processos.
Essa forma de abordagem pode ser aplicada em inúmeros domínios da vida, explica. Ou seja, “apesar de ter sido concebida no ambiente organizacional, visando a mudança organizacional, vale para qualquer área da vida”, pontua.
Isso ocorre porque a Investigação Apreciativa parte do princípio de que existe algo que é maior que o indivíduo. É o coletivo. A abordagem do inquérito, nesse contexto organizacional, visa emanar essa verdade coletiva das pessoas.
Pode também ser aplicada inclusive em processos de Coaching, como um modelo assim como G.R.O.W, ou seja, às vezes, como uma proposta der aplicação individual, incluindo-se, dessa forma, ao lado dos modelos de Strengths-Based Approaches.