Entenda porque o Design de Interiores não é mais o mesmo

Modern Loft Interior scene - Living room with kitchen.

Fazer um projeto é um desafio. É preciso unir criatividade, estética, funcionalidade e é claro, sempre lembrando de humanizar o ambiente. Por isso é que o Design de Interiores tem sido uma área muito visada ultimamente.

E assim como a sociedade passa por uma constante evolução, os projetos também evoluem. Até porque todos os itens que o compõem também lidam com este processo ao passar do tempo: tipos e usos de espaços, materiais, tecnologias, etc.

Por isso, o alerta foi feito logo no título: o Design de Interiores não é mais o mesmo. As demandas são diferentes e essa mudança contínua no mercado exige profissionais atentos e prontos para se adaptarem diante das constantes transformações.

Mas afinal, que mudanças foram essas no Design de Interiores?

1) Mudança de comportamento do consumidor

Já reparou na quantidade de programas de TV sobre decoração e reformas que surgiram nos últimos tempos? Isso estimula as pessoas a se interessarem mais por decorar e modificar suas casas e ambientes de trabalho.

Outro ponto importante: já percebeu como todas as áreas ligadas à construção têm apresentado ideias sustentáveis? Essa proposta parte do pensamento de preservação do meio ambiente para ampliar o tempo da vida humana na Terra, diante dos recursos escassos que o planeta tem a nos oferecer.

Parecem situações sem muita conexão, mas mostram uma mudança de comportamento do consumidor. As pessoas têm se interessado mais por viver em um ambiente agradável visual e funcionalmente. Além disso, buscam uma espaço que respeite a natureza e dependendo da proposta, que seja acessível também.

Cada um desses pontos revelam oportunidades para os Designers de Interiores.

Oportunidades de um mercado novo e que se abre. Mas é preciso estar ali quando a porta abrir e oferecer a proposta atendendo à necessidade do cliente. Ou seja, não apenas oferecendo uma decoração, mas a experiência de estar em um espaço com funcionalidades.

Além disso, muitos escritórios de arquitetura também contratam esses profissionais para trabalharem juntos em projetos. Com essa união, ganha o cliente e quem presta o serviço, por atender a demanda oferecendo um pacote completo.

2) Espaço no mercado de trabalho Design de Interior

O surgimento de um consumidor mais antenado foi importante para gerar oportunidades no mercado de trabalho.

Existem pessoas que preferem contratar Designers de Interiores autônomos e que já ofereçam um pacote completo como por exemplo consultoria, compra do mobiliário, etc. No entanto, também existem aqueles que apreciam a sensação de estar montando a própria casa/ escritório, mas não têm a mínima ideia de por onde começar.

Por isso, muitas empresas de decoração têm investido na contratação de designers de interiores. Estes profissionais auxiliam os clientes na escolha do mobiliário, dos itens de decoração como arranjos e peças e ajudam a pensar a composição do ambiente como um todo.

A presença dos Designers de Interiores nas lojas contribui para:

  • Compras mais assertivas
  • Clientes mais satisfeitos
  • Maior garantia de fidelização.

Logo, a presença dos profissionais no estabelecimento se torna um ponto positivo para aumentar o faturamento. Daí a valorização cada vez maior.

3) Nichos

A cada dia a demanda por ambientes mais detalhados, mais personalizados têm dado destaque ao Design de Interiores. Hoje, a procura acontece tanto por projetos residenciais, como comerciais e corporativos (escritórios, por exemplo).

Isso porque o Design de Interiores deixou de ser visto como uma ferramenta supérflua apenas para “deixar o ambiente mais bonito”.

Compreende-se cada vez mais a importância de ter um ambiente funcional e que aliado ao projeto arquitetônico, oferecerá uma experiência a quem passar por ali.

Afinal, os ambientes, as cores utilizadas, podem sim influenciar no comportamento de quem passa por eles.

Segundo o coordenador da Pós-Graduação do IPOG, Design de Interiores – Ambientação e Produção do Espaço, Lorí Crízel, essa percepção provocou uma mudança no mercado. Antigamente os profissionais atendiam a tudo e de todas as formas.

Hoje não mais. Os Designers de Interiores passaram a atender nichos específicos. “O mercado começa a ficar mais exigente em todas o setores: residencial, corporativo, comercial. Hoje o mercado faz com que os profissionais sejam mais vinculados e especializados em determinada área”, explica o coordenador.”

Para Lorí, é fundamental que o profissional conheça os possíveis nichos e escolha um deles para atuar. Ele explica que no curso do IPOG, por exemplo, existem disciplinas tanto teóricas como práticas sobre a realidade do mercado, para que a partir disso, o aluno possa perceber com qual desses nichos ele mais se identifica.

O que fazer para acompanhar as mudanças?

Se especializar. Não há outro caminho. Apenas buscando novos conhecimentos e aprendendo com quem já atua no mercado é possível compreender as transformações que estão acontecendo.

A capacitação profissional é fundamental. Trabalhar com nichos é saber que ao pensar em um projeto para uma loja de roupas, por exemplo, é preciso refletir primeiro sobre o público-alvo deste estabelecimento comercial.

Logo, quem se especializa em nichos no Design de Interiores oferece projetos que trarão ambientes bonitos, bem decorados, mas principalmente, funcionais e lucrativos. Pois em uma loja de roupas, por exemplo, é preciso atrair o cliente para dentro do local e oferecer uma experiência agradável naquele espaço, para que ele permaneça ali e faça a compra.

É importante lembrar sempre de que o Design de Interiores, resolve problemas:

“A criatividade em Design só tem valor quando gera conceitos que resolvam o problema proposto. Isso começa pela compreensão e escolha da abordagem adequada em cada caso específico”.
PHILLIPS, Peter L. Briefing: A Gestão do Projeto de Design. Ed, Blucher, 2008.

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Lorí Crízel: Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Católica/RS; Mestre em Conforto Ambiental pela UFRJ; Membro do Comitê Especial Europeu de Pós-Graduação tendo atuado em: Inglaterra, Escócia, País de Gales e França; HA e Concept Designer – País de Gales, Inglaterra e França; Professor, Coordenador de Cursos e do Programa de Viagens de Estudos Internacionais do IPOG; Sócio-Proprietário do Escritório Crízel & Uren Arquitetos Associados detentor do Selo CREA/PR de Excelência em Projeto Arquitetônico; Atividades de imersão nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), Christian de Portzamparc (Paris), BIG (Copenhague), Hassell Studio (Cingapura), AEDAS Architecture (Cingapura), Architects 61 (Cingapura), Design Link Architects (Cingapura), Tandem Architects (Bangkok), DBALP Jam Factory (Bangkok) e X Architects (Dubai); Atividades Institucionais junto ao POLI.Design do Instituto Politécnico de Milão (Itália), McGill University (Canadá) e Universidade do Porto (Portugal).