Iniciativas públicas e privadas aumentam a demanda por profissionais de engenharia ferroviária

O setor ferroviário foi o primeiro negócio de amplo desenvolvimento do país, fortalecendo o empreendedorismo, o sistema empresarial e alterando o mapa econômico, social e político de um Brasil de 1854, resultado da antiga Estrada de Ferro Mauá, inaugurada por dom Pedro 2º, segundo e último imperador do Império do Brasil.

A história parece velha, mas a parceria pública-privada faz atualmente da Engenharia Ferroviária uma das opções mais visadas para especialização de engenheiros.

Mesmo que a malha ferroviária brasileira ainda não seja referência no quesito logística de transporte por conta da quantidade de vias férreas inutilizadas, deterioradas ou abandonadas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) observa o cenário como uma oportunidade de revitalizar os contratos de concessão ferroviária existentes para incluir novos investimentos, compartilhamento de malhas e um prazo mais abrangente para investimento em construção de novas linhas férreas.

Essa atitude atribuiria ao Brasil um modal de transporte mais econômico, eficiente, menos poluente e mais seguro no transporte de grandes volumes de carga.

Para isso, diversas empresas privadas vêm incentivando o estudo da Engenheira Ferroviária para maximizar a implantação efetiva dos novos projetos em ferrovias.

E você? Está preparado para assumir cargos de liderança neste imenso e promissor setor ferroviário?

A profissão está em ascensão?

Segundo a Associação Nacional de Transportes Ferroviários (ANTF), desde a privatização do setor, em 1990, a malha ferroviária vem recebendo investimentos na casa dos 50 bilhões de reais para melhoria da malha existente e expansão de alguns trechos.

Porém, para Tarcísio Jaco Horn, Coordenador do Comitê de Gente da ANTF, o maior desafio da indústria ferroviária é encontrar profissionais qualificados em diversos setores: obras de superestrutura ferroviária, operações de trens (agentes de estações e maquinistas) e também de profissionais de mecânica e elétrica para área de locomotivas e vagões, que tenham nível de engenharia com especialização em suas respectivas áreas.

Ou seja, uma ótima oportunidade de inserção e desenvolvimento para os profissionais de Engenharia.

Com o objetivo de aperfeiçoar esse panorama, inúmeros cursos voltados para área ferroviária estão sendo desenvolvido e oferecidos nas principais regiões de atividade do setor, como os estados da região Norte e Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte) assim como na região Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

A fim de tornar real a expansão do setor ferroviário e reduzir os gargalos logísticos do país, os cursos de especialização em Engenharia Ferroviária tem o intuito de qualificar profissionais das mais diversas áreas da engenharia, como: civil, mecânica, elétrica, ambiental, segurança do trabalho, produção, dentre outra, além de cursos correlatos como administração, economia, logística e os chamados cursos tecnólogos.

Bastante amplo, não é?

Essa amplitude não visa a retenção de aluno, mas o desenvolvimento da visão integrada da mão-de-obra e de todas as operações que permeiam a área ferroviária, desde os setores administrativos até as áreas operacionais ligadas a segurança, produtividade, metodologia, recursos humanos, gestão, entre outros, chegando a áreas de execução de projetos e de manutenção ferroviária.

O que faz um engenheiro ferroviário?

Um engenheiro ferroviário pode atuar em diversas áreas, como gerenciamento de projetos, gerenciamento das operações de carga, manutenção de ferrovias, planejamento, execução e fiscalização de linhas férreas, confira mais algumas delas:

• dinâmica de interação veículo-via em ferrovias de carga (Heavy Hall) e passageiros (metroferroviária);
• projeto e manutenção de material rodante;
• projeção, inspeção e manutenção de veículos automotivos para manutenção e instalação de vias, bem como controle de qualidade;
• sistema de comunicação metroferroviário;
• prevenção e investigação de acidentes ferroviários e metroviários;
• legislação e gestão de empreendimentos metroferroviários.

Como está o mercado ferroviário?

Engenheiro ferroviário, Operador de ferrovia, Maquinista, Técnico em trilhos ocupam, respectivamente, as 5º, 6º, 7º e 8º posições entre as 10 profissões mais procuradas pela companhia de mineração Vale.

De forma recorrente, a Vale contrata profissionais com formação em Engenharia de Produção, Mecânica, Elétrica, Civil, Metalúrgica, Material, Eletro-eletrônica, de Controle e Automação e Mecatrônica.

Esses profissionais são responsáveis por todas as operações nas ferrovias da empresa, que mantém uma malha ferroviária de cerca de 10 mil km, cruzando 400 municípios, que são as EFC e EFVM.

E não é só a Vale que incentiva o avanço para o setor ferroviário, pois temos as demais concessionárias ferroviárias (MRS, VLi/FCA, Rumo, MRN, FTC e Ferropar), além das iniciativas públicas que vêm fomentando ainda mais o desenvolvimento da área, abrindo espaço para mais profissionais.

De acordo com o site Vagas, o engenheiro ferroviário no mercado de trabalho pode receber uma faixa salarial entre R$5.000,00 à R$7.500,00, entretanto, empresas que trabalham com construção ferroviária chegam a pagar o piso salarial do engenheiro, que varia de 8,5 a 9,0 salários mínimos (a depender do estado) para o profissional com mais de 3 anos de experiência.

O que vou aprender com uma Pós-Graduação em Engenharia Ferroviária?

Uma pós-graduação em Engenharia Ferroviária pode oferecer uma visão analítica e sistêmica da engenharia do setor ferroviário e metroferroviário em todos os eixos que demandam do mercado.

Um dos cursos mais completos da área é o MBA em Engenharia Ferroviária, a especialização promove o conhecimento específico no setor ferroviário, capacitando profissionais para que exerçam diversas funções dentro de uma empresa, além de permitir interações com diferentes órgãos (controle e operação) sobre assuntos técnicos e teóricos ligados ao transporte ferroviário, englobando construção, manutenção e logística.

Essa especialização foi pensada exclusivamente para suprir a carência de profissionais, na faixa etária entre 30 e 50 anos, no mercado de trabalho. Esses profissionais precisam estar  aptos a assumir grandes projetos ferroviários propostos para o Brasil, preenchendo inúmeras vagas que serão criadas pelas grandes empresas nos próximos anos no país.

Diferenciais do MBA em Engenharia Ferroviária

O corpo docente do curso é cem por cento formado por profissionais que vivem o dia a dia do transporte ferroviário, e não apenas conhecimento teórico, possuindo expertise no assunto a ser ministrado em cada disciplina.

Além disso, as disciplinas buscam fomentar os alunos no quesito prático, propiciando aquisição de um somatório de experiências vividas in loco pelos professores, que poderão ajudá-los na sua formação e desempenho profissional daqui em diante.

Confira a grade curricular completa.

Livros que todo engenheiro ferroviário deve ler

• Estradas de Ferro, de Helvécio Lapertosa Brina, Volume 01 (1979) Volume 02 (1982)

Curso básico de engenharia ferroviária, em 2 volumes, sendo interessante para todos os profissionais que desejam conhecer normas e padrões de construção de Via permanente, começando com a construção da infraestrutura e da superestrutura ferroviária, passando pelo detalhamento de AMVs, truques, rodeiros, sinaleiros, engates, trilhos e outros.

• Manual Básico de Engenharia Ferroviária, de Rui José da Silva Nabais

Esta obra vem apoiar um renascimento do transporte sobre trilhos, oferecendo os subsídios necessários para os estudos, projeto, construção e operação de ferrovias. Reunindo o conhecimento de profissionais com anos de experiência em estudos operacionais, projeto, manutenção e material rodante, o Manual Básico de Engenharia Ferroviária vem suprir a carência de materiais de consulta atualizados e abrangentes em transporte ferroviário, área de crescente investimento da iniciativa privada e do Governo.

• Super e Infraestruturas de Ferrovias – Critérios Para Projeto, de Cássio Eduardo Lima de Paiva

O presente livro aborda os seguintes temas essenciais para a implantação e manutenção de uma via férrea adequada: transporte ferroviário e via férrea; via férrea e sua constituição; dimensionamento do perfil do trilho adequado e das espessuras das camadas da superestrutura; Infraestrutura da via férrea e avaliações do estado estrutural em vias férreas existentes.

• Operação Ferroviária – Planejamento, Dimensionamento e Acompanhamento, de Rodrigo de Alvarenga Rosa

Operação Ferroviária: Planejamento, Dimensionamento e Acompanhamento parte das concepções mais básicas para chegar aos conceitos de circulação de trens e pátios ferroviários, estabelecendo, assim, os requisitos necessários para o estudo minucioso das questões de planejamento, cálculo e gestão de um sistema, sem descartar aspectos importantes como o respeito aos funcionários e ao meio ambiente.

• Planejamento de Transportes – Conceitos e Modelos, de Vânia Barcellos Gouvêa Campos

A proposta deste livro é introduzir profissionais e estudantes no conhecimento do processo de Planejamento de Transportes, apresentando conceitos e modelos que constituem a base para o entendimento desse processo, também importante no desenvolvimento de planos diretores urbano e regional.

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