Muito provavelmente você já ouviu alguém se referir à uma pessoa de sucesso da seguinte forma: “Esse nasceu com a veia empreendedora. É um empreendedor nato.” Por ser uma frase repetida por décadas a fio, transmitida de geração em geração, o que se acaba extraindo dela é que empreendedores nascem assim, e não se tornam alguém de sucesso ao longo da vida. É como se a genética determinasse quem vai ou não ter sucesso nos negócios.
Ainda bem que a ciência existe para desmistificar os ditos populares, ou, em raríssimas vezes, validá-los. Neste caso, um estudo coordenado pelo professor da Universidade de Harvard, Dr. David McClelland, encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mapeou comportamentos comuns adotados por empreendedores ao redor do mundo e chegou à seguinte conclusão: é possível aprender a empreender!
Em síntese, a organização mundial buscava um mecanismo científico que comprovasse a sua luta pelo desenvolvimento das capacidades humanas. Algo que validasse aquilo que ela mesma prega sobre a força transformadora presente nos seres humanos, ao provar que, por meio do empreendedorismo é possível promover o desenvolvimento de toda uma nação.
Por dentro da pesquisa sobre empreendedorismo
O Dr. David McClelland, especialista em analisar o comportamento humano e integrante do corpo docente da Universidade de Harvard, atendeu ao pedido da ONU, que buscava entender as características comuns a pessoas empreendedoras, que dão vazão a suas ideias e comandam seus próprios projetos. Embora o estudo tenha sido conduzido nos anos 60, seu resultado se mostra bastante atual.
No período de dois anos, o pesquisador ouviu mais de 200 empreendedores de sucesso, em três diferentes continentes. Seu principal objetivo era mapear a conduta destas pessoas, buscando identificar pontos comuns que definem o perfil empreendedor. Conforme conduzia o estudo, o pesquisador chegou a fazer a seguinte afirmação:
“O que faz a diferença entre o fracasso e o sucesso é o que as pessoas fazem com os recursos que elas têm.”
A pesquisa, além de identificar as características comuns a todos os empreendedores, chegou a três importantes conclusões a respeito da atitude empreendedora. Veja:
1. Coragem superior à instrução formal
Na década de 60, era mais comum aos empreendedores não possuírem alto grau de instrução. Em troca, eles tinham muita coragem e ousadia para iniciar um novo negócio, mesmo lhes faltando a educação formal. Nos dias de hoje, onde a educação e a tecnologia caminham a passos largos, o sucesso está atrelado a uma soma de fatos, onde entram nesta conta, o investimento em educação e uma boa dose de iniciativa para concretizar ideias. Afinal, já está mais do que comprovado que o conhecimento é um dos pilares para o desenvolvimento de competências.
2. Características comuns
Mesmo vivendo em continentes diferentes, a pesquisa constatou que os empreendedores compartilhavam comportamentos e características comuns diante de seus negócios. Ou seja, há uma certa similaridade na conduta de quem empreende. E ao mapear tais características, é possível que se ensine indistintamente como agir em busca dos objetivos.
3. Resiliência
O que não se divulga a respeito de uma pessoa de sucesso é quanto fracasso ela já colheu em sua vida. Os empreendedores da pesquisa, em média, já tinham ido à falência por três vezes. Isso mostra que, em geral, os empreendedores de sucesso compartilham a capacidade de dar a volta por cima, de superar os fracassos com resiliência e tirando os melhores aprendizados para serem revertidos na próxima iniciativa. Desejamos que você não precise quebrar para levar essa regra a risca, mas que saiba aprender com rapidez diante dos tropeços naturais do mundo empresarial.
Características dos empreendedores de sucesso
Ao todo, o estudo mapeou 30 comportamentos comuns aos empreendedores ao redor do mundo, que foram subdivididos em três grandes temas:
- realização;
- planejamento;
- poder.
E dessas três temáticas foi possível elencar 10 caraterísticas empreendedoras que podem ser ensinadas e praticadas por todas as pessoas, indistintamente. É a aplicabilidade de tais ações que vai lhe imprimir a marca do empreendedorismo no seu dia a dia. Vamos praticá-las?
1. Olhar voltado para identificar oportunidades
Empreender é mais do que dar vazão a uma ideia. É saber ler o que a sociedade almeja, para adaptar a ideia a uma necessidade latente. Na maioria das vezes, resume-se em entregar de forma diferente (disruptiva) aquilo que já vem sendo feito há tempos, agregando diferenciais vantajosos. Não vale o “fazer mais do mesmo”. Portanto, sempre que você for analisar a sua ideia, veja se ela está atendendo a esses quesitos de ineditismo, diferenciais e vantagens.
2. Levantamento de informações
Agora que você validou a sua ideia e viu que ela tem potencial para ser tornar um grande negócio, começa a parte de entender o mercado que ela será inserida. Isso significa que você precisa saber quem já faz algo parecido ao que está propondo fazer, delimitar e conhecer seus concorrentes. Identificar também quem serão seus parceiros, pessoas que entendem melhor do que você de áreas que estão interligadas ao seu negócio, como financeira, tributária, trabalhista. Afinal, não dá para ser um expert em todas as áreas. Tenha certeza, a ideia é sua, totalmente autoral, mas precisará sair do papel com ajuda de outras mãos.
3. Definição de metas
Uma ideia não vira realidade sem ser colocada em prática, caso contrário, estará restrita apenas à mente do seu criador. Grande parte das ideias mais desafiadoras e interessantes não chegam a sair do papel por falta de planejamento e iniciativa. E todo planejamento demanda o estabelecimento de metas. Então, dedique um tempo para estruturar os seus passos, onde pretende chegar em cada etapa do seu projeto, e qual o prazo que você dedicará na execução de cada uma dessas etapas.
Importante lembrar que não se trata apenas de estipular metas e planejar, é necessário ter habilidades para executá-las, um passo indispensável para a obtenção de resultados. Nesse sentido, elaboramos um ebook sobre as 4 Disciplinas da Execução que pode elucidar melhor essa etapa e fornecer ferramentas para você. É gratuito!
4. Planejamento estratégico
Na sequência da definição de metas vem a fase de delinear o planejamento estratégico. Ele consiste basicamente em definir de formas concretas como cada uma das metas será alcançada. Todo planejamento deve conter prazos estabelecidos para o desempenho de cada atividade. Outro ponto importante do planejamento é o estabelecimento do monitoramento de cada uma das etapas concluídas, para saber se elas levaram ao objetivo almejado. Melhor do que caminhar, é seguir ajustando a caminhada de forma mais favorável. É preciso ter a habilidade de adequar os planos rapidamente conforme as mudanças de cenário macroeconômico que todos estamos susceptíveis.
5. Networking
Como foi apresentado anteriormente, mesmo uma ideia autoral não se concretiza sem o auxílio de demais pessoas envolvidas no processo, as quais, na maioria das vezes, entendem mais de determinadas áreas específicas, do que o próprio empreendedor. É necessário estabelecer proveitosas parcerias ao longo do desenvolvimento do projeto para que ele ganhe corpo, musculatura e vida própria.
6. Primor pela qualidade e eficiência
Pessoas que querem ser empreendedoras precisam adotar a postura de sempre fazer mais e melhor do que aqueles que já estão no mercado. O empreendedor busca a melhoria do seu negócio continuamente. Ele sabe que seu sucesso será copiado, portanto está sempre empenhado em se superar. Estabelecer padrões de qualidade e ouvir o seu público alvo auxilia neste processo de aprimoramento contínuo.
7. Assumir riscos calculados
Isso significa que é necessário uma certa dose de audácia para se tirar uma ideia do papel, mas sempre buscando prever pontos falhos, onde o projeto pode demandar mais atenção para que tudo saia conforme o esperado. Assumir desafios é preciso, mas sempre buscando avaliar as melhores alternativas. Ter iniciativa para corrigir erros rapidamente também é fundamental ao empreendedor.
8. Persistência
Capacidade de superar desafios, de ver além dos obstáculos. O empreendedor não cede diante da dificuldade, ele se estimula a superá-la. Adotar uma postura mais focada na resolução e não no lamento dos percalços faz a diferença entre aqueles que tentam, e os que realmente alcançam o sucesso.
9. Comprometimento
Nunca se esqueça de que o projeto é seu. Portanto, seja o exemplo máximo de dedicação e comprometimento a ele. Não basta se cercar das melhores pessoas para lhe auxiliar, se você não transmite motivação e empenho em fazer as coisas darem certo. Cabe a você empenhar uma dose extra de energia para que tudo se alinhe rumo ao sucesso. Não espere que os demais se doem mais do que você ao seu projeto pessoal.
10. Autoconfiança
Se nem você está 100% convencido do potencial da sua ideia, imagina os demais? O empreendedor não só acredita em si, como vê a sua ideia como o seu melhor investimento. Isso será fundamental durante todo o processo, desde a composição de uma equipe, que será atraída pelo seu potencial de expor os resultados almejados, até à concretização final, quando o seu público começa a ser formado. Para se ter sucesso, é preciso transmitir confiança nos pontos de vista que se defende.
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