Dia Mundial da Água: é nossa responsabilidade preservar esse bem finito
2 minutos de leitura

Dia Mundial da Água: é nossa responsabilidade preservar esse bem finito

Dia Mundial da Água

Nos últimos anos a crise hídrica tem sido estampada nos noticiários de forma constante. Somente quando a água passou a faltar nas torneiras das casas foi que a população sentiu profundamente suas consequências. Muitos atribuem essa crise à má gestão dos recursos hídricos, à poluição ambiental e até mesmo à ingerência política.

O fato é que todos esses fatores contribuem para a redução da disponibilidade desse bem essencial para a vida. O uso desregrado do solo, aliado ao desmatamento, por exemplo, tem contribuído consideravelmente para a redução da quantidade de água nos cursos hídricos.

Essa ação antrópica intervém diretamente no ciclo hidrológico, quebrando-o e prejudicando os lençóis freáticos, os quais são responsáveis por alimentar os rios.

Outra questão, não menos importante, é a poluição que tem comprometido a qualidade e a abundância da água. O uso de agrotóxicos na agricultura, o despejo de esgoto e elementos químicos de indústrias, além de outras interferências humanas, prejudicam o abastecimento e podem inviabilizar o sistema de saneamento, o que eleva gastos com mecanismos de manutenção.

Existem políticas públicas que destinam recursos financeiros para o sistema de saneamento, contudo, ainda são insuficientes. Nesse sentido, esses sistemas tornam-se deficitários, ainda mais por não acompanharem a expansão urbana, a qual desenvolve de forma desordenada, com ocupação de lugares cada vez mais distantes dos sistemas de saneamento. Com isso, é preciso levantar mais investimentos para que a água chegue a todos.

Recentemente, o Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC, destinou aportes financeiros para serem investidos em saneamento no Brasil. No entanto, o valor foi muito aquém da necessidade, uma vez que os sistemas estão sucateados há mais de 30 anos, sem investimentos e programas de governo.

O último foi na década de 1970, época do PLANASA, quando foi implantada a maioria dos sistemas de abastecimento de água e redes coletoras de esgoto, devido ao fato de a população ter acometido doenças provenientes da veiculação hídrica, o que impactou significativamente na saúde pública.

Diante dos inúmeros fatores que contribuem para a crise hídrica, a qual já é realidade em muitas cidades brasileiras e as tem forçado a praticar rodízio na distribuição de água potável, é essencial unir forças para enfrentar os desafios impostos por ela. O primeiro passo pode ser a prática da política nacional dos recursos hídricos, em vigor desde 1997.

A situação é bem crítica e procurar por um único culpado é algo inútil. Todos nós somos responsáveis por essa crise e, nesse momento, precisamos reconhecer nossas ações e trabalhar para atuarmos de forma diferente, preocupados com a garantia de um futuro possivelmente habitável, com água disponível.

A responsabilidade da Academia

A academia, por sua vez, entra neste processo com um papel fundamental, assumido com a formação e aprimoramento de profissionais, capacitando-os para desenvolverem técnicas e métodos capazes de minimizar os impactos antrópicos nos ciclos hídricos, alinhando-os aos interesses da agricultura, indústrias, hidrelétricas, sociedade e poder público.

Além disso, é importante, assim como a realização do 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, planejar eventos, ações e participar de comitês que tragam à população inovações e conscientização a respeito do uso, da economia e reuso da água.

Também podemos participar desse movimento cobrando das autoridades uma atuação mais efetiva no que diz respeito à preservação da água e proteção do meio ambiente e, acima de tudo, fazer o uso consciente e comedido desse bem finito e indispensável para a nossa vida.

Artigos relacionados

Desenvolva competências e visão estratégica com o MBA em Gestão de Projetos Cada vez mais empregadores buscam por gestores competentes e qualificados. Visão estratégica e o controle de projetos complexos são competências que esses profissionais precisam adquirir. Segundo dados do Instituto de Gerenciamento de Projetos (PMI), atualmen...
As Principais Funções do Líder no Século XXI No ambiente contemporâneo, todo profissional precisa demonstrar um bom equilíbrio entre competências cognitivas, técnicas e socioemocionais. Até bem pouco tempo, conhecer a si mesmo, aumentar a produtividade pessoal, saber trabalhar em equipe e lidar serenamen...
O conhecimento e a interação contribuem para que Projetos Sociais sejam mais assertivos? Empreendedores Sociais costumam ser apaixonados por aquilo que eles apoiam, pela execução dos seus projetos – o que é ótimo. Isso passa, porém, a ser um problema quando o gestor fica tão imerso nas questões operacionais que esquece de olhar o mundo em volta. E...

Sobre Fabrício Ribeiro

Engenheiro Civil, Especialista em Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos e Líquidos, Mestre em Engenharia do Meio Ambiente na área de concentração em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental e coordenador do MBA Gestão de Sistemas de Abastecimento de Água e Sistemas de Esgotos Sanitários do IPOG.