Tecnologias do Marketing que ainda não chegaram ao Brasil
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Tecnologias do Marketing que ainda não chegaram ao Brasil

Tecnologias do Marketing

Sem dúvidas, a tecnologia e a inovação veio para otimizar e facilitar muitos processos do nosso dia a dia. Inclusive já falamos aqui no blog sobre como a Revolução 4.0 tem transformado indústrias e trazendo mais velocidade e conforto para a nossa rotina.

De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em junho deste ano, o índice de uso de tecnologias digitais entre grandes empresas brasileiras aumentou de 63% para 73% entre 2016 e 2018.

E é natural que nesse novo cenário surjam novas formas de fazer negócios, ainda mais quando se associa tecnologia e inovação ao Marketing Digital.

No entanto, há muitas tecnologias e processos que são utilizados no Marketing mundo a fora, mas que ainda não chegaram ou são poucos usuais no Brasil.

E para ilustrar, conversamos com o professor das pós-graduações (MBA) na área de projetos, Business Intelligence, Gestão do Conhecimento e Tecnologia do IPOG, Marcelo Roncato, que trouxe 5 exemplos de inovações que podem nem chegar por aqui. Confira:

1. Perfil comportamental e de consumo dos clientes

Segundo o professor, em países como os Estados Unidos, lojas têm colocado no carrinho de compras um leitor de código de barras com máquina de cartão embutida.

Assim, quando o cliente chega na loja, ele consegue fazer a leitura do código de cada produto que deseja levar, pagando com a inserção do seu cartão na máquina.

Ao final das compras ele simplesmente vai para casa, sem ter que enfrentar filas. Neste intermédio, as lojas medem várias informações dos clientes online, tais como:

  • tipo de consumo;
  • tipo do cartão de crédito;
  • dias e horários de compras;
  • marcas preferidas;
  • frequência;
  • valor total da compra.

Dessa forma, a loja sabe quantos clientes compram por promoção, sazonalmente, se têm filhos ou não, dentre outras informações, as quais ajudam a criar um melhor formato de vendas para seus clientes a partir da análise desses dados.

2. Compra em tempo real pela TV usando o controle remoto

Pode parecer coisa de filme, mas nos Estados Unidos telespectadores conseguem realizar compras pela televisão!

Exemplo:

Uma pessoa ao assistir um programa de culinária se interessa por uma das panelas utilizadas na cozinha. Neste exato momento, o telespectador pode comprar a panela apenas pressionando um  botão no controle remoto.

Dados como cartões de créditos e endereço já são pré-cadastrados para que o sistema faça a cobrança e a entrega.

3. Geolocalização dentro de lojas

Se imagine caminhando por corredores de uma loja de roupas, quando, de repente, o seu celular toca e te informa que o produto na sua frente está de promoção.

Essa é mais uma tecnologia que ainda não chegou no Brasil, mas que já está presente em alguns lugares do mundo. Trata-se da Geolocalização dentro de lojas de departamentos, que permite o envio de mensagens de promoção sempre que o consumidor se aproxima de algum produto.

4. Sensores

Segundo Marcelo, a partir da captura digital de dados, sensores e contadores analisam a quantidade de pessoas ou carros que passam em determinado local, assim como o perfil do público mais próximo.

Essa análise também é feita em pontos de ônibus, estações de metrô, entrada de shows, e etc. Dessa forma, o nível de engajamento é levantado a partir da identificação de quanto tempo os espectadores observam as mensagens em mídias.

A partir dessa análise, as informações são analisadas para poder melhorar a comunicação e mensurar a eficácia da mídia.

5. Análise Preditivas

Através da captura de várias informações de pessoas, o sistema desmembra personalidades ao longo de cinco dimensões:

  • Abertura para experiência (pessoa apta a conhecer);
  • Conscienciosidade (conjunto de representações mentais);
  • Extraversão (estatística);
  • Conveniência (oportunismo a oferecer);
  • Neuroticismo (tendência para experimentar).

Por meio  desse delineamento de personalidades, a empresa que deseja te oferecer algum produto consegue identificar o que você mais gosta sem nunca mesmo ter experimentado. Interessante, né?!

Por que algumas tecnologias e inovações podem não chegar ao Brasil?

Ao responder essa pergunta, Marcelo faz uma breve análise de alguns fatores que impedem a entrada e a prática de algumas tecnologias no Brasil:

1. Cultura

Analisando o histórico brasileiro, muitas empresas ainda não têm a coragem de trabalhar com algumas tecnologias, como a aplicação do leitor de código de barras nos carrinhos de compras, citada acima.

Existe ainda o fato de que, culturalmente, podemos não nos adequar ou se acostumar com certas tecnologias e inovações que fazem sucesso e conquistam clientes em outros lugares do mundo.

2. Governo

Segundo Marcelo, o governo é um fator de peso que atrapalha a entrada de determinadas tecnologias no país. “Para o governo brasileiro, tudo o que for possível cobrar, impedir, multar ou dificultar, ele o fará”, afirma.

Marcelo também explica que o foco principal das políticas econômicas do Brasil é arrecadar e não favorecer crescimento de mercado, consequentemente a implementação de novas tecnologias.

3. Educação

A implementação de certas tecnologias pressupõe que a população tenha o mínimo de conhecimento para usufruírem das vantagens de serem mensuradas. O gosto de uma pessoa é uma média ponderada de tudo aquilo que ela experimentou na vida.

No Brasil, segundo Marcelo, a maioria não teve oportunidade de ampliar seus gostos e visões, se prendendo ao comum. Inovações em culturas assim se tornam mais difíceis de serem implementadas.

Outro fator é que ainda não se tem uma identidade cultural, ou seja, cada indivíduo tem uma forma de pensar que não se conecta a sociedade onde vive.

4. Poder Econômico

Segundo Marcelo, no mundo desenvolvido tem-se coisas simples ou sofisticadas. No Brasil tem-se coisas caras ou insatisfatórias.

Como a maioria da população não tem condições financeiras para adquirir coisas caras, elas “nascem e morrem, obrigatoriamente optando pelas insatisfatórias”, como explica o professor.

Para essas pessoas, portanto, torna-se difícil mostrar um produto ou serviço novo. Mesmo que seja inovador e de qualidade, elas vão preferir pelo mais barato.

Como o item Governo não permite que produtos bons se tornem acessíveis, isso se torna um ciclo sem fim”, afirma.

Criação de tecnologias: por que não há o inverso?

É inegável que o brasileiro tem consumido e implantado cada vez mais em sua rotina novas tecnologias, no entanto, como aponta Marcelo, o Brasil não cria tecnologia, ele apenas usa aquelas que o mundo criou.

O que é comum é a forma ou método de uso que o brasileiro pratica, adaptando as inovações a nossa realidade e demandas, como  o uso das redes sociais para vendas, formas de pesquisa e campanhas, alternativas de mensuração de pessoas, dentre outros.

Ficou surpreso com alguma dessas tecnologias? Compartilhe nos comentários e nos conte sobre outras inovações tecnológicas que ainda não chegaram ao Brasil ou são utilizadas de outras formas por aqui…

Sobre Marcelo Roncato

Doutor em Gestão estratégica em tecnologia pela universidade de Stanford, USA. Mestre Executivo Internacional pela Beulah Heights - Atlanta, USA/IPOG. Possui graduação em Analise de Sistemas e Ciência da Computação. MBA em Marketing, Gestão Empresarial e Métodos e Técnicas de Ensino. Participou de 3 cursos de extensão nos EUA em Stanford University-CA(2) e em New York University-NY(1). Foi professor da UFG por 11 anos, Consultor do SEBRAE-GO, Professor de cursos avançados no SENAC e professor na Cambury de TI, Gestão de Projetos e Marketing Digital. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Metodologia e Técnicas da Computação, atuando principalmente nos seguintes temas: BI com sistemas ERP, E-learn, Mídias Eletrônicas, criação de sites, Marketing Digital e CRM. Trabalhou na SEFAZ por 9 anos criando 33 sistemas administrativos e o site, atualmente trabalha no Governo no desenvolvimento de Sistemas de processos, convênios, ponto eletrônico e BI. É gestor responsável pelos sistemas de Ouvidoria Geral do Estado de Goiás, Gestão de Controle Interno da Controladora Geral do Estado de Goiás e sistemas internos de GED e Workflow. Atualmente também é professor do IPOG das pós-graduações (MBA) na área de projetos, BI, Gestão do Conhecimento e Tecnologia.