Inovação, criatividade e empreendedorismo aplicados ao Direito

Business lawyer working hard at office desk workplace with book and documents.

Engana-se quem analisa a área do direito de forma estática e sem abertura ao novo. Assim como as demais carreiras, o exercício judicial tem evoluído consideravelmente na última década, e usufruído das inovações proporcionadas pela evolução tecnológica e dos meios de comunicação. Prova disso é a digitalização de processos pela qual todas as comarcas e escritórios de advocacia passam, permitindo com isso agilizar o andamento dos litígios, e eliminar o uso excessivo de papeis.

Os escritórios de advocacia que já se atentaram para essa nova fase do exercício legal têm buscado inovar em diferentes frentes, desde a sua comunicação com os clientes, como nas especialidades propostas. Áreas pouco usuais de atuação como o direito cibernético, aplicado aos novos formatos de negócios como as startups, crimes digitais, entre outros, têm mostrado que há uma vasta seara a ser explorada além das tradicionais como a criminal, trabalhista, tributária e de família.

O que se entende por inovação?

A inovação é um dos pilares do empreendedorismo. Aqueles que se propõem a desenvolver uma visão inovadora sobre sua área de atuação precisam ter uma dimensão 360 graus do que está sendo feito. Manter-se atento ao novo, com uma mente aberta a novas formas de se pensar a profissão, independente do tempo que a exerce, e das conquistas que coleciona.

As pessoas com postura inovadora possuem o “Q” da originalidade. Saem do status quo para absorver tudo aquilo de enriquecedor que está à sua volta. E neste momento, é muito importante estar aberto à multidisciplinaridade, abrir-se para as novas áreas e entender de que forma elas impactam na sua atividade profissional, melhorando-a.

A criatividade fomenta novas ideias. A inovação a coloca em prática, de forma sistematizada.

Existe inovação no Direito sem estar amparada na tecnologia?

Quando falamos em inovação é muito comum associar-se ao desenvolvimento tecnológico. Atrelamos tanto o novo à tecnologia, que nos esquecemos que podemos inovar de maneiras muito mais simples. Por exemplo, ao adotarmos uma comunicação menos formal e mais condizente à realidade dos nossos clientes, eliminando o “juridiquês” na hora de informamos o andamento dos processos, é uma maneira inovadora de lidar com as pessoas, e que depende meramente da postura adotada.

Outra forma de inovar no exercício da advocacia é se propor a defender causas pouco exploradas no meio, como as questões digitais, que estão aos poucos sendo regulamentadas. Enquanto não encontram amparo legal, é importante ao advogado, no seu exercício profissional, encontrar meios de defender os direitos de seus clientes fazendo uso da legislação já existente e das jurisprudências.

Quer vislumbrar uma outra forma de inovar no meio jurídico? Que tal adotar uma mudança organizacional em seu escritório, permitindo uma maior sinergia entre os colaboradores. Propor formas diferentes de atender aos clientes, começando pela maneira como ele é recepcionado ao ligar para seu escritório. Existem locais que já adotaram chats em suas páginas na internet que permitem aos clientes tirarem suas dúvidas em tempo real, consultar virtualmente o andamento de seus processos e se sentirem informados com facilidade e transparência.

Falando a mesma língua

Os advogados têm percebido que, para melhor atender seus clientes, precisam entender com maior profundidade suas áreas de atuação e os elementos que compõem o universo daqueles que garantem o pagamento de seus honorários. Isso é possível estudando o mercado que ele está inserido, e lhe conferindo liberdade para explicar quais são suas principais preocupações e desafios para prosperar. Essa personalização do atendimento é saudável para a relação de confiança que advogado e cliente precisam estabelecer.

Vantagens da inovação para os escritórios de advocacia:

  • Fortalecimento da relação de confiança entre advogado e cliente;
  • Meios mais ágeis de se informar o andamento dos processos;
  • Transparência no trabalho prestado;
  • Sinergia entre sócios e colaboradores do escritório;
  • Maior abertura a novas formas de se exercer a atividade;
  • Descoberta de nichos pouco explorados no meio jurídico.

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Ísis Passos: Advogada, gestora e palestrante. Empresária no ramo de Consultoria jurídica e empresarial. Sócia-fundadora da Performance Juris Consultoria. Presidente da Comissão Especial de Inovação e Gestão da OAB/GO. Coordenadora e Professora do MBA Gestão Jurídica do IPOG.