Projeto 21: Engajamento político do setor produtivo
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Projeto 21: Engajamento político do setor produtivo

Nas eleições de 2016 – momento em que os cidadãos escolheram seus representantes para o legislativo e o executivo municipal – um grupo de lideranças do setor produtivo da capital Goiânia, cansado de se ver como mero coadjuvante de um processo político sem melhorias e novidades, resolveu se unir voluntariamente para dar início a um movimento de participação ativa na escolha dos novos representantes populares. Foi dessa articulação que surgiu o Projeto 21. 

O projeto foi inicialmente batizado com esse nome por defender a renovação de mais da metade dos ocupantes do poder legislativo, composto na Câmara de Goiânia por 35 vereadores, com a possibilidade de ter uma maioria na Câmara que estivesse voltada para legislar com foco no desenvolvimento econômico e social do município.

Ao que se refere ao setor produtivo, foram envolvidos além de empresários, todo o segmento que movimenta com seus esforços a economia do país, incluindo trabalhadores e sindicatos. Afinal, o setor produtivo é o grande propulsor da economia, gerando emprego e renda e, consequentemente, arrecadações diversas para diferentes esferas de governo: municipal, estadual e federal.

Articulação em torno do Projeto 21

O movimento lançado no início de 2016, inicialmente de forma tímida, foi ganhando corpo no decorrer do ano, conforme as plataformas e candidaturas políticas iam se consolidando. Em linhas gerais, o Projeto 21 deu espaço a todos os candidatos que quiseram apresentar suas plataformas de atuação, sem fazer distinção pela bandeira partidária.

No entanto, entre os integrantes do projeto, foi promovido um levantamento que apontou quais as prioridades do setor para serem implantadas pela futura gestão. Dentre esses pontos, destacaram-se:

  1. Desenvolvimento sustentável da cidade;
  2. Planejamento urbano coerente;
  3. Apoio ao desenvolvimento do setor produtivo;
  4. Olhar pragmático para questões das áreas de saúde, educação e segurança pública.

A intenção de dar voz aos candidatos era de identificar propostas que se alinhassem à visão desenvolvimentista defendida pelo setor produtivo, tendo como meta principal a oxigenação da câmara de vereadores, e a ampliação de oportunidades de novos atores políticos em contraposição a antigos e ineficientes ocupantes da cadeira legislativa.

Em momento algum o movimento formalizou apoio a determinado candidato. Apenas conferiu espaço igualitário a todos os interessados em apresentar suas propostas, para que cada um dos participantes tirassem suas próprias conclusões, dentro das prioridades elencadas e defendidas pelo movimento.

Proatividade voluntária

Paralela à abertura para exposição de plataformas legislativas e planos de governo, os integrantes do Projeto 21 fizeram o levantamento do perfil dos candidatos, com prioridade aos que estavam tentando a reeleição para mapear suas propostas, efetividade dos projetos apresentados e posicionamento diante de votações estratégicas.

E ainda buscou traçar o perfil dos novos candidatos, tendo em vista identificar aqueles mais alinhados aos valores e ações defendidas pelo segmento produtivo. Todas as informações levantadas foram compartilhadas com as lideranças envolvidas, inclusive ganhando repercussão nos veículos institucionais de importantes associações participantes, como o Sindilojas, por exemplo.

Resultados colhidos na eleição de 2016

A meta de renovar em 50% o legislativo municipal foi superada. Em 2016, a Câmara de Goiânia alcançou os 63% de renovação, um fenômeno histórico onde se viu a abertura de espaço para novas pessoas interessadas em contribuir com o trabalho de legislação e fiscalização do município.

Detalhe importante: todo trabalho do Projeto 21 foi realizado sem que houvesse o apoio específico a determinado candidato, apenas a divulgação e conscientização sobre as propostas e atuação dos candidatos, com base em fatos concretos e dados.

“O projeto 21 não tem teve pretensão de apoiar ou lançar candidato. Mas avaliá-los.”

Olhar para o futuro

O projeto que adotou o número 21 tendo como base o número de cadeiras que pretendia renovar no legislativo, agora amplia sua visão para um protagonismo de mudanças e de cenários favoráveis, “projeto” em pleno século 21.

Passadas as eleições municipais, seus integrantes viram a necessidade de acompanhar mais de perto a atuação dos vereadores e prefeito eleitos. Para isso, foram definidos Indicadores de Performance dos vereadores, tendo como base uma pesquisa adotada pelas principais cidades brasileiras, que já realizam um controle social mais aprimorado da condução política local. Afinal:

“Se você deseja mudar o mundo, deve começar a transformação pelo local onde você está, a sua cidade.” No nosso caso, “Quer mudar o Brasil, comece por Goiânia”.

Em tais indicadores de performance são avaliados os seguintes quesitos:

  • Projetos de leis propostos (temas, finalidade e seu andamento);
  • Mérito dos projetos de lei apresentados (são condizentes com as melhorias que a população precisa?);
  • Presença na câmara, assiduidade, quais comissões integra;
  • Papel de fiscalização do executivo está sendo cumprido? De que forma?
  • Posicionamento diante de importantes votações;
  • Transparência do trabalho, seu gabinete é portas abertas?

Com esses indicadores em mãos, os integrantes do Projeto 21 já iniciaram o mapeamento do perfil parlamentar dos vereadores eleitos, e tem feito muitos deles se sentirem “incomodados” ao serem observados e analisados tão de perto.

O foco em 2018 se amplia também para as eleições majoritárias que definirão o próximo legislativo estadual e federal, e o governo de Goiás. O mapeamento do perfil dos candidatos que já anunciaram tentar a reeleição já começou a ser feito e será aprimorado conforme as candidaturas forem sendo confirmadas.

A experiência enriquecedora empreendida pelos integrantes voluntários têm conquistado cada dia mais adeptos. Atualmente, o projeto já conta com 59 entidades apoiadoras, dos mais diferentes formatos, como sindicatos, associações de classe, observatórios públicos, entidades filantrópicas, profissionais autônomos, entre outros, todos ávidos por melhorias na esfera pública.

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Sobre Wanderley Villarinho

Graduado em Administração de Empresas com MBA em Administração Pública, Gestão de Pessoas, Psicopedagogia e Política e Estratégia. Especialização em Consultoria Organizacional pelo IBCO, Gerenciamento de Stress e Incidentes Críticos pela ONU, Mentor Talks pela Creative Initiative e Personal & Professional Coaching pela AIC. Atualmente, é Diretor da WV Consultoria, com foco em Governança Corporativa e Compliance; Planejamento Estratégico; Gestão de Riscos; Liderança, Relações Interpessoais; Tomada de Decisão e Negociação. Atua como professor de Pós-Graduação no IPOG.