Neurodesenvolvimento: como o psicológico pode usar esse estudo para elaborar reabilitações clínicas

O neurodesenvolvimento é uma área que se dedica a entender como o cérebro se desenvolve ao longo da vida e como isso afeta a maneira como pensamos, nos comportamos e adquirimos habilidades. Assim, esse estudo tem desempenhado um papel fundamental no avanço da psicologia clínica, permitindo que profissionais utilizem esse conhecimento para criar abordagens de reabilitação mais eficazes.

Ao compreender as bases neurobiológicas dos transtornos e das dificuldades de aprendizagem, os psicólogos conseguem desenvolver terapias personalizadas que buscam potencializar o desenvolvimento de cada indivíduo.

Neste artigo, o IPOG mostra o que é o neurodesenvolvimento, quais são e o que causa os transtornos e como a reabilitação neurológica pode ajudar a promover o bem-estar e a saúde dos pacientes. Confira!

O que é o neurodesenvolvimento?

O neurodesenvolvimento é o campo de estudo que investiga como o cérebro se desenvolve ao longo da vida, desde seu início até a idade adulta.

Dessa forma, ele busca compreender como os processos neurobiológicos influenciam a formação das estruturas cerebrais, a maturação neuronal e a organização das conexões entre os neurônios. A área também examina como esses processos estão relacionados à cognição, ao comportamento e às habilidades de uma pessoa.

Para análise, os especialistas em neurodesenvolvimento buscam identificar os fatores que influenciam positivamente ou podem comprometer o desenvolvimento normal do cérebro. Assim, podem aplicar esse conhecimento na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de transtornos neurológicos e dificuldades de aprendizagem.

Quais são os transtornos de neurodesenvolvimento?

Os transtornos de neurodesenvolvimento são condições que afetam o desenvolvimento típico do sistema nervoso, interferindo nas habilidades cognitivas, emocionais e comportamentais de uma pessoa.

Os principais exemplos são:

Eles podem variar em gravidade e impacto, mas todos têm em comum o fato de serem resultantes de alterações ou disfunções no desenvolvimento neurológico do indivíduo.

O que causa o transtorno de neurodesenvolvimento?

A definição das causas dos transtornos de neurodesenvolvimento não é simples e requer muito estudo.

Em alguns casos, eles são causados por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neurobiológicos. Alterações nos genes relacionados ao desenvolvimento cerebral e às influências ambientais, como exposição a substâncias tóxicas ou eventos traumáticos, podem contribuir para o surgimento desses transtornos.

No entanto, a compreensão completa das causas específicas de cada transtorno ainda está em desenvolvimento.

Como avaliar o neurodesenvolvimento?

A avaliação do neurodesenvolvimento deve ser feita por um especialista na área, com base em uma abordagem multidisciplinar que pode incluir diferentes métodos e instrumentos de avaliação.

Algumas etapas de avaliação feita por médicos, psicólogos e terapeutas ocupacionais são:

  • observação clínica;
  • entrevistas e questionários;
  • testes padronizados;
  • exames complementares.

Reabilitação neuropsicológica: como é o trabalho do psicólogo na clínica?

Na reabilitação neuropsicológica, o psicólogo desempenha um papel fundamental no processo de recuperação e adaptação de pessoas que apresentam comprometimento cognitivo ou funcional devido a condições neurológicas, lesões cerebrais ou transtornos de neurodesenvolvimento.

Dessa forma, o trabalho envolve várias etapas, incluindo:

  • Avaliação: análise abrangente das funções cognitivas, emocionais e comportamentais da pessoa, por meio de testes neuropsicológicos, entrevistas, observações e análise de histórico clínico. Essa avaliação permite identificar as áreas afetadas e as necessidades específicas do paciente;

  • Elaboração do plano de tratamento: desenvolvimento de um plano de tratamento individualizado, que visa promover a reabilitação, a adaptação e o desenvolvimento de estratégias compensatórias para superar as dificuldades cognitivas e funcionais;

  • Intervenção: sessões terapêuticas com uma variedade de técnicas e abordagens, como treinamento cognitivo, estimulação neuropsicológica, reabilitação psicossocial e estratégias de compensação. O objetivo é melhorar as funções cognitivas e promover a autonomia e a qualidade de vida do paciente;

  • Aconselhamento e suporte emocional: para auxiliar o paciente e seus familiares a lidar com os desafios emocionais e psicossociais decorrentes do comprometimento neurológico. Isso inclui ajudar na adaptação às mudanças, lidar com a frustração, promover a autoestima e oferecer estratégias de enfrentamento;

  • Monitoramento e reavaliação: acompanhamento progresso do paciente ao longo do tempo, realizando reavaliações periódicas para avaliar os resultados do tratamento, fazer ajustes necessários e fornecer orientações contínuas.

Como se especializar na área?

A especialização em neurodesenvolvimento pode ser feita por meio de uma pós-graduação ou MBA que tenha como foco a reabilitação e o estudo cognitivo.

Assim, o MBA em Reabilitação Neuropsicológica e Desenvolvimento Cognitivo é uma opção interessante para quem deseja ser um especialista na área. Ele oferece conhecimentos teóricos e práticos sobre avaliação, intervenção e reabilitação de pessoas com comprometimento cognitivo.

Com uma abordagem interdisciplinar, o programa capacita os profissionais a trabalhar de forma integrada com equipes multidisciplinares na promoção da saúde mental e no desenvolvimento cognitivo dos pacientes.

Além disso, o curso abrange temas como neuropsicologia, neurociência, técnicas de reabilitação, estratégias de estimulação cognitiva e gestão de casos clínicos.

MBA em Reabilitação Neuropsicológica e Desenvolvimento Cognitivo: o curso ideal para se aprofundar no tema

O MBA em Reabilitação Neuropsicológica e Desenvolvimento Cognitivo permite que você domine técnicas para a recuperação de pacientes e colabore para prevenção de alterações em pacientes com vulnerabilidades.

Nesse sentido, o curso aborda a importância da intervenção inter e transdisciplinar no atendimento. As ações devem ser direcionadas para a superação das dificuldades nos campos cognitivo e comportamental.

Dentre outros pontos, o curso apresenta práticas e intervenções neuropsicológicas para problemas de atenção, funções executivas e comportamento, assim como aprofunda técnicas para o manejo da fadiga, problemas visuais espaciais, apraxias e agnosias.

Sendo assim, ao se matricular na pós-graduação, você ainda vai ver técnicas de reabilitação e desenvolvimento cognitivo na criança, no adulto e no idoso, a partir das particularidades de cada faixa etária.

Conheça mais detalhes do curso a seguir.

Módulos do curso

  • Avaliação e reabilitação neuropsicológica: introdução, neurodesenvolvimento e gestão de atualidades
  • Neuroanatomia, psiconeurofarmacologia, modificação cognitiva e análise de neuroplasticidade
  • Teorias do desenvolvimento humano, aprendizagem e risco cognitivo
  • Funções cognitivas: atenção, memória, função executiva, linguagem, praxia e percepção gnosa
  • Classificação internacional de funcionalidade (CIF): modelos de serviços em reabilitação em centros nacionais e internacionais
  • Neuropatologias e distúrbios cerebrais: criança, adulto e idoso e gestão da reabilitação cognitiva
  • Planejamento estratégico de metas em reabilitação e intervenção neuropsicológica: aprendizagem assertiva, pressupostos básicos da análise aplicada ao comportamento (ABA)
  • Práticas e intervenções neuropsicológicas: técnicas de reabilitação para problemas de atenção, funções executivas e comportamento na criança, no adolescente e no idoso
  • Práticas e intervenções neuropsicológicas: técnica para o manejo da fadiga, problemas visuo espaciais, apraxias e agnosias
  • Técnicas de reabilitação e desenvolvimento cognitivo na criança: síndromes neurológicas, reabilitação, intervenção nas dificuldades de aprendizagem, princípios do método Hanen e treinos de pais
  • Técnicas de reabilitação e desenvolvimento cognitivo no adulto e no idoso (habilidade social, TDAH, atenção e memória, percepção visual e praxias, afasias, demência e função executiva)
  • Estratégias e estruturação de programa de intervenção

Aulas on-line e ao vivo

Para melhor atender os estudantes, a modalidade é ofertada de forma remota, com aulas on-line e ao vivo. Isso permite maior flexibilidade para equilibrar a vida acadêmica com a atuação profissional.

Além disso, psicólogos de todo o país podem ter acesso a conhecimentos sólidos, troca de informações e atualização exigida pelo mercado sem necessidade de deslocamento.

Corpo docente de excelência

O IPOG conta com professores mestres e doutores com sólida carreira profissional e acadêmica para ministrar as aulas.

O coordenador do curso é Fernando de Jesus Souza, doutor em Psicologia pela Universidad de Santiago de Compostela. Ele também é ex-vice-presidente da Sociedade Brasileira de Análise do Comportamento (SBAC), ex-coordenador de Pesquisa e Pós-graduação de IES e autor do livro Gestão Crítica na Saúde.

Além dele, o corpo docente é formado por:

  • Fernanda Guedes Afiune
  • Rejane Soares Ferreira
  • Sandra Regina Schewinsky
  • Kátia Monteiro Benedetto Pacheco
  • May Helen Kimura de Siqueira
  • Alfredo Simonetti
  • Karina Leão
  • Gulliver Rebouças Nogueira

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