O medicamento fitoterápico tem ganhado a estante dos brasileiros. Em 2016, o Ministério da Saúde (MS) informou que em dois anos houve um aumento de 160% na procura por esse tipo de remédio na rede pública de saúde, o SUS.
Hoje, esses medicamentos já são codificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), garantindo a qualidade e procedência para o consumidor.
Esse tipo de controle é importante para deixar claro que, apesar de natural, a fitoterapia também requer cuidados, assim como qualquer outro medicamento.
É importante que o profissional entenda as propriedades de cada planta, assim como dosagem, tempo de uso, etc.
Para entender melhor sobre essa nova tendência, desenvolvemos este artigo! Nele, vamos falar sobre:
- o que são medicamentos fitoterápicos;
- quais são seus benefícios;
- para quem é indicado o uso;
- quais profissionais podem prescrever;
- e, por último, os cuidados necessários na hora de ministrar.
O que é um medicamento fitoterápico?
De acordo com a Anvisa, o medicamento fitoterápico é um remédio produzido a partir de vegetais ou plantas medicinais com alguma ação terapêutica.
Eles também são caracterizados por dispor de um conjunto de princípios ativos que são conseguidos a partir de partes de plantas, como raízes, folhas e sementes. Por esse motivo, na fórmula de um fitoterápico é comum encontrar outros ingredientes naturais, como cera de abelha e óleos vegetais.
Eles podem ser apresentados em diversas formas: cápsula, creme, gel, xarope etc.
Chá feito a partir de folhas naturais não é considerado um medicamento
É comum a confusão: quem nunca tomou um chá para aliviar um incômodo na barriga ou um suco de maracujá para ter sono? Apesar desses efeitos, chás e similares não são considerados medicamentos fitoterápicos.
Além dos fatores citados nos primeiros parágrafos deste artigo, para ser considerado fitoterápico é necessário passar por controles de qualidade, tal qual qualquer remédio oriundo da medicina tradicional. Portanto, nem toda planta medicinal é um fitoterápico.
Fitoterapia x homeopatia: entenda diferenças
Alerta! Ambos são provenientes da medicina natural, porém não são a mesma coisa.
A homeopatia acredita que todo o corpo está em sintonia. Por isso, busca compreender todas as dores e tratá-las em conjunto. Por exemplo: dor no estômago, no dente e na cabeça, na medicina ocidental, seriam indícios distintos e seriam tratados de forma diferente. Na homeopatia, no entanto, os três seriam tratados juntos como uma única doença.
A fitoterapia se assemelha mais à medicina convencional nesse ponto. Ela irá tratar problemas específicos do corpo, com a diferença de que isso será feito com medicamentos naturais ao invés dos alopáticos.
O Brasil, em especial, possui uma relação diferenciada com o uso de plantas e produtos naturais. O costume é oriundo, em parte, da sabedoria indígena, portanto, é algo que está enraizado desde o início da história do país.
Quais são os benefícios do medicamento fitoterápico em relação à medicina tradicional?
O aumento na procura de medicamentos fitoterápicos tem causa justificada: em alguns aspectos, os medicamentos naturais se sobressaem em relação à medicina tradicional. Veja, a seguir, alguns dos seus benefícios!
Composição é natural
O primeiro e mais conhecido benefício é quanto a sua composição. Como já mencionado, os fitoterápicos são compostos naturais. Isso significa dizer que, apesar de ser um remédio, não é tão danoso à saúde em comparação aos remédios alopáticos.
Em alguns casos, é uma boa saída para as pessoas que têm alergia a substâncias presentes em outros compostos.
Produz menos efeitos colaterais
O fato de ter composição natural, portanto, torna o medicamento menos agressivo. Isso faz com que os efeitos colaterais sejam menores se comparados aos remédios convencionais.
Grande parte dos adeptos da fitoterapia procuram tal alternativa justamente por esse benefício.
O índice de dependência é praticamente inexistente
É comum que alguns remédios tornem seus usuários dependentes do efeito, já que compostos sintéticos influenciam de forma severa o funcionamento natural do corpo. Nesse sentido, para indicações em que o uso de remédio é continuado, muitos médicos têm tentado como primeira alternativa os fitoterápicos.
No entanto, não quer dizer que esse tipo de medicamento deve ser manipulado sem cuidados. É importante que o profissional e o paciente sigam à risca as indicações!
Para quem é indicado o uso de medicamento fitoterápico?
O medicamento fitoterápico não se limita a uma indicação específica, por isso pode ser utilizado por qualquer pessoa e para qualquer fim.
No entanto, assim como na medicina tradicional, é importante utilizar um medicamento somente após a avaliação e prescrição de um profissional com conhecimento do assunto. Ainda que tenha origem natural, não quer dizer que não seja necessário controle e cuidado.
Uso de medicamento fitoterápico no combate à depressão, ansiedade e insônia
Pelo fato de fitoterápicos terem composição natural e, portanto, serem menos danosos à saúde, tem se registrado aumentando no uso desses medicamentos para doenças que não possuem cura instantânea, como a depressão, ansiedade e insônia.
O uso do ginseng como um princípio ativo atuante nessas doenças tem aumentado, tanto em uso quanto em prescrição. Isso aconteceu, principalmente, pelo benefício citado anteriormente, no qual tem menor índice de dependência.
Apesar disso, não quer dizer que um remédio alopático deve ser substituído por um medicamento fitoterápico!
O benefício de um não anula o do outro. Muitas pessoas que fazem o uso de fitoterápicos os aliam aos remédios tradicionais. A substituição sem a prescrição médica é, inclusive, condenada por profissionais.
Quais profissionais podem prescrever este tipo de medicamento?
A prescrição de um medicamento fitoterápico pode ser feita por mais de um tipo de profissional. No entanto, para receitar, é necessário que a pessoa possua uma especialização na área.
Esse curso de pós-graduação pode ser presencial ou à distância (EAD), mas é obrigatório que tenha, no mínimo, 360 horas e que seja estilo lato sensu. Outro requisito é que a instituição de ensino seja reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).
Os profissionais que estão autorizados a receitar fitoterápicos são:
- médicos;
- nutricionistas;
- cirurgião dentista (somente dentro da área de odontologia);
- médico-veterinário (somente dentro da área de veterinária);
- farmacêutico (somente para fitoterápicos feitos na própria farmácia ou aqueles indicados para o tratamento de doenças de baixa gravidade);
- enfermeiros.
Além deles, o terapeuta também é legalmente habilitado para recomendar um medicamento fitoterápico, contudo, somente aqueles de venda livre e que não são manipulados.
Os terapeutas que podem recomendar são:
- técnicas em acupuntura;
- podólogos;
- técnicos em quiropraxia;
- terapeutas holísticos.
Quais cuidados são necessários na hora de ministrar um medicamento fitoterápico?
No momento de prescrever um medicamento fitoterápico, alguns pontos devem ser levados em consideração pelo profissional.
Entender profundamente o universo fitoterápico
O primeiro e mais importante é dominar o conhecimento de fitoterápicos, plantas medicinais e produtos vegetais. Entender a função de cada elemento, misturas e efeitos é fundamental para o profissional.
Ainda mais quando estamos falando de plantas medicinais, já que é comum que uma mesma planta tenha nomes diferentes a depender da região. Além disso, elas também podem ser muito parecidas.
Por esse motivo, possuir um arcabouço de conhecimento amplo é fundamental para prescrever o fitoterápico mais assertivo para determinado problema.
Conhecer a posologia de cada substância
É comum o pensamento por parte da população e até mesmo de alguns profissionais de que a superdosagem em fitoterápicos é inexistente. No entanto, isso é um mito! A utilização de qualquer medicamento em excesso pode ocasionar um desequilíbrio no corpo e novas doenças.
Estar atento aos grupos de riscos
Existem algumas pessoas no qual é preciso dar mais atenção no momento de receitar medicamentos, sejam eles naturais ou sintéticos, são as que fazem parte dos chamados grupos de risco. Nele, estão gestantes, idosos e crianças.
Esse grupo é assim designado por ter condições especiais em relação ao resto, no qual medicamentos podem agir de forma diversa. Algumas substâncias podem ser abortivas e causar sintomas fortes demais para idosos e crianças.
Saber todo o histórico do paciente
Como mencionado anteriormente, não é contra-indicado a utilização de fitoterápicos e alopáticos juntos, no entanto, não são todas as substâncias que combinam: a erva-de-são-joão, por exemplo, interfere no efeito de anticoagulantes.
Esse fato é indispensável tanto para profissional quanto para o paciente. Saber o que está sendo utilizado é importante para entender quais substâncias podem ser misturadas ou não.
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