Neste ano, a pandemia da covid-19 foi responsável por mudanças não apenas no setor da saúde, mas também no campo do trabalho, do Direito e dos negócios. Por isso, para frear os contágios e as mortes pela avassaladora doença, diversas empresas iniciaram o processo de elaboração de uma vacina.
Agora que boa parte dos países avança nos seus cronogramas de vacinação, com uma variedade de opções disponíveis no mercado, diferentes fórmulas e níveis de eficácia, o desafio são as variantes do Sars-CoV-2, porque, quanto mais mudanças, mais difícil é manter a eficácia dos imunizantes.
Fica claro que, diante de todos os males impostos pelo coronavírus, acelerar o processo de imunização e ampliar a cobertura vacinal é crucial para criar um cenário mais estável em todos os sentidos, inclusive para reduzir a circulação do vírus.
Neste artigo, abordamos os tipos de vacina existentes, quais opções estão em adoção no Brasil, o calendário de vacinação em progresso e muitas outras questões sobre as vacinas contra a covid-19. Boa leitura!
Tipos de vacinas existentes contra a covid-19
No geral, as vacinas precisam de anos de pesquisa e testes antes de chegarem à população. Contudo, diante da urgência imposta pela pandemia, cientistas têm buscado produzir imunizantes seguros e eficazes no menor tempo possível. Atualmente, há mais de 70 vacinas em ensaios clínicos em humanos.
Quanto às abordagens ou tecnologias para o desenvolvimento, a maior parte das vacinas se concentra em neutralizar a proteína Spike (S), responsável por facilitar a ação danosa do Sars-CoV-2. As principais metodologias são:
Vacinas proteicas subunitárias
Nesse modelo, a proposta é a injeção de pequenas partes do vírus, as proteínas S, M, E, por exemplo. Vacinas contra hepatite B e HPV são baseadas nesse modelo.
Esses pequenos pedaços do vírus, que passam por cultivo e inativação, tornam-se subunidades do vírus ou partículas virais que são administradas nos pacientes, a fim de induzir uma reação imunológica, que deve ser replicada quando entrar em contato com o vírus real.
Vacinas de vírus inativado
Trata-se de uma tecnologia na qual a vacina é produzida a partir do vírus “morto”, mas com proteínas conservadas para ser capaz de gerar uma resposta imune.
O método consiste em trazer o vírus ativo e com potencial infectante, cultivá-lo em laboratório para obter grande quantidade e manipulá-lo a ficar inativo, ou seja, matar o vírus com auxílio de substâncias químicas e temperatura.
É a técnica já utilizada nos imunizantes contra a poliomielite e o tétano. O desafio desse formato é que os laboratórios precisam contar com um excelente nível de biossegurança, já que precisam lidar com o vírus na sua forma de pleno poder de contágio e o tempo necessário para cultivo, que pode ser longo.
Vacinas de vetor viral
Essa tecnologia já estava sendo estudada na produção de imunizantes contra o ebola e o Sars-CoV-1, surtos anteriores do coronavírus.
Em linhas gerais, as vacinas de vetor viral não replicante funcionam da seguinte maneira: parte do material genético da covid-19 é introduzido em outro vírus, produzindo a proteína responsável pela infecção. Quando o adenovírus é inoculado no corpo humano, já não pode se multiplicar, pois foi identificado e neutralizado.
Vacinas genéticas
Outra metodologia utilizada na criação de imunizantes é a baseada em RNA ou DNA, isto é, ácidos nucleicos da covid-19 são inoculados no organismo, desencadeando a produção da proteína S e uma resposta imunológica de defesa.
Essa é uma tecnologia nova em produção de vacinas e tem a vantagem de ser mais rápida que as outras, pois, ao utilizar RNA sintético, dispensa-se o cultivo do vírus em laboratório.
Esse método também avançou muito, porque partiu de estudos prévios sobre esta técnica na elaboração de vacinas contra o ebola e outros coronavírus.
Quais vacinas serão aplicadas no Brasil?
O Plano Nacional de Imunização foi iniciado no dia 18 de janeiro, sendo que São Paulo começou a campanha na capital paulista no dia anterior. No dia 19 de janeiro, todos os estados se integraram ao processo.
As primeiras vacinas autorizadas em uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram a Coronavac e a AstraZeneca. Contudo, outras devem integrar as opções de imunizantes em território nacional. Algumas delas são: Covaxin, Sputnik V e Johnson.
Vejamos mais detalhes sobre cada uma das vacinas.
Coronavac
- Fabricantes e/ou representantes: Sinovac (China) e Instituto Butantan (Brasil)
- Status: aprovada para uso emergencial
- Número de doses: duas doses, em um intervalo de 28 dias
- Tecnologia: vírus inativado
- Eficácia: 100% de eficácia contra o desenvolvimento de casos graves ou moderados, 78% contra casos leves e 50,38% de redução da possibilidade de contrair o vírus
AstraZeneca ou Oxford
- Fabricantes e/ou representantes: Universidade de Oxford (Reino Unido) e Fundação Oswaldo Cruz – FioCruz (Brasil)
- Status: registro definitivo aprovado junto à Anvisa
- Número de doses: duas doses, em um intervalo de três meses
- Tecnologia: vetor viral não replicante
- Eficácia: 76% de eficácia depois de 90 dias da dose inicial, 82,4% ao final do processo
Pfizer
- Fabricantes e/ou representantes: Pfizer (EUA) e BioNTech (Alemanha)
- Status: registro definitivo junto à Anvisa
- Número de doses: duas doses, em um intervalo de três semanas
- Tecnologia: RNA mensageiro
- Eficácia: 85% de eficácia no período entre duas e quatro semanas após a primeira dose e 95% depois da segunda. Testes indicam ser eficaz na prevenção e transmissão do coronavírus
Covaxin
- Fabricantes e/ou representantes: Bharat Biotech (India) e Precisa Medicamentos (Brasil)
- Status: compra autorizada pelo governo, porém não tem autorização emergencial ou pedido de registro na Anvisa
- Número de doses: duas doses, em um intervalo de quatro semanas
- Tecnologia: vírus inativado
- Eficácia: dados preliminares de testes na fase 3 indicam 80,6% de eficácia na prevenção de casos sintomáticos da covid-19
Sputnik V
- Fabricantes e/ou representantes: Instituto Gamaleya (Rússia) e União Química (Brasil)
- Status: compra autorizada pelo governo, pedido para uso emergencial foi feito, porém a Anvisa recusou por falta de dados básicos
- Número de doses: duas doses, em um intervalo de 21 dias
- Tecnologia: vetor viral não replicante
- Eficácia: 91,6% de eficácia na prevenção da infecção pelo coronavírus
Johnson
- Laboratório ou fabricante: Janssen da Johnson & Johnson (Bélgica)
- Status: uso emergencial em avaliação pela Anvisa
- Número de doses: dose única
- Tecnologia: vetor viral não replicante
- Eficácia: 66% de eficácia global, 72% na prevenção do vírus
Moderna
- Laboratório ou fabricante: Moderna (EUA)
- Status: governo indicou a intenção de compra
- Número de doses: duas doses, em um intervalo de 28 dias
- Tecnologia: RNA mensageiro
- Eficácia: 94,1% diante de casos graves
Há diversos projetos de desenvolver uma vacina 100% nacional, já que ainda são incertos a situação e os desafios impostos pela covid-19 em longo prazo. Além disso, o Brasil depende de insumos para a fabricação, o que deixa o todo o processo mais demorado.
Eficácia da vacinação diante das mutações
Como o vírus ainda está em ampla circulação, ao se encontrar com o organismo pode sofrer mutações genéticas que dão origem a variações que não apenas podem ser mais agressivas como também podem inviabilizar a tecnologia adotada.
Basta lembrar que, se houver alterações muito extensas com relação à proteína S, várias vacinas podem deixar de funcionar. Por isso, a cobertura e as doses disponíveis precisam ser ampliadas, para que, ao encontrar o sistema imune, o vírus enfraqueça.
Algumas vacinas já em uso tiveram eficácia reduzida em testes com as variantes – especialmente a P.1., encontrada no Amazonas, tem sido um desafio. A maioria das opções atuais teve eficácia reduzida diante da variante da África do Sul. Nesse cenário, vários laboratórios e farmacêuticas estão em busca de realizar adaptações para fazer frente às variantes.
Calendário de vacinação
Inicialmente, a vacina será gratuita, distribuída pelo SUS. No entanto, com o registro definitivo emitido pela Anvisa, a expectativa é que a compra das vacinas chegue ao âmbito das clínicas particulares.
No Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19, há a definição de um grupo prioritário que já está sendo vacinado, que são majoritariamente os idosos e os profissionais da área da saúde.
Quanto aos locais de vacinação, cada estado definirá os postos de imunização aos quais a população deverá recorrer. Para obter informação precisa, é preciso ficar atento aos canais oficiais de comunicação das redes estaduais e municipais.
Muitas pessoas têm se perguntado sobre os efeitos colaterais das vacinas contra o coronavírus e, antes de mais nada, é importante saber que toda a imunização a ser disponibilizada para a população é segura e passou por avaliação de qualidade da Anvisa.
As reações adversas costumam ser leves, como dor no local da aplicação, dor de cabeça, febre, fadiga. Os riscos de eventos mais graves são mínimos; por isso, vacinar-se oferece muitos benefícios.
O Brasil vai conseguir vacinar toda a sua população em um ano?
O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, são 210 milhões de brasileiros à espera de uma vacina e do final da pandemia.
Nesse sentido, muitas pessoas têm se questionado se o país conseguirá dar conta de vacinar toda a sua população em um tempo razoável, principalmente quando o Brasil está em um ritmo lento se comparado a outros países emergentes e até aos seus vizinhos.
É claro que, quanto maior a extensão territorial e a quantidade de pessoas, a logística para este tipo de campanha precisa ser ainda mais cuidadosa e assertiva. Contudo, é importante lembrar que o Brasil é referência mundial em saúde pública com o programa do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Plano Nacional de Imunização (PNI).
O país é reconhecido mundialmente por ter conseguido erradicar diversas doenças no passado por meio de campanhas de vacinação em massa, como a varíola, a meningite e a poliomielite. Nesse cenário, não é fantasioso afirmar que o Brasil é capaz, sim, de vacinar toda a sua população em curto e médio prazo se houver uma organização administrativa e governamental eficaz para isso.
Quais os documentos necessários para se vacinar contra a covid-19?
Segundo o governo, não é necessário apresentar documentos. Basta comprovar que pertence ao grupo prioritário correspondente à fase de vacinação e estar cadastrado em uma base de dados divulgada por cada estado. Recomenda-se, no entanto, informar o CPF ou levar o cartão do SUS para registro das doses recebidas.
Até dezembro de 2021, o governo brasileiro já assegurou 414,7 milhões de doses, contudo ainda há outras 178 milhões de unidades de imunizantes sendo negociadas. Essa quantidade abrange toda a população, mas somente após o grupo prioritário os outros serão imunizados.
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