Promoções falsas na internet: descubra como não cair na isca de golpistas

Recentemente, a marca “O Boticário” foi utilizada por cibercriminosos em uma promoção falsa que se espalhou pelo whatsapp. O golpe foi aplicado no mês do Dia das Mães e visava roubar informações de usuários e invadir smartphones.

A mensagem que circulou pela internet tinha o seguinte enunciado: “Ganhe um KIT Dia das Mães na O Boticário! Entre no link abaixo e siga o passo a passo para ganhar o seu.”

Ao acessar o link, o indivíduo era direcionado para portais que roubavam informações pessoais ou instalavam programas suspeitos no celular do internauta. Ao cair na armadilha, à vítima concedia permissão para que os hackers recebessem notificações futuras — que podem ser usadas para outros golpes.

Os hackers se aproveitaram de uma promoção real da O Boticário, em que era ofertada uma amostra grátis do Nativa SPA Ameixa Negra. Porém, na campanha verdadeira toda interação com o usuário ocorria no site oficial da empresa, como o preenchimento de dados e compartilhamento de informações com os amigos.

Gustavo Vilar, Perito Criminal Federal especialista em Informática Forense e Professor do curso de Pós-graduação em Computação Forense e Segurança da Informação do IPOG, explica que é muito difícil uma empresa impedir que alguém use a sua marca para qualquer fim, mas é possível que a empresa deixe claro que só se pronuncia por meio de canais oficiais, por exemplo: site da empresa, anúncios televisivos ou aplicativos próprios.

“Atualmente, os aplicativos mais simples de edição de imagens conseguem produzir conteúdos com aparência profissional, o que torna a tarefa de diferenciar as fake news cada vez mais difícil”, complementa o especialista.

Gustavo alerta também sobre as datas mais esperadas do ano pelo comércio. Elas são um atrativo para criminosos, que criam armadilhas em forma de anúncios para promoções falsas com a intenção de atrair clientes.

Usuário: cuidado ao participar de promoções pela internet!

O especialista orienta que primeiramente os usuários precisam analisar a autenticidade da promoção ou da informação. “Na dúvida, não replique o conteúdo. Confira as informações nos canais oficiais antes do repassá-lo”, alerta.

Os principais impactos do consumidor que é vítima de promoções falsas na internet, de acordo com o especialista são: emocional e financeiro.

“Promoções falsas geram expectativas e alteram o estado emocional das pessoas. Quase sempre uma promoção falsa visa atingir a formação de opinião, gerar desinformação ou lesar as finanças dos destinatários. É preciso ter cuidado!”, reforça.

Como identificar uma promoção falsa na internet?

Gustavo afirma que é necessário procurar os detalhes, que somente são encontrados nas promoções verdadeiras. Então fique atento a:

  • Presença de erros gramaticais;
  • Baixa qualidade das logomarcas;
  • Endereços escondidos nos links;
  • Teor da promoção: será que ela não é boa demais para ser verdade?
  • Credibilidade da empresa: verificar se está na lista de sites que devem ser evitados, com reclamações de consumidores registradas no Procon ou Reclame-aqui.

Essas são algumas formas básicas para conferir a autenticidade de uma promoção. Via de regra, aquelas que circulam em aplicativos de conversas (whatsapp, telegram, por exemplo) devem ser avaliadas.

A melhor forma de escapar é certificar! Os hackers podem aproveitar qualquer situação para burlar a segurança de dados de usuários.

O professor alerta que as principais redes utilizadas pelos cibercriminosos são as “gigantes” Facebook, Whatsapp e Twitter, mas mesmo assim o bom e velho e-mail não deixa de ser extremamente convidativo para esse tipo de armadilha. Por tanto, fique atento a todas elas!

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Gustavo Pinto Vilar: Especialista em Docência do Ensino Superior pela UFRJ, Bacharel em Ciência da Computação e Tecnólogo em Processamento de Dados pela ASPER – Associação Paraibana de Ensino Renovado. No serviço público, atuou como Oficial de Cavalaria do Exército Brasileiro, Policial Rodoviário Federal e Papiloscopista Policial Federal. É Perito Criminal Federal especialista em Informática Forense, atuando principalmente nas análises de vestígios em crimes cibernéticos e combate à pornografia infantil. Professor do curso de pós-graduação em Computação Forense e Perícia Digital do IPOG.