Crowdsourcing pode alavancar o seu negócio. Você sabe usar a ferramenta?

Há menos de uma década o conceito de crowdsourcing vem sendo desenvolvido, com resultados altamente positivos para as empresas que adotam sua estratégia. Em tradução literal, o termo origina-se de duas palavras inglesas: crowd, que significa multidão; e source, que quer dizer fonte, ou neste caso fonte de informação. Com isso, crowdsourcing é uma fonte de informação obtida pela manifestação de diversas pessoas.

Você pode estar se perguntando: como isso é possível? Bem, diariamente nos deparamos com mecanismos que foram criados tendo esse princípio como norteamento. A Wikipedia, maior enciclopédia digital, é alimentada com esse princípio colaborativo, onde cada internauta tem a liberdade de dar a sua contribuição.

O aplicativo de geolocalização Waze também funciona da mesma maneira, necessitando da interação de seus usuários para melhor indicar rotas para os demais. São ferramentas desenvolvidas para que sejam alimentadas pelo maior número de pessoas. Quanto maior a contribuição, maior o seu valor e a sua importância.

Como tirar proveito desse tipo do Crowdsourcing?

Se você ainda não conseguiu imaginar de que forma poderia aplicar esse tipo de ideia ao seu negócio vamos te mostrar outras maneiras que a inteligência coletiva possa ser benéfica. Por meio do crowdsourcing você pode propor solução de problemas, testar e colher informações sobre novos produtos, levantar informações que vão lhe ajudar a pensar em novos produtos e encontrar soluções viáveis para o seu negócio.

Imagine que você possui um público cativo e fiel à sua marca e que está em vias de lançar um novo produto. Quem melhor do que esse público para lhe ajudar a avaliar a eficácia desse novo produto? São pessoas que já se identificam com a marca, que nutrem expectativas em relação ao seu trabalho e que podem perfeitamente oferecer uma gama de informações e opiniões importantes para melhor ajustá-lo rumo ao sucesso.

Quando se forma um grupo com essa natureza, se ganha duplamente. Pois além de fidelizar essas pessoas, ao se sentirem parte integrante do processo criativo da marca; ainda realiza uma pesquisa de mercado eficiente e de forma econômica pois as colaborações devem ser espontâneas.

Esse modelo de produção permite às empresas solucionar problemas do dia a dia, investir no desenvolvimento de novas tecnologias, criar conteúdos e prover serviços. Sua eficiência e o baixo custo são tão atrativos que milhares de empresas têm recorrido a esse mecanismo para direcionar suas ações e novos investimentos, inclusive a Nasa. Mas se você precisar de mais alguns exemplos para se convencer de que essa estratégia é realmente interessante, veja a seguir.

Cases de sucesso

Um dos casos mais emblemáticos de crowdsourcing foi aplicado pela Fiat ao criar um modelo de rede social, o Fiat Mio, onde os consumidores podiam opinar sobre o que esperavam em um carro. Todo o tipo de sugestão era mapeada pela empresa, que passou a verificar qual o percentual de necessidades mais comuns, ideias inovadoras e soluções requisitadas pelos próprios motoristas.

Outro exemplo de sucesso veio da franquia Starbucks, com a criação do aplicativo My Starbucks, voltado para coletar as ideias dos próprios consumidores sobre produtos que eles gostariam de desfrutar na cafeteria. Uma pesquisa de mercado espontânea, que permitiu à empresa adotar as ideias mais requisitadas, já tendo como resposta antecipada a sua aceitação perante seu público. Ao invés de investir no lançamento de um produto sem saber seu retorno, já inseriu um novo item sabendo previamente do seu apelo e da sua aceitação.

A gigante de bebidas Coca Cola optou por premiar as colaborações espontâneas e sempre recorre ao crowdsourcing quando busca ideias para novas embalagens, slogans e até vídeos promovendo a marca.

Na França, uma ação de crowdsourcing promovida pelo McDonald’s indicou a necessidade de substituir as cores oficiais da marca de vermelho e amarelo para verde e amarelo. Enquanto na Austrália os clientes da rede puderam contribuir para a escolha do nome dos sanduíches.

Em 2011, a Harley Davidson promoveu uma campanha que estimulava a criação de um comercial coletivamente. Batizado de No Cages, a ação permitia que fossem apresentadas motos personalizadas na campanha. A ideia central era que os motoqueiros pudessem contribuir com as especificações e cores preferidas para o novo modelo Harley Davidson 1200.

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Gilmar Marques: Professor possui ampla e diversificada experiência e realizações em empresas de Saúde, Consumo e Varejo, atuando na direção geral de Unidades de Negócios e de Mercado (operações, marketing e comercial) no Fleury Medicina e Saúde, Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Medial Saúde, Ultragaz, Quaker, Danone, Carrefour e Pão de Açúcar Pão de Açúcar. Professor de marketing estratégico, produtos e marcas no IPOG, na ESPM e FIA (USP). É mestre em Administração/Marketing pela PUC/SP, onde também se graduou em Administração de Empresas, e em Psicologia na Universidade São Marcos. Além das atividades de consultoria, treinamento, e em startUp, realiza trabalho voluntário no Instituto Alma Rugby. Como Psicólogo desenvolve atividade focada na temática do trabalho, relações e performance profissionais.