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A influência das cores no ambiente e no humor

Cores, arquitetura, ambiente, humor

O processo de escolha das cores para compor uma ambientação é mais complexo do que se imagina. Isso porque elas influenciam no emocional de quem passará e viverá naquele espaço e também remetem a diferentes sensações.

Além do impacto provocado por cada cor e tonalidade – que pode ser viva ou suave –, também é importante considerar a paleta de cores que cada um aprecia, o que é muito subjetivo. Por isso, valorizar estes detalhes e considerar os efeitos de cada cor é fundamental quando um designer ou arquiteto vai pensar um ambiente.

Influência das cores nas emoções

Quer um exemplo de como essa influência realmente acontece? Pare para pensar um pouco. Como você se sente quando acorda e se depara com um belo e ensolarado dia? Lá fora o céu está limpo e só de olhar pra ele, já dá pra perceber que o tempo permanecerá daquele jeito. E aí? Aposto que uma sensação de satisfação veio a sua mente agora.

Agora imagine uma situação contrária. O que você sente em dias chuvosos e nublados? Será que a mesma animação provocada pela paisagem do dia ensolarado permanece ou será que a vontade é voltar correndo para dentro de casa e esperar pelo próximo dia?

Viu só?! As cores estão diretamente ligadas ao nosso humor, à maneira como reagimos ao que vemos. Nossos olhos necessitam delas tanto quanto a luz.

Nos anos 40 e 50, no período modernista, o uso intenso de concreto na arquitetura ocasionou um monocromatismo cinzento deprimente na paisagem. Não havia outras cores a não ser branco, preto e no máximo, algumas cores neutras. Atualmente a preocupação em tornar espaços e ambientes mais agradáveis fez com que se utilize cada vez mais o tratamento de cores.

Importância histórica das cores

Desde as cores utilizadas nas paredes das cavernas à criação dos sistemas que tentam organizá-las, uma longa história foi tecida. Os achados arqueológicos embasaram os conhecimentos sobre os primórdios da utilização das cores e o entendimento de seus processos.

Estudar as cores nos leva por caminhos complexos e multidisciplinares, envolvendo várias áreas do saber, dentre elas: física, química, psicologia, antropologia, sociologia, entre outras.

Uso das cores: uma tarefa que requer habilidade

De qualquer maneira, usar a cor é uma tarefa difícil e requer grande habilidade do profissional, pois ao definir uma paleta de cores, surgem dúvidas sobre qual a melhor forma de aplicá-la e principalmente quais estratégias adotar. Essa situação leva alguns a praticamente anular o uso da cor ou aplicá-las de forma equivocada, limitando-se a uma cartela, às vezes, pobre e desinteressante, sem mais questionamentos sobre o efeito que elas trazem.

Muitas vezes, esquecem a sua característica mais básica: a de tornar visível a forma dos objetos, já que a cor pode evidenciar ou esconder determinados elementos de uma composição.

Quando se observa um objeto, associa-se a cor percebida a ele como se fosse uma característica material dele, mas, embora pareça uma qualidade do material, ela é apenas uma sensação de quem a observa. Veja o que o autor Holtzschue fala sobre isso:

A cor é uma experiência visual, uma sensação da luz que não pode ser verificada por outros sentidos: não pelo tato, paladar, olfato ou audição. Um objeto colorido pode ser tocado, mas é o próprio objeto que é tangível, não a sua cor. A cor não tem substância física.

Por isso, é sempre importante considerar o poder que as cores têm de animar, estimular, assim como irritar, deprimir, angustiar.

Saiba mais sobre a importância desta área clicando aqui.

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Sobre Josivan Pereira

Arquiteto Urbanista e Tecnólogo em Design de Interiores, Mestre pela Universidades de São Paulo, com foco no estudo da cor. Professor do IPOG nas Pós-Graduações Master em Arquitetura e Lighting e Design de Interiores – Ambientação e Produção do Espaço.