Cogeração de energia: como abraçar as novas possibilidades do mercado de Engenharia Elétrica
Você já ouviu falar em cogeração de energia? Com o aumento da população, o avanço do processo industrial e os debates sobre sustentabilidade nesse contexto, a racionalização energética se tornou um ponto de atenção.
No Brasil, a demanda energética existente é suprida em sua maioria pela produção das usinas hidrelétricas, mas a busca por fontes de energia e a geração distribuída já agregam novas práticas ao mercado. Esse cenário também é impulsionado com base na crescente demanda global por energia.
Uma alternativa que vem ganhando espaço nos últimos anos é a cogeração de energia, solução que merece a atenção de todos, em especial dos engenheiros que atuam ou pretendem atuar com as novas demandas setoriais.
Afinal, as crises de energia são uma realidade não tão distante do Brasil, e a necessidade de diversificar a matriz energética existe porque os recursos utilizados podem acabar e os profissionais capazes de alavancar a produção de soluções de menor custo e mais eco-friendly são bastante necessários.
O que é cogeração de energia?
Chama-se cogeração a produção concomitante de energia térmica/calor e energia elétrica originárias de uma fonte primária de energia química, que é o combustível. Este é um um modelo de produção e distribuição energética eficiente para consumo interno ou de terceiros.
Como exemplo, podemos citar a cogeração de energia por meio do bagaço de cana, que funciona da seguinte maneira:
Nas usinas de cana-de-açúcar, o bagaço é utilizado como combustível. A energia contida no combustível é transformada em biogás diretamente ou pela queima em caldeiras, no processo de combustão, que, ao ser processada, gera energia elétrica e calor para o processo produtivo.
Tem-se então no processo da cogeração de energia a produção de duas energias a partir de uma única biomassa. Especialistas falam ainda em um processo “alargado” de cogeração, chamado de trigeração, no qual o combustível resulta em eletricidade, calor e frio.
A cogeração e sua inserção no sistema elétrico
Comparado a outros países industrializados, o Brasil ainda tem um caminho significativo a percorrer na aplicação da cogeração na matriz energética nacional.
Segundo o INEE (Instituto Nacional de Eficiência Energética), essa tecnologia voltou a ganhar força nos últimos anos como parte das iniciativas para encontrar soluções mais eficientes e de baixo custo no processo total, inclusive para empresas de pequeno porte.
Esse modelo pode ser aplicado nos edifícios em que existem demandas de energia elétrica e térmica. Aplica-se também a situações nas quais o número de horas anuais de operação seja superior a 4.500.
As indústrias sucroalcooleira , química e petroquímica, entre outras, são algumas das que apresentam as características acima e, portanto, são os segmentos nos quais o modelo de cogeração de energia está concentrado.
Frequentemente, embora exista uma instituição reguladora e fiscalizadora, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a expansão da cogeração esbarra na falta de uma delimitação objetiva no que se refere à conexão entre os produtores independentes de eletricidade com a rede de distribuição das concessionárias.
Isso porque o resultado da cogeração pode ser comercializado integralmente ou em partes mediante concessão ou autorização. Os fornecedores são chamados de autoprodutores ou produtores independentes e os consumidores são cativos ou livres.
Cogeração de energia através do bagaço da cana-de-açúcar
Embora o gás natural seja o combustível que, segundo especialistas, apresenta as melhores condições para comércio e de eficácia energética e ambiental, outro combustível que tem ganhado destaque é o bagaço da cana, representando 8/10% da matriz elétrica brasileira.
A gaseificação do bagaço de cana-de-açúcar, combustível do tipo biomassa, como dissemos acima, é predominante na indústria sucroalcooleira. Nesse sentido, as usinas que mais investem em tecnologia e fazem mudanças na planta industrial alcançam não apenas o auto-suprimento energético, como também mais eficiência energética.
Enquanto biomassa, esse tipo de cogeração é destaque pelo alto poder energético e pelas formas de armazenamento e transporte, que são mais fáceis. Há ainda o baixo custo na produção de energia elétrica, pelo fato de ser renovável e menos poluente que o petróleo e o carvão, por exemplo.
Benefícios da cogeração de energia
O cenário ainda tímido do país em relação a essa tecnologia ignora as diversas vantagens que a cogeração pode agregar não apenas aos processos industriais como a outros setores.
No setor de serviços, a cogeração de energia já está presente em hotéis, centros comerciais, hipermercados, escritórios etc. como tendência para os chamados edifícios inteligentes.
Confira abaixo alguns dos benefícios desse modelo de produção simultânea de energia.
● Menos desperdício. Esse modelo é capaz de reduzir as perdas do combustível sob a forma de calor, transformando a maior parte do que seria perdido em energia utilizável;
● Geração de excedentes em eletricidade é uma fonte de receita para produtores. Diante da necessidade energética do país, os gestores das usinas têm buscado incrementar a sua receita com a venda de energias para concessionárias;
● Contribui para a autossuficiência na geração de energia elétrica das unidades em que o modelo é aplicado. Ideal para as unidades que necessitam de fornecimento de energia sem interrupção;
● Requer menos recursos de capital para a geração elétrica quando comparada à hidroeletricidade ou mesmo com plantas de geração termelétrica;
● Reduz o impacto ambiental, já que o consumo de combustíveis fósseis é menor.
Como profissional pode ter sucesso nesta área de engenharia?
A capacidade das regiões brasileiras de gerar energia elétrica e térmica tem crescido; consequentemente, mais unidades de cogeração têm sido criadas e mão de obra com formação adequada tem sido requerida.
Especialmente profissionais de engenharia elétrica e para o operacional, com vasto conhecimento nessa tendência, são requisitados para os projetos de implementação de novas unidades de cogeração de energia, para fazer frente a esse modelo que tem se modernizado rapidamente nas últimas décadas.
Espera-se desses profissionais um conhecimento técnico robusto, desde aspectos mais basilares como a queima de gás, a passagem da energia mecânica para a térmica através das turbinas e a transformação de calor em frio por meio de máquinas de absorção até controles internos e processos inerentes aos espaços de cogeração.
Certificações específicas sobre motores de combustão interna e grupos geradores também contribuem para um perfil profissional desejado pelo mercado.
Cursos, workshops e especializações
Por essa razão, várias instituições de ensino têm oferecido cursos, workshops e mesmo especializações para engenheiros, em que a cogeração de energia é tema central ou integra a grade curricular. O curso MBA Eficiência Energética e Energias Renováveis do IPOG é uma dessas opções para quem deseja se aprofundar nesse conteúdo.
O nível de empregabilidade do profissional de engenharia elétrica especializado é alto diante de uma demanda crescente por capacidade gestora e busca de soluções em energias renováveis tanto na indústria quanto no setor terciário.
Assim que, esse conhecimento é um diferencial de formação, dá vantagem competitiva aos profissionais, além de ter impacto na remuneração e na gradação da carreira.
Ademais, há muito a explorar nesse viés, pois a cogeração de energia pode acontecer a partir de fontes diversas – o bagaço da cana-de-açúcar, a biomassa de eucalipto, palha de arroz e outros tipos de biomassa regionais. Há também a cogeração de energia solar/fotovoltaica, entre outras possibilidades. Os profissionais que melhor atendem às demandas nesse campo saem na frente.
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