Fluxo de caixa: uma necessidade desconhecida
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Fluxo de caixa: uma necessidade desconhecida

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Conhecer seus limites financeiros. Esta é a chave de um negócio para que ele não se afunde em um mar de dívidas. Não é à toa que o SEBRAE listou os 6 maiores erros que levam uma empresa a abrir estado de falência. E sabe qual item apareceu entre estes seis? A falta de controle financeiro empresarial. É ai que entra o papel do profissional responsável pelo fluxo de caixa empresarial.

O especialista em estratégias e coordenador do MBA Gestão de Negócios, Controladoria e Finanças do IPOG, Camilo Cotrim, explica que este profissional pode ser administrador ou um contador, mas cada um terá uma visão diferente. Vamos facilitar. O especialista diz que se um contador ocupar este cargo na empresa a visão dele será mais focada nos registros da empresa. Já um administrador terá uma visão futurista deste fluxo de caixa.

Se um contador for preparado para ter esta mesma visão que o administrador ele será um exímio profissional para ocupar a cadeira”, alerta.

Para Cotrim é preciso três coisas para lidar com esta função:

  • disciplina
  • organização
  • e ferramentas ideais.

Avaliando o mercado empresarial como um todo, ele afirma que essas três questões não têm sido encontradas nas empresas e, principalmente, nas pessoas que trabalham neste cargo. “Grande parte das empresas não tem a disciplina de ter um fluxo de caixa alimentado.

É isso que temos que combater. Técnica existe para fazer com que a ferramenta trabalhe na sua melhor usabilidade. A ferramenta usada nesta execução é de decisão que leva o empresa a entender em que posição se encontra, em termos financeiros”, conta.

De forma geral o fluxo de caixa, em essência, é uma ferramenta de futuro e o dinheiro no tempo não é fácil de ser enxergado. Uma ferramenta de decisão, planejamento e de precisão técnica que resguarda a saúde e o equilíbrio financeiro do negócio como um todo. Grandes decisões precisam ser tomadas com base em informações consistentes, e isso somente este projeto te dará.

O especialista diz que não é recomendado assumir compromissos de investimento sem saber a posição de caixa da sua empresa, sem saber a capacidade financeira futura e se vai dar conta de cumprir aqueles compromissos que estão prestes serem fechados ou não.

Mas, se esta é uma ferramenta importante dentro de um negócio, ela deveria ser muito bem conhecida e executada, certo? Correto! Mas a realidade de hoje é diferente, segundo Cotrim.

O que nós vemos no mercado, na maioria das vezes, são pessoas de confiança dos diretores, muitas vezes parentes e amigos, assumindo esta cadeira que deveria ser de um especialista. Isso não quer dizer que a pessoa de confiança não possa ser especialista no assunto, mas é raro encontrarmos alguém com essas duas características”, explica.

Mas, ai surge outra dúvida: Se esta é uma função tão necessária para as empresas, por que elas não contratam apenas aqueles profissionais que se aprofundaram e qualificaram profissionalmente? Camilo Cotrim explica que isso ocorre por ser um trabalho com técnicas não dominadas pela maioria das firmas por ser complexa. Afinal enxergar o dinheiro no tempo é algo complicado.

É tão complicado que as pessoas não conseguem fazer isso, de forma direita, com suas finanças pessoas, quem dirá em grande escala, como é o caso do controle da entrada e saída de dinheiro das empresas. Para o especialista “fluxo de caixa é manter controle da vida financeira da empresa, assim como precisamos ter da nossa. Existem milhares de pessoas endividadas por ai justamente por não conseguirem ter controle, imagina se isso acontece com uma corporação, onde há milhares de entradas e saídas de dinheiro por mês? Isso pode leva-la à extinção!”.

[Planilha gratuita: Fluxo de Caixa]

Consequências de não utilizar o Fluxo de Caixa:

  1. Desequilíbrio financeiro – As despesas podem chegar antes das entradas de dinheiro na empresa e essas entradas ficaram desencaixadas das saídas. O que pode levar seu negócio à outros problemas;
  2. Atrasos dos compromissos – Isso ocorre devido ao desequilíbrio financeiro no qual a empresa está;
  3. Desgaste com fornecedores – Esta é uma consequência do atraso nos compromissos. Você acaba tendo descrédito com os fornecedores e isso pode gerar transtornos nos pedidos;
  4. Uso de capital de terceiros – É quando você recorre aos empréstimos para tentar obter controle da sua vida financeira. Empréstimos geram juros altos, que irão corroer parte do seu lucro no negócio, portanto sua entrada financeira fica reduzida.

Exceção à regra

Se você é empreendedor e não faz um fluxo de caixa, mas o seu negócio dá certo, há uma explicação:

O especialista afirma que há sim casos de empresas que não têm este processo instalado, mas possuem lucros altos e conseguem manter a saúde financeira em alta, mas por quê?

Bem, nem sempre o fato de não ter o fluxo de caixa quer dizer que a sua empresa vai de mal a pior ou que ela esteja morrendo. Dependendo do segmento do seu negócio e da maneira como você, empreendedor, leva sua firma a sua entrada e saída de dinheiro podem estar “conversando” entre sim.

Vamos explicar:

Se o seu negócio lhe permite fazer uma compra a prazo e receber à vista do seu cliente como, por exemplo, uma padaria, ai sim você terá saúde financeira boa.

Esse jeito de funcionar da empresa favorece uma gestão natural do fluxo de caixa, mesmo não obtendo a ferramenta ideal para o controle. Mesmo assim, é preciso lembrar que apesar da condição favorável é importante ter a ferramenta para enxergar bem o futuro do negócio”, diz o especialista.

Leia também: Porque se especializar em gestão financeira!

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Sobre Camilo Cotrim

Mestre em Contabilidade pela FUCAPE Business School. Pós-graduado em Estratégia; Pós-graduação em Docência do Ensino Superior. Especializou-se em Finanças/Sebrae, em Franchising/ Franchising University/SP e Lead Assessor – MCG/Batalas. APG Sênior Amana-Key. Especialização, MBA em Gestão Organizacional Franklin Covey/IPOG; formado em administração pela PUC/GO. Formação de Conselheiro pelo IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Iniciou sua carreira no Sistema Sebrae em 1991 permanecendo por 11 anos, onde exerceu cargos de consultor, instrutor de treinamentos e gerente de projeto. De 2001 a 2007 atuou no segmento da educação superior onde exerceu cargo de Diretor Administrativo Universidade Salgado de Oliveira – (Universo), assumindo também as funções de Professor na graduação, pós-graduação, coordenador de pós-graduação, coordenador de Estágios e professor da graduação até 2015. Em 2007 assumiu a função de diretor no Hospital São Francisco de Assis, prestando também assessoria e consultoria a entidades de classe hospitalares em Goiás. Empreendeu como sócio em indústria de pequeno porte, empresa de consultoria (Dókimos), (Ressonância Magnética); Foi sócio da Dr. Atende JÁ!. Atualmente exerce a função de Conselheiro e realiza mentoria a executivos para preparação para sucessão familiar. Coordena o curso MBA em Gestão de Negócios, Controladoria e Finanças Corporativas. É professor de pós-graduação no IPOG. Sócio da ELLEVTI Inteligência em Negócios; Sócio da Prospera.