Pouca participação, alunos desmotivados e número maior de evasão são desafios que a gestão acadêmica precisa lidar na era pós-google.
Após a revolução industrial e tecnológica, o mundo passou a girar em outro passo.
Se a internet trouxe a velocidade da informação, o avanço tecnológico se encarregou de trazer a dinamicidade das telas animadas e brilhantes.
Tantos estímulos fizeram com que nossa vivência e percepção de mundo mudasse totalmente. Hoje, os nativos digitais não se sentem conquistados com aquilo que é estático e monótono.
E, por isso, as instituições de ensino têm um grande desafio: cativar os alunos em sala de aula.
Tem interesse pelo tema? Neste artigo vamos tratar das dificuldades de gestores acadêmicos no mundo atual. Para isso, vamos discutir as possibilidades de melhorias e como as respostas podem estar na importância da construção de um processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico.
As dificuldades enfrentadas pela gestão acadêmica no momento de atrair novos alunos
Leandro Karnal, filósofo e historiador, em palestra na Jornada da Educação ocorrida em 2016, trouxe à discussão os desafios que a tecnologia gerou para o ensino: “hoje, a educação precisa estar à frente das informações. Temos que seduzir alunos diante de tantas novas tecnologias”, argumenta.
A problemática é compartilhada por diversos professores e gestores acadêmicos. Cada vez mais, eles notam as salas vazias ou repleta de alunos menos engajados no aprendizado.
Essa discordância de interesses está relacionada à diversos fatores. Entretanto, sua raiz pode estar no choque de gerações e no modo como passamos a nos comunicar com o externo.
Pense: uma pessoa nascida em 1950 viu o mundo de uma forma totalmente diferente do que aqueles que nasceram em 1985, por exemplo. São 35 anos nos quais o mundo evoluiu de forma rápida.
Ainda mais quando notamos os últimos 15 anos, onde, em um clique, se tornou possível sair daquele papo entediante e procurar por novos estímulos. Nesse sentido, parece que sempre estamos disputando a atenção do outro, seja ele aluno/a, amigo/a ou namorado/a, certo?
Essa falta de entendimento entre gerações ocasiona o primeiro grande desafio da gestão acadêmica em instituições de ensino: a evasão.
Evasão
A evasão é, sem dúvidas, uma das principais dificuldades enfrentadas pela gestão acadêmica. É algo que atinge todos os níveis da educação, desde o básico até as instituições superiores.
Segundo o site Agência Brasil, em 2017, um em cada quatro estudantes entre 15 e 17 anos iriam abandonar os estudos. A pesquisa também aponta que, se continuar nesse nível, para alcançar o Plano Nacional da Educação, o Brasil levaria cerca de 200 anos.
O alto número de evasão escolar é um problema não só para a gestão educacional, mas para a produção de conhecimento no Brasil. Afinal, são milhões de indivíduos que estarão deixando de se tornar profissionais, interferindo no desenvolvimento intelectual do país.
Em relação aos cursos de especialização, a Associação Brasileira de Ensino a Distância realizou uma pesquisa em 2015 para avaliar a evasão nos cursos de especialização. Os dados mostram que a categoria EaD apresenta evasão de até 50%. Já a modalidade semipresencial e presencial, podem chegar até 25%.
A diferença de perfil entre os alunos de graduação e pós também influenciam nesses números, já que aqueles que entram na graduação estão mais acostumados ao ritmo da sala de aula, pois geralmente acabaram de sair do ensino médio.
Questões financeiras
Mensalidades elevadas é um dos fortes motivos para a evasão escolar. No ensino básico, é especialmente difícil para pais com mais de um filho. Já na graduação e especialização, são alunos que gostariam de ingressar no ensino superior, no entanto não têm como pagar as contas, o curso extra e ainda o material teórico.
No caso das graduações, os programas de permanência como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e o Prouni (Programa Universidade Para Todos) se tornam uma alternativa.
Contudo, quando falamos de ensino básico e especialização, esse tipo de ajuda do governo ainda não existe.
Pensando nisso, a gestão acadêmica das instituições de ensino tentam atrair esses alunos elaborando estratégias financeiras que busquem abraçá-los.
Exemplos disso são planos de financiamento ou descontos e bolsas de estudos.
Falta de tempo
A falta de tempo é outro fator decisivo na evasão escolar. No ensino superior, a rotina de trabalho e tempo de deslocamento entre um local e outro se tornam pesados para aqueles que ainda precisam ter disposição para as aulas.
Quando falamos do ensino médio, esse quesito também se faz presente, mas em menor escala. Aqueles alunos que precisam ajudar nas despesas da casa se veem desmotivados e cansados com a rotina dupla.
Ainda que os alunos saibam que chegar ao ensino superior é importante para o plano de carreira e sua ascensão, é um sonho que acaba sendo deixado para depois.
Tentando atrair esse público, a gestão acadêmica dos cursos têm investido cada vez mais na modalidade EaD (educação à distância) e semipresencial, aumentando a carga de aulas virtuais.
E, ainda, também nas opções de cursos de verão e curta duração. Ambos trazem a qualificação buscada, ainda que não o aprendizado profundo das especializações mais duradouras.
Professores com pouca vivência de mercado
Os cursos de ensino superior têm, como intuito, formar novos profissionais. Por isso, os alunos que ingressam na graduação e especialização querem entender como funciona exatamente o mercado de trabalho.
Ao buscar por aprendizado que irá trazer expertise, encontram com professores com pouca experiência prática. Reclusos aos livros e a vivência acadêmica das salas universitárias.
Desse modo, há uma quebra de expectativa, levando ao nosso primeiro tópico.
Nessa perspectiva, há um choque entre o interesse dos alunos e o da gestão acadêmica, que precisam manter altas notas, segundo avaliações e requisitos do Ministério da Educação (MEC), com um quadro docente formado por mestres e doutores.
Há ainda a situação de professores de excelência e alta qualificação, mas desvalorizados pelas instituições de ensino pelo seu alto valor de mercado. Afinal, o título de doutorado eleva em até 6x o salário médio, chegando aos R$ 13 mil.
Dificuldade para encontrar profissional com expertise acadêmica e de mercado
Nesse quesito, existe uma polaridade. Enquanto a gestão acadêmica de algumas universidades investem nos professores com poucos títulos acadêmicos e muita experiência de mercado, outras, em professores com muitos títulos e pouca experiência.
Portanto, a dificuldade é justamente encontrar profissionais que atendam ambos os aspectos: bons pesquisadores acadêmicos e com larga experiência dentro do mercado de trabalho. Sendo possível agregar ambas as expertises e passá-las aos alunos.
Academicismo exagerado
E, se estamos falando de um elevado número de professores com fortes linhas acadêmicas e pouca vivência de mercado, outro desafio enfrentado pela gestão acadêmica é trazer conteúdo prático para as aulas.
Uma pesquisa aplicada a 132 mil pessoas, em 2016, pela Nossa Escola em (Re)Construção, traz a informação de que 36% dos alunos entre 13 e 21 anos de todo o país afirmam preferir uma ensino com atividades práticas ou voltadas para a resolução de problemas.
Essa informação é importante para coordenadores da gestão acadêmica porque essas pessoas são justamente aquelas que, em alguns anos, estarão procurando por cursos de especialização e graduação.
Para eles, faz mais sentido aprender de forma prática. Aplicações reais no dia a dia, por exemplo, são lugares onde podem enxergar que o que estão aprendendo realmente será efetivo. Além disso, as aulas práticas também estimulam os alunos pela motivação do desafio na resolução de problemas.
Com isso, não estamos querendo dizer que os fundamentos acadêmicos sejam dispensáveis, contudo, é preciso haver um balanço. Mas entraremos nesse assunto mais à frente!
Aulas monótonas
O mundo se transformou e novas tecnologias chegaram. No entanto, o modelo de aulas que a gestão acadêmica utiliza hoje é semelhante ao de 100 anos atrás.
A dispersão em sala é reclamação recorrente do corpo docente. Por outro lado, a monotonia é a principal queixa dos alunos quando se trata da sala de aula.
E quando falamos nesse tema, é algo que afeta até mesmo os pequenos. Eles nasceram em uma Era diferenciada, onde tudo é interativo.
Novas formas de aprendizado
O ideal de escola surge na Idade Média. O intuito da criação era entreter uma nova classe social que não precisava trabalhar para garantir seu sustento. Portanto, iriam utilizar o tempo ocioso de forma digna: estudando. Nesse início, a escola surge como uma atividade de prazer.
Com o passar do tempo, as instituições de ensino passam a virar centros de aprendizado. As informações não dialogam com o contexto atual e passam a ser espaços de obrigação.
Quem traz essas informações são a educadora e pedagoga, Lynn Rosalina Gama Alvez, e o professor e pesquisador em Educação e Comunicação, Nelson Pretto, em um artigo publicado na revista Comunicação e Educação.
Eles afirmam que hoje vivemos em um mundo high tech e tantos elementos tecnológicos transformaram o nosso modo de aprender e pensar, abrindo espaço para uma lógica rizomática. Aquele indivíduo que constrói a sua lógica a partir da diversidade, em um permanente processo de construção e desconstrução.
A insatisfação surge, então, porque as instituições de ensino ainda se mantém na tecnologia low tech, resistindo às novas demandas sociais e cognitivas desses novos alunos.
A geração que está chegando às salas de aula tem vivência diferenciada e sabe que é possível inovar nesse sentido.
Possibilidades e melhorias nos modelos de aula e grade curricular como forma de atração
Quando se fala em melhorias para a atração de alunos, a gestão acadêmica precisa, primeiro, entender qual o perfil de estudante que está chegando.
Os nativos digitais têm um novo modo de aprender
O termo “nativo digital” apareceu pela primeira vez em 2001, na revista On The Horizon, escrita por Mark Prensky, que também lançou o termo.
Baseado em observações, ele deduziu que as pessoas que nasciam imersas em aparatos tecnológicos, como videogames, computadores e celulares, cresciam com habilidades diferentes do que as gerações anteriores.
Isto porque, possuíam a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, receber grande volume de informações e usar a tecnologia em seu aprendizado.
São considerados nativos digitais aquelas pessoas que nasceram a partir dos anos 1995 e hoje estão terminando a graduação e/ou entrando na especialização. É a mesma geração dos Millennials.
Apesar do termo ser rodeado de controvérsias, é fato que a dinamicidade dessa nova era moldou uma forma diferente de aprendizado. Apesar disso ser visto como algo pejorativo por muitos, na realidade, é apenas um desdobramento do contexto.
Veja, não é melhor aprender um conteúdo sem que isso seja visto como uma obrigação?
Qual o perfil do aluno do século XXI?
Por terem nascido em meio ao boom tecnológico, na qual a comunicação é rápida graças às redes sociais, os alunos do século XXI têm pouca paciência e não conseguem se concentrar com abordagens longas, algo que era comum nas gerações passadas.
Para eles, é importante ser motivados pelos professores. Também são mais ativos em relação à busca por informação e não costumam lidar bem com regras inexplicáveis, formalidades e hierarquias autoritárias. Além disso, outra característica marcante é que prezam pela praticidade e agilidade.
Perfil dos alunos de graduação
A partir de dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é possível afirmar que o perfil de alunos nos cursos de saúde e educação tem prevalência de mulheres. Quando falamos dos cursos de engenharia e exatas, os homens são maioria.
A faixa etária desse público está entre os 20 e 22 anos.
Também é importante salientar que o número de alunos matriculados em cursos noturnos aumenta a cada ano. Isso reflete um número maior de graduandos trabalhadores nas instituições de ensino.
Perfil dos alunos de especialização
Segundo o site EADBOX, metade dos alunos que buscam cursos de educação à distância costumam ter a faixa etária de 31 a 40 anos.
O CENSO EaD também mostra que grande parte do público da modalidade EaD no Brasil é do sexo feminino. Além disso, mais de 75% desses alunos trabalham e estudam.
Já na modalidade presencial, em sua maioria, os estudantes figuram entre 21 e 30 anos. Segundo pesquisa realizada pela CAPES, em 2015, as mulheres são maioria em cursos de especialização, em especial nas áreas acadêmicas, como mestrado e doutorado.
Nas áreas de exatas, no entanto, os homens ainda são maioria, já que também representam em maior número na graduação. Contudo, a pesquisa mostra que a diferença vem diminuindo com o passar dos anos.
E o que eles querem?
Estes números já dão alguma ideia de qual caminho a gestão acadêmica deve seguir no momento de pensar no conteúdo programático e modelos de aula.
O academicismo prático de Harvard
Nesse tópico, podemos citar uma das melhores universidade do mundo como exemplo: Harvard. Seu ensino acadêmico-prático a colocou entre as primeiras posições em qualidade de ensino do mundo. Um sonho tanto para professores quanto para alunos.
Harvard possui um grande portfólio de descobertas tecnológicas, ideias inovadoras e empreendimentos de ponta. A soma desses aspectos a faz ser líder em seu segmento.
E como eles conseguem isso? A sua linha de professores é uma das respostas.
Eles optam por ter em seu quadro docente professores-doutores com excelentíssimas qualificações, teorias acadêmicas publicadas e extensa experiência técnica na profissão escolhida.
Além disso, os doutores e mestres que são aprovados para lecionar em Harvard precisam, necessariamente, serem doutores de “teses vivas”. O que significa que precisam ter aplicado aquilo que escrevem em situações de mercado.
Esse modelo de ensino tem sido seguido pela gestão acadêmica das demais universidades americanas. Desse modo, o “academicismo” como conhecemos vai morrendo ao poucos, dando espaço ao novo.
Importância da construção de um ensino teórico aliado à dinamicidade na gestão educacional
Se você chegou até aqui, esperamos que tenha compreendido que o modelo “atual” já está defasado. Afinal, ensinamos nossos alunos, criados em meio a revolução tecnológica, de uma forma que por muitos já é considerada arcaica.
Hoje, com todos os recursos que a tecnologia pode nos proporcionar, é possível oferecer um ensino eficiente, dinâmico e atrativo. Dessa forma, o conteúdo irá engajar os alunos e será fixado por todos.
Você já ouviu falar que cada pessoa aprende de uma forma? Aqueles com memória fotográfica, por exemplo, aprendem melhor com estímulos visuais. Também têm aqueles que se distraem facilmente com a leitura e só fixam o tema através da fala.
São muitas as possibilidades quando falamos em aulas dinâmicas. Outro exemplo é apresentar o conteúdo através de podcasts para a discussão em sala. Pessoas da área também podem ser convidadas para debater sobre o campo de atuação, além de pesquisa, quizzes, resolução de cases etc.
Para conferir ideias de aprendizado que fogem do padrão, confira nosso artigo sobre Storytelling na Sala de Aula.
A importância de aliar um ensino teórico ao dinâmico está em dar aos diferentes tipos de alunos aquilo que necessitam. Ocasionando em um ensino integrado e completo.
E como inovar nesse sentido? O Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG) pensou nisso e elaborou o MBA em Gestão, Inovação e Negócios Institucionais. Conheça um pouco do curso!
Conheça o nosso MBA em Gestão, Inovação e Negócios Institucionais do IPOG
O curso em EaD é voltado para profissionais de diversas formações acadêmicas, que atuam ou pretendem atuar em cargos de liderança em instituições de ensino, podendo ser em colégios, universidades, escolas de idioma, escolas técnicas, cursos preparatórios, grupos educacionais etc.
Nele, você irá desenvolver e aperfeiçoar a capacidade de gestão acadêmica, trabalhando as competências fundamentais para as organizações do setor educacional, como visão estratégica, capacidade de inovação, liderança, gestão de pessoas, negociação, resolução de conflitos, gestão financeira e tributária e aspectos jurídicos.
Além disso, o curso trabalha a capacidade de entender e analisar cenários macro e micro ambiental, definir e implementar estratégias, inteligência de mercado, assim como desenvolver processos para a criação de modelos de organizações sustentáveis e competitivas.
O IPOG conta com diversos cursos de ensino superior. No seu quadro, é possível encontrar profissionais docentes de excelência e renome no mercado. A proposta é um ensino humanizado que estimule o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno.
O Instituto está presente em todos os estados do país e no Distrito Federal. Dessa forma, acumula quase 20 anos de experiência na formação de grandes especialistas.
A satisfação do aluno tornou a sua marca registrada. A prova disso é o índice discente, que chega a 97,14% em todo o país.
Os projetos pedagógicos realizados na instituição são diferentes dos já existentes no mercado. Isso fez com que o IPOG alcançasse o status que tem hoje.
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