Como ser competitivo em tempos de crise econômica
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Como ser competitivo em tempos de crise econômica

Como ser competitivo

Estamos totalmente absorvidos pela crise econômica e política que é considerada uma das maiores dos últimos 50 anos. Não precisa ir longe para constatar tal verdade. Uma busca rápida no site do Banco Central mostra que durante o crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu por dois anos consecutivos, levando a queda de 2,1 pontos percentuais em 1930 e 3,3% em 1931. A pergunta diante esse fator é: como ser competitivo em tempos de crise econômica?

Nem durante as crises do petróleo na década de 70, ou durante a hiperinflação dos anos 80 foi registrada a queda consecutiva do PIB por dois anos seguidos. Porém em 2014 e 2015, o PIB brasileiro sofreu uma queda de 0,1% e 3,6% respectivamente, ou seja, ainda maior do que o incrível baque sentido na quebra da bolsa novaiorquina no passado recente.

Todo esse cenário de incertezas com relação à condução da política econômica nacional tem levado o empresariado a desenvolver uma sensação de impotência e desânimo.

Hoje, o ambiente empresarial tornou-se o território da sobrevivência, onde a cada dia uma empresa próxima a você abre o processo de recuperação judicial. Os olhos se voltam atentos ao noticiário para saber quando e qual será o teor da próxima delação.

Um panorama além da crise

Antes de se contaminar pelo pessimismo dominante do momento, é importante desenvolver um olhar 360 graus sobre momentos de crise para saber de que forma sua empresa pode se beneficiar dessa informação. Para algumas empresas, a crise é um fator de crescimento.

Isso mesmo, empresas conseguem crescer na crise quando elas apresentam alternativas viáveis de produtos e serviços que podem substituir aqueles considerados de primeira linha, ou de alto poder de custo.

Isso acontece porque as pessoas precisam manter o consumo que estão habituadas, no entanto, fazendo as devidas substituições por produtos considerados de segunda linha.

Ninguém deixa de comprar uma bolacha para o filho, por exemplo, mas escolherá a versão mais barata. Empresas que conseguem colocar no mercado produtos viáveis economicamente são as que crescem em tempos de crise.

Agora, se a sua empresa não pretende investir em uma segunda linha de produtos, é importante analisar se neste momento você consegue diminuir a margem de ganho com a sua comercialização para não perder mercado.

Muitas vezes manter o seu marketshare se faz mais necessário do que perdê-lo para o concorrente de preços mais vantajosos. Muitas empresas trabalham nesta época com margens negativas, ou zeradas, utilizando neste momento o crédito que ainda têm disponível.

O importante é que o empresário saiba que todas as estratégias adotadas na crise são de curto prazo, momentâneas e desenvolvidas para conseguir fôlego neste período crítico. Deve ser vista como uma estratégia de sobrevivência mesmo.

Portanto, neste momento, às vezes se faz necessário até pagar para entrar em um mercado altamente competitivo e vantajoso. Por exemplo, para uma transportadora fechar negócio para atender uma multinacional neste período, seria normal que sua margem fosse bem pequena, quase nula, mas necessária para conquistar deste cliente.

Dicas para se aplicar na crise econômica:

  • Economia a qualquer custo

Infelizmente não é o momento de se investir se você não está capitalizado e depende de banco para sobreviver. É preciso saber segurar o caixa, mantê-lo para custear operações de sobrevivência.

  • Abrir mão da margem excessivamente lucrativa

O cenário pede que você trabalhe com margens menores. Não esqueça, resistir é melhor do que fechar as portas. A crise passa, você e sua empresa precisam continuar existindo.

  • Adotar estratégia de sobrevivência

Uma estratégia de crise é de curto prazo, tomada de forma eficiente e sem medo. Toda estratégia de crise deve ser vista como algo temporário, um mal necessário para se retomar o fluxo da prosperidade e dos novos investimentos futuros.

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Sobre Marcelo Camorim

Tem 30 anos de experiência em empresas multinacionais, tendo ocupado cargo de CEO de grandes empresas como Ricardo Eletro, Drogaria Santa Marta, entre outras. É contador e bacharel em Direito, com MBA em Gestão de empresas e MBA em Relação com Investidores. Atualmente é Presidente do Conselho de Administração da Hospfar; conselheiro há 7 anos da GSA Alimentos e conselheiro convidado da FECOMÉRCIO do Estado do Ceará. Atua como professor do Instituto de Pós-Graduação e Graduação IPOG em MBAs nas áreas de Gestão e Negócios.