É certo que o capital humano é um dos principais recursos de uma organização. Uma empresa não cresce, não se mantém, não surge se não pelas mãos das pessoas que atuam nela e por ela. E é exatamente por isso que gerir esse recurso é indispensável para a manutenção do todo, em uma gestão inteligente de pessoas.
Olhar para esta questão é fundamental, caso você deseje tornar a sua empresa um ambiente harmonioso, com colaboradores engajados, incentivados e comprometidos com as metas e objetivos da organização. Nesse sentido, além de trabalhar a Gestão de Pessoas é preciso tornar esse processo totalmente inteligente!
Mas como fazer isso? Para falar sobre o assunto, conversamos com a professora do MBA Gestão de Pessoas por Competências, Indicadores e Coaching, Fernanda Flôres Roitman, que levantou pontos interessantes sobre a Gestão Inteligente de Pessoas e suas contribuições para a maximização de resultados.
Quebra de paredes por uma empresa mais harmoniosa
A primeira reflexão feita pela professora e também psicóloga é a seguinte: pessoas são pessoas dentro e fora das organizações, isto é, o tratamento e o respeito a figura humana não pode mudar dentro de quatro paredes, nem ser superado por status, cargos e funções.
Segundo Fernanda, quanto maior for essa harmonia e cuidado com o próximo, melhor será o processo de gestão de pessoas. E ele será inteligente quando for capaz de provocar o despertar; é uma gestão que estimula o indivíduo a ser cada dia melhor e a entregar aquilo que ele também tem de melhor, potencializando a sua performance.
Quando o indivíduo se sente feliz dentro de uma empresa, quando ele está mais integrado, ele se encontra em uma atmosfera de bem-estar, não apenas relacionada à saúde emocional, mas à física também”, aponta.
E não pense que os benefícios de uma Gestão Inteligente de pessoas se restringem aos colaboradores. Todo esse processo faz com que as organizações alcancem melhores resultados, tanto financeiro quanto operacional. E tudo isso porque os colaboradores se sentem mais respeitados, estimulados e felizes no ambiente de trabalho.
Como a empresa pode promover uma Gestão Inteligente de Pessoas?
Gestores, dirigentes, diretores e líderes têm feito essa pergunta com mais recorrência por perceberem o quanto colaboradores engajados e cientes dos propósitos da empresa expressam melhores resultados e vantagem competitiva.
Para Fernanda, as empresas precisam se preocupar com algumas questões para o estabelecimento desse tipo de gestão. Elencamos as principais abaixo:
1. Tenha um propósito claro na sua empresa
É uma questão aparentemente simples, mas que faz toda a diferença. Ter um propósito e uma visão muito clara da organização direciona melhor o trabalho dos colaboradores. Isso faz com que os objetivos sejam mais conhecidos e as pessoas compreendem melhor a importância do seu trabalho. Isso é fundamental para essa gestão inteligente.
2. Dê autonomia aos seus colaboradores
Eis outra questão fundamental: o indivíduo conhece o propósito, sabe quais são as metas, a visão, mas não possui autonomia dentro da empresa. Isso é um ponto negativo. Permita autonomia aos seus colaboradores! Obviamente que não se trata de colocar a organização em uma posição de vulnerabilidade, mas é importante deixar que os trabalhadores corram riscos, atuem e se sintam responsáveis. Isso gera inovação e criatividade na empresa.
3. Forneça oportunidades
Outro ponto fundamental segundo a professora, é oferecer oportunidades de carreira, dar ao colaborador a possibilidade dele fazer coisas novas, atuar em novas áreas, de ser desafiado e se capacitar.
“As pessoas precisam de estudos, de leitura, e as organizações podem oferecer espaços que estimulem isso, que incentivem trabalhos em grupos e promovam o desenvolvimento”.
4. Ofereça um plano de benefícios
Possibilitar um plano de benefícios, um programa de remuneração, baseado em regras claras e competitividade, estimula o colaborador.
“Eu sempre digo o seguinte, não é necessário ter o melhor plano, os melhores benefícios, a empresa tem que oferecer aquilo que é coerente e que está alinhado ao negócio”, explica.
5. Mantenha-se sempre atento!
Líderes, gestores e dirigentes precisam estar sempre ligados aos movimentos da organização, observando comportamentos dos colaboradores, suas condutas dentro da empresa, além de manter o radar acionado a cada momento passado pela instituição.
6. Preze pelo diálogo e feedbacks constantes
Muitos problemas dentro de uma empresa poderiam ser evitados se os gestores e líderes dessem mais atenção à prática do diálogo e do feedback. É preciso estimular essas práticas de forma constante e verdadeira na organização!
Algumas empresas até dão feedbacks para os seus colaboradores, mas trata-se daquele diálogo com data e hora marcada, uma vez ano ano… Ele não deixa de ser importante, mas a professora destaca o quanto é fundamental exercer essa prática ao longo do ano, em cada momento de sucesso e quando surge as oportunidades de melhora.
Esse feedback tem que ocorrer no momento oportuno, em que a situação está ocorrendo, pois ele permite comemorações quando há um resultado positivo, mas também permite ao colaborador tempo de ir ajustando sua performance caso precise de alguma adequação”.
Segundo Fernanda, uma empresa que faz feedback uma vez ao ano, por exemplo, não dá ao colaborador a oportunidade dele identificar onde e o que precisa melhorar com mais rapidez. Desta forma, fica mais difícil se adequar, é como se fosse preciso voltar no caminho e fazer tudo diferente. O melhor mesmo é ir se ajustando ao longo dos dias, semanas e meses.
Gestão Inteligente de Pessoas: um trabalho colaborativo
Colocar os aspectos acima em prática não é uma função exclusiva do departamento de Recursos Humanos. Exercer uma Gestão Inteligente de Pessoas requer um trabalho de construção coletiva, respeitando o tempo de cada um, mas ofertando ferramentas e alternativas para o desenvolvimento individual e em equipe.
“E quanto maior for o envolvimento de todos, os resultados serão muito melhores e mais rápidos”, diz. A grande questão, como aponta Fernanda, é estimular ações com os colaboradores, dentro e fora das organizações, estimular um olhar e comportamento mais colaborativo.
E aí voltamos ao início do texto, pois é preciso tornar as organizações um ambiente mais homogêneo, que não tem muitas divisões, compartimentos, paredes…”
Como aponta a professora, é como se toda a empresa funcionasse como o corpo humano: órgãos que, apesar de suas particularidades, conversam entre si a todo momento e dependem um do outro. Essa é a Gestão Inteligente de Pessoas.