A tecnologia aliada ao processo seletivo na identificação de soft skills
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A tecnologia aliada ao processo seletivo na identificação de soft skills

processo seletivo

“As pessoas são contratadas pelas suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos”. A famosa frase de Peter Drucker ainda é bastante utilizada no meio corporativo para ilustrar o poder do comportamento inteligente dentro de uma empresa e auxiliar no processo seletivo.

Apesar de ser atual e real, no entanto, a frase não expressa um quesito cada vez mais considerado pelas instituições: a contratação de pessoas não somente pelas suas habilidades técnicas, mas também comportamentais, sociais e emocionais.

São habilidades e competências que dão à organização, por meio de seus colaboradores, um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais veloz, inovador, tecnológico e mutável. De acordo com o levantamento da edição de 2017 do Capgemini Digital Transformations Institute Survey, 60% das empresas sentem falta das seguintes habilidades:

  • Paixão por aprender – 64%
  • Colaboração – 63%
  • Capacidade de decidir – 62%
  • Habilidade organizacional – 61%
  • Colocar o consumidor no centro das preocupações – 65%
  • Habilidade de lidar com ambiguidades – 56%
  • Mentalidade empreendedora – 54%
  • Capacidade de gerar mudanças – 53%

Chamadas de soft skills – aqui falamos melhor o que são e sua importância no desenvolvimento de habilidades para o trabalho – essas competências contribuem diretamente para o crescimento da organização, bem como para o crescimento profissional e pessoal dos colaboradores.

Portanto, a busca por profissionais qualificados, que apresentam não apenas habilidades técnicas (hard skills), mas também algumas ou todas as competências citadas acima, tem sido uma das principais preocupações nos processos seletivos das empresas.

LG lugar de gente: inovação e gamification no processo seletivo

As inovações e os desafios que são postos com os avanços tecnológicos têm chegado também aos departamentos de Recursos Humanos e impactado os recrutamentos de novos colaboradores. O que é algo bom, pois a tecnologia tem integrado o processo de identificação de habilidades e competências, além de facilitar o trabalho dos profissionais de RH.

Um poderoso exemplo é o uso da gamification, ou gamificação, no ciclo de atração e seleção de novos profissionais. De acordo com um dos maiores grupos no segmento de consultoria do mundo, a Gartner Group, 70% das companhias terão ao menos uma aplicação gamificada até o ano de 2020.

Neste artigo, exploramos bem o que é a gamificação e o seu poder de atração para as empresas! Confira.

Quem discorre bem sobre esse assunto é o Diretor de Produtos da LG lugar de gente, Marcello Porto. Em alguns materiais disponibilizados pela LG lugar de gente ao IPOG, Marcello aponta que o uso de jogos corporativos leva o candidato a tomar decisões que expressarão mais detalhadamente características de seu perfil, o que já não pode ser possível com outras avaliações, por exemplo.

A LG lugar de gente disponibilizou em seu software de recrutamento e seleção games que podem ser utilizados nas etapas do processo seletivo, o que permite aos profissionais de RH contratações mais assertivas e rápidas.

Com isso, é possível acessar mais informações sobre os candidatos, reunir avaliações comportamentais e técnicas e recrutar talentos de forma mais contextualizada e interativa. E quais são os ganhos?

  • Mais velocidade no recrutamento;
  • Mais engajamento dos candidatos;
  • Mais produtividade para o RH.

Gamification – uma escolha fundamental para o RH

Como aponta Marcello em seu artigo “Recrutamento é a nova bola da vez do RH”, as empresas têm percebido o quanto custa caro realizar contratações erradas. No entanto, o desenvolvimento de novas tecnologias trouxe ao RH processos seletivos: mais inovadores, planejados e em concordância com os interesses da empresa.

Nesse contexto, a Gamification tem se tornado importante aliada do departamento de gestão de pessoas nas organizações. Ainda como aponta o estudo da Gartner, até este ano, o mercado de games corporativos irá movimentar uma média de US$ 5 bilhões no mundo.

Mas como trabalhar com gamification e outras inovações? Bom, abaixo elencamos algumas dicas que Marcello cita em seu artigo. Confira e entenda melhor como os jogos corporativos e demais tecnologias podem ser usadas:

1 – Defina um propósito

É muito importante que o RH defina objetivos e o propósito do jogo. Não adianta fazer o uso de jogos corporativos sem saber exatamente o que se pretende com eles.

Como aponta Marcello, é importante dizer que um “serious game” consegue medir bem até cinco habilidades. Por isso, é preciso saber quais competências a empresa deseja avaliar, antes mesmo de desenvolver e aplicar o jogo.

2 – Alinhe a estratégia a uma solução de people analytics

Fazer esse alinhamento é trabalhar com análise de dados, que permitirá ao RH cruzar informações e extrair insights sobre os candidatos. Desta forma, com todas essas informações disponíveis, fica fácil identificar o melhor perfil e talento para a empresa.

3 – Como escolher a melhor ferramenta?

Nunca deixe a estratégia e os interesses da empresa de lado.  É por meio do perfil da companhia e seus objetivos que será mais fácil escolher a melhor ferramenta para aplicar as avaliações.

Um exemplo citado por Marcello é o seguinte: se a empresa possuir várias unidades pelo país, torna-se interessante trabalhar com soluções que tenham entrevistas por vídeo conferência e outros recursos de avaliação a distância, por exemplo.

4 – Verifique as funcionalidades das ferramentas

Fique atento às funções das ferramentas adotadas no processo seletivo, se elas permitem integração com bancos de currículos, redes sociais e até com o site da empresa, para que a publicação de vagas, por exemplo, possa ser feita de forma rápida e automática.

5 – Não desvincule o fator humano do processo seletivo

Por mais que as tecnologias têm sido cada vez mais importantes nas etapas de recrutamento, é importante frisar que elas devem caminhar lado a lado com o RH. E o gestor da vaga precisa acompanhar de perto todo o processo seletivo, garantindo que tudo corra de acordo com as estratégias da empresa.

O desenvolvimento de colaboradores já recrutados

Empresas querem recrutar profissionais qualificados, com habilidades emocionais, sociais e comportamentais desenvolvidas, mas elas também querem investir naqueles colaboradores que já atuam na organização, que desempenham bem o seu trabalho e que ainda tem muito a contribuir.

Por acompanhar esse ambiente contemporâneo tão complexo, o IPOG oferece às empresas de todo o país cursos de curta duração que visam capacitar os colaboradores e trabalhar suas competências cognitivas, técnicas e socioemocionais. Nesse sentido,  trabalha com o Plenitude – Desenvolvimento Integral do Potencial Humano, um curso oferecido em parceria com a Caminhos Vida Integral.

E para ilustrar as transformações e os impactos gerados com o Plenitude, conversamos com a Juliana Maria de Oliveira, Coordenadora de Recursos Humanos da Opus Incorporadora, empresa que teve 35 colaboradores realizando o curso nos meses de março e abril de 2018.

Parceria Opus e IPOG – um trabalho de autoconhecimento

O motivo que impulsionou a Opus a buscar esse tipo de capacitação para os seus colaboradores foi a possibilidade de proporcionar a eles um trabalho de autoconhecimento, oferecendo ferramentas adequadas e suporte para isso.

Para Juliana, enquanto profissional de RH, o Plenitude desempenha um papel importante ao contribuir com a melhora no clima organizacional da empresa. Além disso, ela pôde perceber um impacto positivo na Opus com uma maior proximidade entre pessoas de diferentes áreas e departamentos.

A empresa acredita que o desenvolvimento de habilidades comportamentais, sociais e emocionais são questões essenciais atualmente. Nesse sentido, segundo Juliana, a Opus preza muito pelo desenvolvimento não só das habilidades técnicas, mas também das habilidades que possam transformar os colaboradores em seres humanos melhores.

Os colaboradores que possuem um maior autoconhecimento e trabalham no desenvolvimento de suas habilidades comportamentais, sociais e emocionais, acabam sendo mais produtivos e consequentemente proporcionam maiores resultados positivos para a empresa”, diz Juliana.

Ganhos e aprendizagens com o Módulo Plenitude

Dentre os benefícios adquiridos pelos colaboradores com o curso, Juliana destaca o fato de que eles conseguiram se aproximar mais uns dos outros e que entenderam melhor sobre os comportamentos dos colegas com perfis parecidos ou muito diferentes dos deles.

Além disso, o departamento de Recursos Humanos também promoveu algumas mudanças após os conhecimentos compartilhados e construídos em sala de aula. “O RH criou algumas outras ações internas que pudessem manter esse contato mais próximo dos colaboradores”, afirma.

Juliana explica que atualmente o RH possui 4 pilares que norteiam todo o trabalho na Opus:

  • Clima Organizacional
  • Desenvolvimento
  • Reconhecimento
  • Comunicação

Em cada um deles, a equipe de RH desenvolve ações e projetos para buscar o máximo possível de excelência na gestão de pessoas.

Por que as empresas precisam se atentar ao desenvolvimento das soft skills?

Atualmente, a Opus possui 10 competências comportamentais básicas que são consideradas primordiais para que as pessoas tenham sucesso trabalhando na empresa. Juliana explica que todo o processo seletivo do RH envolve:

  • divulgação da vaga
  • provas
  • testes
  • dinâmicas
  • entrevistas

É baseado em recrutar e selecionar talentos que sejam aderentes com essas competências.

Consideramos que as habilidades técnicas são fundamentais para recrutar e selecionar candidatos, mas o que difere os profissionais e baseiam a escolha final são suas habilidades comportamentais e emocionais”, finaliza.

Nesse sentido, como aponta a coordenadora de RH, as empresas precisam entender que trabalhamos com seres humanos, e que eles possuem necessidades, sonhos, qualidades e falhas.

Quando a empresa entende isso, ela busca formas de desenvolver o lado humano dos colaboradores, busca entender suas expectativas e dar subsídios para que essas expectativas sejam alcançadas”.

Ela ainda explica que esse trabalho de suporte no autoconhecimento e desenvolvimento dos colaboradores os deixam mais motivados e satisfeitos com o trabalho, com a empresa e muitas vezes os benefícios se voltam inclusive para a vida pessoal.

O fato é que as softs skills, essas habilidades e competências tão importantes nos dias de hoje, continuarão a ser requisitadas cada vez mais. E a tecnologia está aí para auxiliar os gestores de RH a tornar o processo seletivo mais estratégico, inovador, interativo e humanizado.

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Sobre Marcello Porto

Diretor de Produtos da LG lugar de gente. É formado em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo (USP), também possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialização em Business pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Possui cerca de 20 anos de experiência no desenvolvimento de soluções para gestão de pessoas, tendo passado por diversas posições na LG nas áreas de Desenvolvimento, Vendas e Planejamento. Já participou de vários projetos de software para gestão de RH em grandes organizações do Brasil.