4 inovações que já se tornaram tendências no Direito
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4 inovações que já se tornaram tendências no Direito

tendências no direito

No blog do IPOG o que não falta é conteúdo sobre inovação, tecnologia e a forma como essas mudanças têm impactado as diversas profissões na sociedade. Inclusive, neste texto aqui falamos como o Direito, apesar de não parecer, tem sido influenciado diretamente por essas transformações.

São novas áreas de atuação que surgem, novas ferramentas tecnológicas que, por mais que algumas não tenham sido construídas especificamente para os operadores do Direito, são muito bem vindas neste ramo e se adequam às necessidades e rotina deste profissional.

Hoje trouxemos algumas dessas ferramentas e tecnologias que têm sido consideradas tendências no Direito, cada vez mais utilizadas pelos profissionais da área. Caso você ainda não faça uso de nenhuma delas, talvez seja o momento de considerar a adesão a essas ferramentas, seja no seu escritório, departamento ou somente para você, em sua rotina de trabalho.

Tendências no Direito: tecnologias úteis e inovadoras

Aquela imagem de um escritório sombrio, sem cor, com um amontoado de papéis, livros e mais livros sobre a mesa e estante tem ficado no passado… Hoje, os escritórios de advocacia são mais modernos e oferecem um trabalho mais rápido e otimizado aos seus clientes.

Essa mudança resulta da necessidade de o Direito também acompanhar a modernização da sociedade e suas rápidas transformações. Portanto, vale a pena considerar as ferramentas abaixo e tornar o seu negócio e trabalho mais produtivo e flexível:

1. Inteligência Artificial

Mais do que possamos perceber e imaginar, a Inteligência Artificial está amplamente presente na nossa rotina, seja por meio de smartphones, computadores, TVs, carros, eletroeletrônicos, dentre outros. Caso você ainda tenha curiosidade em entender melhor do que se trata, este artigo traz o que de fato é a Inteligência Artificial.

Ela tem chegado aos escritórios e departamentos jurídicos por meio do Watson, uma plataforma cognitiva desenvolvida pela International Business Machines (IBM), que tem ajudado a agilizar o trabalho dos advogados na prestação de alguns serviços jurídicos.

Watson é o nome da tecnologia, e esta foi utilizada para desenvolver o Ross, um robô criado pela Universidade de Toronto e que trabalha como um verdadeiro operador do Direito.

Para se ter uma ideia, ele é capaz de analisar mais de um bilhão de documentos em apenas um segundo! Em 2011, a tecnologia Watson entrou para a história ao derrotar dois oponentes humanos num game de perguntas e respostas transmitido no programa de TV Jeopardy.

Você pode conferir a performance da plataforma no vídeo abaixo:

O Watson é um exemplo do que pode ser trabalhado dentro do conceito da lawtech – Law and Technology – que traduzido para o português indica lei e tecnologia. Muitas startups de advocacia tem atuado com lawtech  e desenvolvido ferramentas com base na Inteligência Artificial para facilitar a rotina jurídica.

No caso dessa plataforma cognitiva, os operadores do direito podem ser auxiliados a partir dos seguintes pontos:

  • Criação de programas de gestão com análises de dados;
  • Pesquisa avançada de jurisprudência;
  • Automação de agendamentos;
  • O Watson também consegue realizar pesquisa de processos jurídicos públicos;
  • Criação veloz e customização de modelos inteligentes de documentos jurídicos;
  • Elaboração de contratos para contratação de fornecedores;
  • Resolução de dúvidas de natureza contábil e jurídica;
  • Reunião de processos, contratos e informações de clientes e contatos por meio da integração entre departamentos jurídicos e escritórios.

2. Armazenamento em nuvem

Se em sua rotina de trabalho estão presentes os seguintes provedores de email: Google Drive, ICloud ou Dropbox, você faz uso de armazenamento em nuvem. Mas essa tecnologia vai muito além desses provedores!

Trata-se de um sistema online que fornece o armazenamento de arquivos por meio de serviços de computação. E é importante que estes serviços sejam conectados à internet, pois, em qualquer lugar e horário, o operador poderá acessar os arquivos e dados armazenados.

Ou seja, ao invés dos documentos preencherem a memória do computador, por exemplo, eles ficarão disponíveis em nuvens, isto é, na internet. Os principais benefícios desse tipo de serviço é a redução de custos com hardwares e softwares, otimização de tempo e aumento na produtividade.

E de que forma esse tipo de armazenamento pode ser útil para um operador do Direito? De início, esse serviço online pode ajudar advogados a acessarem de forma rápida um maior volume de informações e compartilhá-las com colegas do trabalho também de maneira veloz.

Além disso, esses profissionais não precisam depender apenas de servidores e podem acessar as informações de interesse em qualquer lugar que tenha internet.

Atualmente existem muitas soluções em nuvens para atender empresas e profissionais, os quais podem ser categorizados em:

  • Softwares as a Service (SaaS)
  • Platform as a Service (PaaS)
  • Infrasctruture as a Service (IaaS)

Neste artigo você pode conferir detalhadamente cada uma delas e quais ferramentas podem ser as mais adequadas para você e seu escritório!

3. Marketing Digital (Marketing Jurídico)

Sim, o Marketing também chegou aos escritórios de advocacia, no entanto, ele apresenta restrições rígidas e importantes no que tange a publicização de advogados e escritórios. Isto, porque a OAB possui normas de ética que não podem ser infringidas.

Inclusive, já debatemos este assunto aqui no blog ao falar sobre o Marketing Jurídico! Neste texto apresentamos algumas características do MJ, o qual abrange estratégias voltadas para a imagem do advogado, da organização jurídica e o seu posicionamento perante o mercado.

Mas como o advogado pode utilizar o Marketing ao seu favor? Abaixo algumas alternativas que ajudam a fidelizar clientes:

  • Trabalhar com marketing de conteúdo é uma ótima escolha! Por meio dele você pode produzir conteúdos relevantes, publicá-los em seu site ou página e gerar credibilidade para o seu negócio.
  • Tenha um site! Invista em uma página na web para o seu escritório. Hoje em dia as pessoas buscam por informações na internet, e se você não estiver nela dificilmente será encontrado.
  • Esteja presente também nas redes sociais, são meios de estabelecer um contato mais próximo e interativo com seu público e potenciais clientes.

4. Chatbots

A título de ilustração, se você já entrou no site do Jusbrasil com certeza se deparou com um chat automático que  pergunta se estamos com alguma dúvida ou precisando de alguma orientação jurídica.

Pode até parecer que estamos conversando literalmente com uma pessoa, mas trata-se simplesmente de inteligência artificial e robótica. E o nome “chatbot” vem daí, da junção entre bate-papo (chat) e robô (robot).

O uso desses softwares de comunicação automatizada é bastante útil para os escritórios e operadores do Direito, pois eles fazem um trabalho que toma tempo dos profissionais: consultas jurídicas. Com essa tecnologia, o usuário consegue interagir e ter algumas dúvidas respondidas.

E é importante frisar que eles respondem algumas dúvidas porque grande parte dos chatbots possuem capacidade de resposta limitada. No entanto, outros fazem uso mais avançado da inteligência artificial para interpretar as perguntas e elaborar as respostas.

A partir de perguntas simples e padronizadas, os chatbots conseguem atender dúvidas de usuários e, assim, diminuir o trabalho de advogados no atendimento de questionamentos simples de potenciais clientes, o que antes era feito (e ainda é) por meio de reuniões, emails e telefonemas.

Sem dúvidas a tecnologia veio para auxiliar a nossa vida, desde que saibamos fazer o seu uso correto e sadio.  E apesar de muitos profissionais temerem a substituição do trabalho humano pelos robôs, é importante dizer que o aspecto humano é imprescindível na gestão dessas tecnologias.

Sobre Nivaldo Santos

É Professor e coordenador da graduação de Direito do IPOG; Graduado em Direito pela UFG; mestrado em História das Sociedades Agrárias, pela UFG; doutorado em Direito pela PUC de São Paulo; e pós-doutorado pela PUC de Minas Gerais.