Metodologia Ativa: uma realidade para Nativos Digitais
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Metodologia Ativa: uma realidade para Nativos Digitais

Nativos Digitais

Dados da Avaliação de Estudante (Pisa), apresentados em uma reportagem do  O Globo, em 2017, apontam que o Brasil fica em segundo lugar no mundo quando se trata de alunos que ficam mais tempo na internet, quando não estão na escola – são mais de três horas diárias na semana.

Considerando apenas os jovens da geração millenials, a média é de 4 horas por dia conectado à Internet em um aparelho móvel, segundo outra pesquisa de 2016, da associação de marketing móvel MMA, realizada pela Millward Brown Brasil e NetQuest.

Esse hábito dos jovens reflete no que hoje chamamos de intoxicação eletrônica, nas quais vivem os Nativos Digitais.

O termo Nativos Digitais, conhecido mundialmente, refere-se aos jovens nascidos após 1995, ou seja, em uma época a partir da qual as tecnologias digitais já eram uma realidade. Obviamente, a exposição a tais tecnologias vem fazendo com que essa geração tenha talentos e características inéditas e, portanto, educadores nascidos anteriormente devem se adaptar para continuar tendo condições de ensinar a esses jovens, que tem o telefone celular praticamente como um órgão do corpo humano”, exemplifica o professor e doutor em ciências Gabriel Elmôr.

As “Metodologias Ativas” vem para entreter os alunos, tornando-os participativos em seus próprios aprendizados, tirando-os da passividade das aulas tradicionais, onde o professor ficava de pé em frente à turma, passando o conteúdo da mesma forma para todos os alunos, como se todos fossem iguais e aprendessem exatamente da mesma forma.

Nativos Digitais e a relação com as Metodologias Ativas

O professor Gabriel Elmôr, que tem ministrado palestras e oficinas de capacitação docente relacionadas aos temas de Metodologias Ativas e Sala de Aula Invertida, relata que ultimamente, no Brasil, as Metodologias Ativas vem ganhando muitos adeptos, sendo implementadas em diversas instituições de ensino, sejam superiores ou não.

Por este motivo os professores precisam se capacitar, para que consigam cativar o estudante moderno, que possuem uma facilidade nata com a tecnologia.

Os Nativos Digitais, sempre acompanhados de seus aparelhos celulares, dormem, comem e vão para a sala de aula. Assim, se o professor não conseguir entreter o aluno e fazê-lo participar das atividades em sala de aula, o perderá, pois irá navegar na internet durante a aula”, explica o especialista.

Gabriel Elmôr conta que dentre as principais metodologias ativas, as que vem sendo mais utilizadas são:

  • Flipped Classroom (Sala de Aula Invertida);
  • Problem Based Learning-PBL (Metodologia Baseada em Problemas),
  • Project Based Learning – PjBL (Metodologia Baseada em Projetos),
  • Team Based Learning – TBL (Aprendizado Baseado em Equipe).

Todas essas metodologias têm em comum fazer com que o aluno seja ativo. Saia da passividade e participe da sua formação, trabalhando sempre que possível em equipes.

Uso de metodologias ativas aumenta a absorção da aprendizagem

O psiquiatra americano, William Glasser, fez vários estudos que estão disponíveis na internet e, uma de suas principais conclusões é o fato de que um estudante absorve e retém melhor um determinado conteúdo quando discute com outros colegas.

Afinal, a aula se torna mais divertida quando há interesse da turma, não é mesmo?

Quando você apenas escuta outra pessoa falar, em 15 dias você lembra apenas de 20% ou até menos do que ouviu. Quando você discute, essa memorização será de 40%; e ao ensinar para outras pessoas você aprenderá até 90%.  Esse estudo é comprovado pelo psiquiatra americano, William Glasser.

Experimento cerebral

 

Você deve estar se perguntando, como comprovar que as Metodologias Ativas são mais eficientes do que as tradicionais … Veja então isso:

Um artigo científico publicado recentemente no periódico IEEE dos EUA vem comprovar a eficiência das metodologias ativas por meio de experimentos que mediram as atividades cerebrais de um estudante durante uma semana, enquanto desempenhava as mais diversas tarefas.

O estudante foi conectado a eletrodos e orientado a fazer normalmente suas atividades cotidianas. O objetivo era verificar em quais situações o jovem utilizaria mais seu cérebro.

As atividades Neurais foram medidas através de eletroencefalogramas e tiveram conclusões surpreendentes, mostrando baixas atividades do cérebro quando o estudante estava relaxando, assistindo TV, dormindo e assistindo aulas no modo passivo. Entretanto, apresentou atividade neural mais elevada quando estava em discussão sobre algum assunto, trabalhando em grupos no  Laboratório e explicando algo a alguém.

Nas inúmeras viagens que tenho feito pelo Brasil para palestrar sobre tais metodologias, tenho verificado que muitas escolas têm migrado ou estão interessadas em migrar para esse modelo de metodologias ativas”, conta William.

O fato é que o aluno Nativo Digital não aceita mais o modelo tradicional de ensino. É preciso entretê-lo para que ele não se desinteresse pela aula e vá fazer outra coisa durante a aula, como por exemplo pegar seu celular e navegar na internet”.

Curiosidade

 

O Ministério da Educação (MEC) está começando a reeditar e atualizar as diretrizes curriculares dos cursos de graduação e está incluindo atividades ativas nos planejamentos das disciplinas.

As diretrizes curriculares dos cursos de engenharia, por exemplo, já se encontram bastante adiantadas em sua reestruturação e estão trazendo as sugestões de inserção das melhores práticas das metodologias ativas.

“É uma exigência em que todas as escolas e universidades deverão, portanto, atenderem em futuro bem próximo, para não saírem do mercado”, avalia o Prof. Gabriel Elmôr.

Ficou interessado nas novas metodologias? Confira também quais são os seus impactos na empregabilidade.

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Sobre Gabriel Elmôr

Engenheiro formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e Doutor em Ciências pela UFRJ. Acadêmico de longa data no IME, onde foi Diretor de Departamento de Ensino e Pró-Reitor. Tem experiência marcante em EAD, tendo desenvolvido diversos cursos e ambientes virtuais nesta modalidade. É Avaliador Institucional e de Cursos do Ministério da Educação (MEC) e também, professor do IME. Tem ministrado palestras e oficinas de capacitação docente relacionadas aos temas de Metodologias Ativas e Sala de Aula Invertida (“FLIPPED CLASSROOM”). Atua como Consultor Educacional no Grupo Editorial Nacional (GEN), onde coordena o desenvolvimento de disciplinas e objetos educacionais online. Foi o idealizador da Plataforma de Reforço Online para alunos de Engenharia (PROENGE), que visa diminuir a reprovação e evasão de alunos dos cursos de engenharia. Tem participado ativamente em Palestras e Treinamentos em congressos, seminários e Instituições de Ensino, nos Temas Metodologias Ativas, Blended Learning, Sala de Aula Invertida e EAD.