No nosso último texto sobre este assunto, conversamos sobre a necessidade de compreender que independente do cenário econômico do país, a Engenharia carrega características próprias como o fato de apresentar períodos cíclicos de altos e baixos, sendo que cada ciclo desse no Brasil leva de 4 a 5 anos em média. Hoje vamos falar sobre os pilares para se diferenciar na Engenharia. Você já conhece?
Segundo o professor do IPOG e Engenheiro Civil, Gilberto Porto, o foco do profissional que atua nessa área não deve estar nos boatos desanimadores sobre economia e futuro da profissão, mas sim nas possibilidades de desenvolver diferenciais críticos para atuar em um mercado desafiador. Este assunto inclusive foi tema do Webinar realizado no dia 25 de julho.
No texto anterior, Gilberto Porto pontuou que além de compreender que não existe um mercado de engenharia recessivo ou em crescimento, mas um mercado com características próprias, o engenheiro também precisa buscar ampliar sua Zona de Influência, reduzindo sua Zona de Preocupação. Conceitos de Stephen Covey, no Livro “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes?”.
A partir dessa transição de zonas, o profissional de Engenharia estará pronto para atuar de maneira estratégica em 4 pilares.
4 Pilares para se diferenciar na Engenharia
Para os que os buscam avançar, Gilberto Porto pontua 4 pilares, que são as dimensões de Zonas de Influência que Engenheiros podem atuar. São elas:
1. Gestão de Custos
2. Gestão de Prazos
3. Gestão de Conformidade do Produto
4. Gestão de Satisfação do Cliente
Segundo o professor, a qualidade é alcançada quando estes 4 pilares estão bem equilibrados e geridos dentro de um processo.
O professor do IPOG lembra que a maioria dos profissionais que atuam na Engenharia usualmente dizem que há qualidade quando se referem à conformidade do produto. Mas Gilberto Porto alerta que não adianta agir em conformidade com as normas técnicas se o profissional estourou o custo, por exemplo. “Significa que eu rompi com o meu cliente um compromisso de custo”.
Também não adianta, segundo ele, ter cumprido o serviço no prazo, dentro dos custos previstos, mas encerrar o serviço desentendido com o cliente. “Isso não é qualidade”, alerta Gilberto Porto.
Habilidades Essenciais
Só que para conseguir se diferenciar nestes 4 pilares, o engenheiro precisa desenvolver algumas habilidades, de acordo com Gilberto Porto. Para isso, o professor do IPOG cita passos que são defendidos por Vicente Falconi, o qual atua há mais de 30 anos no mercado e é referência em consultoria em gestão.
1. Método
É o caminho para Meta. Como exemplo, Gilberto Porto cita o Método PDCA, com o qual o próprio Falconi trabalha.
P – Plan – Planejar, desenvolver um planejamento
D – Do – Fazer aquilo que planejei.
C – Check – Realizar as verificações.
A – Act – Aplicar o plano de ações para padronizar o que deu certo, ou corrigir o que está errado.
2. Liderança
Independente da diretriz em que atuamos, sempre lidamos com pessoas. Na Engenharia não é diferente. Gilberto Porto defende a necessidade de ter uma relação saudável com as pessoas, passando a existir aí um compromisso, uma relação consensual. Segundo o professor, isso é necessário para realizar o que busca.
Compreender o perfil psicológico de cada um na sua equipe para a partir daí entender melhor como e onde essas pessoas podem atuar, são aspectos que normalmente não são levados muito em consideração. No entanto, também são diferenciais.
“Muitos engenheiros têm essa dificuldade. Acham que é só traçar um plano e aquilo acontecerá automaticamente, que é só seguir o plano. No entanto, neste caminho, quem opera este plano são pessoas”, destaca Gilberto Porto.
Segundo ele, problema é um resultado não desejado de algo e quem resolve isso também são pessoas. Por isso, em qualquer processo em que se vá atuar, a liderança é fundamental. Pois ela é necessária para a gestão de pessoas.
É o líder que coordena o trabalho de desenvolvimento da equipe. A partir daí trabalha as metas a serem alcançadas e como este processo será executado. Esse é o sentido da liderança:
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”
Carl G. Jung
3. Conhecimento
Por fim, o conhecimento surge como uma habilidade que é condição para desenvolver as outras duas aqui citadas (Método e Liderança) e assim se diferenciar nos 4 pilares. No entanto, Gilberto Porto destaca que se trata de um conhecimento com profundidade, estudo e que envolva prática.
“É aí que a engenharia falha”. Segundo o professor, muitos engenheiros se enchem de arrogância por causa de sua experiência, mas não se atentam de que tudo aquilo se trata de um conhecimento seccionado. Por isso é importante estar sempre em busca de mais.
E de onde vem o conhecimento?
Vem do estudo aliado à prática, explica Gilberto. “Aprofunde seus estudos, estudos de técnicas, estudos de gestão de pessoas. Nosso mercado é multidisciplinar”, lembra ele.
O professor do IPOG ainda ressalta que quem não se especializa abre espaço para a concorrência. Portanto, é preciso focar mais nos aspectos que dominamos e não naqueles que estão fora do nosso controle, gerando ansiedade, desânimo e um sentimento de depressão no mercado.
Invista naquilo que está ao seu alcance. Desenvolva habilidades como Método, Liderança e Conhecimento e se diferencie nos 4 pilares: Gestão de Custos, Gestão de Prazos, Gestão de Conformidade do Produto e Gestão de Satisfação do Cliente. E aproveite este momento em que muitos lamentam a crise, para agir com consciência de que em um mercado com oscilações de sua própria natureza, quem entende esse fluxo, sai na frente!
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