O Desafio da humanização dos espaços

Portrait of couple relaxing on the sofa. They are cozy in a luxury home. Both are casually dressed and embracing. There is a modern kitchen in the background.

Fazer um projeto é um quebra-cabeças. Tem que unir criatividade, estética e também o lado humano. Além de garantir que o espaço seja bem aproveitado, que seja funcional, é preciso pensar na experiência das pessoas que passarão por ali. Nesse sentido, a Arquitetura e o Design de Interiores conversam bem. Ambos trabalham como “meios conformadores da apropriação do espaço” segundo Lorí Crízel, coordenador da Pós-Graduação Design de Interiores – Ambientação e Produção do Espaço e Master em Arquitetura e Lighting no IPOG. “Trata-se da humanização dos espaços, a qual é muito voltada para questões de apropriação do espaço”, explica o coordenador.

Humanização dos espaços X “Fórmula Pronta”

Não basta deixar o ambiente “agradável”, seguindo apenas padrões técnicos e estéticos, uma verdadeira “fórmula pronta”. Pelo contrário, é preciso oferecer qualidade de vida, bem-estar, satisfação para as pessoas que ali irão conviver.

A humanização dos espaços acontece quando o projeto é pensado a partir do público-alvo. Por exemplo, em uma casa, serão os moradores, em uma empresa, colaboradores e clientes. Uma loja de roupas merece um projeto humanizado por várias razões. Se ela não for visualmente convidativa, poucas pessoas serão atraídas a entrar. Além disso, se ela não for aconchegante ao ponto do cliente se sentir satisfeito e querer passar mais tempo por lá, as chances dele não voltar serão grandes.

Como humanizar os espaços?

Portanto, é preciso pensar no real vínculo que a pessoa vai desenvolver com aquele espaço. Pare para refletir: quando uma empresa vai começar a atuar no mercado, ela pesquisa o público-alvo, certo? Isso serve tanto para saber se o cenário é favorável, como para planejar campanhas de marketing.

Agora, o seu espaço, no caso de estabelecimentos comerciais, onde o cliente será recebido, muitas vezes não recebe a devida atenção. Será que isso é correto?

Lembre-se: não basta que o dono do negócio se sinta agradável ali. A experiência do consumidor é fundamental para ter sucesso!

Cada espaço tem um propósito específico para determinado uso, segundo Lorí Crízel. “O agradável de uma casa não é o agradável de uma boate. O agradável de um barzinho, não é o mesmo de uma sala de aula”, exemplifica.

Nesse sentido, o Design de Interiores começa a ampliar seus conhecimentos e práticas a respeito da humanização dos espaços. Vinculando sempre ao uso daquele espaço. Não pensando apenas em cores e mobiliário, mas que existe o pressuposto de que há um uso específico para aquele ambiente.

É preciso pensar neste espaço como uma extensão do ser humano. Seja na sua forma de habitar, comer, conviver ou trabalhar. Por isso, projetos arquitetônicos e de design de interiores precisam sim levar em consideração a vida das pessoas.

Vantagens da humanização dos espaços

Além de proporcionar bem-estar e conforto, os espaços humanizados aumentam as relações de convivência. São ambientes que além de apresentarem a questão estética, trazem em sua concepção valores sociais e culturais. Por isso é importante sempre questionar a influência sobre a vida das pessoas que exercem atividades nesses lugares, seja como trabalho ou lazer.

Para não errar, é importante conversar com o cliente, compreender quais são suas verdadeiras necessidades e o que ele espera viver naquele espaço.

Por isso, o movimento de humanização nos ambientes é cada vez mais frequente e exigido pelos contratantes. Isso ocorre principalmente no corporativo e comercial, pois você trabalha a identidade do público-alvo no espaço.

Daí a importância de se atentar para essa tendência no mercado e buscar compreender essas necessidades dos clientes. Algo que exige mais tantos dos Designers de Interiores como dos Arquitetos. “Os prédios também passam a traduzir de forma externa o que você percebe como realidade no interior dele. Isso só é possível através da linguagem arquitetônica”, destaca o coordenador dos cursos no IPOG.

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Lorí Crízel: Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Católica/RS; Mestre em Conforto Ambiental pela UFRJ; Membro do Comitê Especial Europeu de Pós-Graduação tendo atuado em: Inglaterra, Escócia, País de Gales e França; HA e Concept Designer – País de Gales, Inglaterra e França; Professor, Coordenador de Cursos e do Programa de Viagens de Estudos Internacionais do IPOG; Sócio-Proprietário do Escritório Crízel & Uren Arquitetos Associados detentor do Selo CREA/PR de Excelência em Projeto Arquitetônico; Atividades de imersão nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), Christian de Portzamparc (Paris), BIG (Copenhague), Hassell Studio (Cingapura), AEDAS Architecture (Cingapura), Architects 61 (Cingapura), Design Link Architects (Cingapura), Tandem Architects (Bangkok), DBALP Jam Factory (Bangkok) e X Architects (Dubai); Atividades Institucionais junto ao POLI.Design do Instituto Politécnico de Milão (Itália), McGill University (Canadá) e Universidade do Porto (Portugal).