Em uma época na qual as chamadas soft skills ou habilidades comportamentais estão em evidência, a inteligência emocional (IE) tornou-se uma das características mais relevantes para as empresas.
As pesquisas em torno desse campo surgiram há décadas, no campo da Psicologia, mas foi apenas no fim dos anos 1990 que o termo se popularizou e foi abraçado no âmbito da gestão empresarial.
À medida que as demandas de uma companhia mudam, como é visto no cenário diante da pandemia da covid-19, aquilo que é esperado dos gestores e líderes também sofre alterações. Assim, a transformação digital em curso pede outro tipo de liderança e de equipe, frente às situações cada vez mais complexas que surgem.
Agora é preciso ter habilidades para a cultura ágil, mas também um perfil profissional especializado, multifacetado, que pensa fora da caixa, porém empático, com inteligência emocional, já que o comportamento e o campo das emoções são capazes de elevar um ambiente de trabalho ou de trazer prejuízos, inclusive financeiros.
Não sem motivo, uma pesquisa de 2019, da consultoria em gestão Eagle Hill, apontou que mais de 70% dos funcionários acreditam que a cultura organizacional impacta diretamente a maneira com que eles atendem os clientes. Afinal, a cultura de uma empresa também se baseia em comportamentos e emoções.
O que é, realmente, a inteligência emocional? Quais os seus pilares? Qual a sua importância no contexto da gestão de negócios e como desenvolvê-la? Essas são algumas das questões que abordamos neste artigo. Boa leitura!
O que é inteligência emocional?
Em linhas gerais, inteligência emocional é o conjunto de capacidades para compreender, gerenciar e aprender sobre as próprias emoções e as de outras pessoas, valendo-se desse saber para propor soluções para conflitos e problemas cotidianos.
O conceito se popularizou graças ao psicólogo e jornalista americano Daniel Goleman, que publicou o livro Inteligência emocional (Emotional intelligence: why it can matter more than IQ), em 1995.
No entanto, os psicólogos e pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer já estavam na esteira dessa investigação desde a década de 1980 e, em 1990, propuseram um modelo de IE.
Vejamos os pilares e as percepções que sustentam cada modelo:
Os pilares da inteligência emocional segundo Mayer e Salovey
Segundo esses estudiosos, inteligência emocional é a capacidade de processar informações emocionais próprias e dos outros, sendo possível usar esse conhecimento para orientar o pensamento e o comportamento, bem como adaptar-se às circunstâncias cotidianas.
Esses pesquisadores revisaram a teoria, depois da publicação de Goleman, e definiram os seguintes pilares:
Percepção emocional
Capacidade de uma pessoa perceber corretamente o que sente e o que as outras pessoas estão sentindo em termos de emoções e pensamentos. Em fases mais avançadas dessa competência, adquire-se a habilidade de diferenciar expressões emocionais corretas e incorretas.
Facilitação emocional
Refere-se à capacidade de o pensamento produzir e transitar entre estados emocionais de maneira que facilite o processo cognitivo e o desempenho.
Em estados mais desenvolvidos, essa habilidade permite a integração entre as emoções e a cognição, otimizando o processo de informação.
Compreensão emocional
Trata-se de poder identificar e descrever as emoções em suas flutuações e misturas diante de eventos diversos. São as chamadas reações emocionais complexas, ou seja, aquelas que combinam mais de um sentimento.
Gerenciamento emocional
Capacidade de utilizar o conhecimento sobre as emoções em função de sua utilidade diante das situações e dos relacionamentos com os outros.
Os pilares da inteligência emocional, segundo Daniel Goleman
A partir dos estudos de Mayer e Salovey, Goleman propôs outro esquema para a inteligência emocional, chamado de misto, porque inclui conceitos não intelectivos, a exemplo de elementos de personalidade e motivação, ampliando a definição focada no capacidade cognitiva do modelo anterior.
A autopercepção ou autoconsciência se trata da habilidade de uma pessoa identificar um sentimento quando ele acontece e, a partir de então, poder analisar e controlar suas capacidades e sua autoconfiança.
A autorregulamentação significa ter capacidade de lidar com as emoções e gerenciá-las de modo que seja possível se recuperar frente a aflições.
A automotivação, nesse modelo, é dispor das emoções, tornando-as ações em direção às metas pessoais.
A empatia acontece na habilidade de interpretar o amplo espectro de sinais emitidos por outras pessoas, a fim de entender o que elas desejam ou necessitam.
As habilidades sociais referem-se a poder gerenciar adequadamente as emoções no âmbito dos relacionamentos; nesse ponto entram aspectos como negociação e liderança.
Doze domínios para desenvolver a inteligência emocional (IE), segundo Daniel Goleman
1. Autoconhecimento emocional |
A importância e os benefícios da inteligência emocional no ambiente de trabalho
O desenvolvimento da inteligência emocional tem sido apontado como um elemento que contribui tanto para o bem-estar pessoal quanto para os melhores resultados na carreira e no mundo dos negócios.
Ter domínio sobre as suas emoções e as dos outros, sabendo direcioná-las conforme a situação, permite tomadas de decisão mais eficientes, relacionamentos interpessoais mais bem construídos, melhor desempenho em equipes e otimização do autoconhecimento.
Há várias pesquisas e relatórios que catalogam a importância e os benefícios da IE.
Segundo um relatório da CRF UK, consultoria em RH, em 2019, em um grupo de 9.000 colaboradores recém-contratados, mais de 89% falharam na ocupação em virtude de razões interpessoais, atitudinais ou comportamentais.
Além disso, pesquisadores descobriram que a IE melhora a satisfação profissional ao ajudar os funcionários a reduzir os sentimentos negativos, otimiza a produtividade, aumenta o comprometimento e reduz as taxas de rotatividade.
A inteligência emocional também pode auxiliar na administração de problemas comuns do espaço laboral, como estresse e burnout.
Desenvolver habilidades para gerenciar informações emocionais também é um fator importante para obter sucesso profissional e pessoal. É o que diz um estudo de Harvard conduzido por mais de duas décadas.
5 dicas para liderar com inteligência emocional
Em sua obra Leadership that gets results, Daniel Goleman caracterizou seis modelos de liderança, sendo cada um deles baseado em um aspecto da IE. Segundo o autor, gestores e líderes de sucesso são capazes de articular elementos de diferentes tipos, segundo a necessidade, e obter resultados.
Os tipos descritos por Goleman são:
- Coercitivo ou autoritário
- Democrata
- Maternal
- Visionário ou orientador
- Instrutor
- Direcionador
A inteligência emocional potencializa a capacidade de liderar e, em uma época na qual tanto gestores quanto colaboradores enfrentam circunstâncias que implicam mais estresse e pedem maior adaptabilidade, criatividade, produtividade e resiliência emocional, as competências desenvolvidas na IE são cruciais.
Mas como desenvolver a inteligência emocional e como estimular o desenvolvimento na equipe?
Um artigo recente da Forbes americana elencou 5 aspectos fundamentais para quem busca uma gestão estratégica além das habilidades tradicionais. Confira:
1. Ser vulnerável
Líderes são os exemplos na construção da cultura organizacional. Assim, é importante ser real, mais humano, mostrando ao time preocupações, desejos, vulnerabilidades, tornando a empresa uma experiência compartilhada.
2. Ser consciente de si mesmo
É comum que lideranças passem pouco tempo desenvolvendo uma consciência de si. Contudo, é preciso investir em autoconhecimento, observando as próprias emoções diariamente, além de entender como se é visto pelos colaboradores para encontrar pontos de melhoria e ser capaz de mais do que reagir aos sentimentos.
3. Praticar a empatia
Ao lidar com os colaboradores, é preciso fazer o exercício de se colocar no lugar do outro, mas também considerar como fazer uma abordagem e interagir, inclusive gestualmente, com esse outro. As pessoas em uma organização querem ser vistas em todas as suas dimensões, necessidades e se sentir apoiadas.
4. Comunicar eficientemente
Problemas na comunicação conduzem a falhas, frustração e confusão entre a equipe. Líderes com IE são capazes de influenciar, se conectar e se comunicar de forma eficiente. Comunicação de qualidade fortalece relações, traz alinhamento à empresa e cria um senso de propósito compartilhado.
5. Ser automotivado
Pessoas emocionalmente inteligentes compreendem o significado de seus objetivos e as habilidades de automotivação necessárias para alcançá-los. Para motivar e inspirar os colaboradores, é necessário desenvolver a si mesmo nesse aspecto antes de tudo.
O desenvolvimento e as mudanças desejados para uma organização devem começar no líder, estabelecendo o exemplo.
Vale lembrar também que a inteligência emocional não é algo que se adquire e desenvolve do dia para a noite: antes de tudo, é um processo contínuo que, quanto mais recebe investimento, mais gera resultados sólidos.
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