Educação Positiva: como utilizar este conceito da Psicologia
Você conhece a educação positiva?!
Este conjunto de práticas é uma tendência cada vez mais popular quando o assunto é crescimento e desenvolvimento humano.
A educação positiva já tem muitos adeptos no Brasil e não são somente os pais que estão entrando nesse universo. Psicólogos, professores e gestores também estão descobrindo as vantagens dessa proposta na educação das pessoas.
Quer saber mais sobre o tema? Vamos abordar pontos centrais da educação positiva e mostrar por que ela é uma chave importante no cenário contemporâneo.
O que é educação positiva ?
Chama-se educação positiva um conjunto de práticas visando o desenvolvimento humano integral com autonomia, resiliência, equilíbrio e inteligência emocional.
Essa metodologia está baseada nos princípios da Psicologia Positiva, segmento criado pelo psicólogo americano Martin Seligman. Trata-se de uma abordagem que busca trazer aos pacientes mais qualidade de vida, por meio de técnicas focadas no otimismo e na compreensão de que desafios são importantes para o crescimento pessoal.
Educar pessoas, na esfera familiar, na escola ou em outros espaços de formação, é um grande desafio para os envolvidos no processo. Afinal, a educação infantil e dos jovens cidadãos é um dos pilares centrais em uma sociedade.
Assim, a educação positiva é justamente uma opção para instrumentalizar e trazer equilíbrio a esse cenário que, muitas vezes, oscila entre extremos.
Com base na disciplina positiva, teoria anterior, mas amplamente aderente à Educação Positiva, procura-se estabelecer limites claros, ao mesmo tempo em que há o incentivo da autonomia. Busca-se analisar o comportamento demonstrado, as motivações, para abordar a atitude de forma assertiva, de forma a valorizar as qualidades humanas positivas do educando.
Dessa maneira, o desenvolvimento pessoal ocorre com práticas focadas no respeito, no afeto, na compreensão e no aprendizado mútuo.
Fundamentos da educação positiva
O dia a dia de um pai ou mãe tentando educar um filho é, muitas vezes, difícil, e o sentimento de estar perdido é comum. O mesmo pode acontecer com educadores.
Isso porque educação é coisa séria, uma atividade complexa que deve ser realizada com o máximo de responsabilidade. No entanto, não há um manual ou receita que resolva tudo.
Assim, pais se perguntam diariamente: “como educar meu filho?”.
O que a educação positiva agrega para o contexto parental é uma consciência crítica de como as suas ações e emoções impactam nas atitudes tomadas pelas crianças.
Além disso, essa abordagem leva a pensar como um processo educacional colaborativo entre pais e filhos ou entre educadores e educandos funciona melhor.
Confira alguns dos princípios centrais da educação positiva:
Gentileza e firmeza
A educação positiva compreende que aos métodos autoritários falta gentileza e aos métodos excessivamente permissivos falta firmeza, portanto gentileza e firmeza ao mesmo tempo são o equilíbrio.
Isso porque a gentileza é uma demonstração de respeito ao outro e a firmeza é mostrar respeito por nós mesmos em relação a esse outro, ou seja, uma dinâmica de respeito mútuo.
Envolvimento dos sujeitos na solução de problemas
É essencial incluir as crianças, bem como os estudantes, nas decisões e soluções de problemas. Isso traz um sentimento de pertencer, de ser importante. Nesse contexto, é preciso criar espaços para ouvir, ceder a palavra e levar o outro a sério.
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Ser ouvido e valorizado nas suas proposições importa muito num contexto em que, normalmente, o espaço de propor fica centrado e restrito à figura de pais e professores.
Como fazer a educação positiva?
Vários autores, incluindo Jane Nelsen, escreveram livros que são guias práticos para pais e profissionais em geral interessados no desenvolvimento humano, em especial o infantil. Algumas dicas importantes são:
1.Estabeleça regras claras
A educação positiva tem como um dos seus pilares a existência de regras, já que ensinar disciplina é fundamental para a vida em sociedade.
Não se trata simplesmente de impor limites, mas de fazer acordos que devem auxiliar o aprendizado sobre resiliência.
Assim fica claro que, muito além de obedecer, é necessário ter responsabilidade. Emocionalmente, é também um componente que proporciona o desenvolvimento de um mecanismo para lidar com consequências em situações difíceis e frustrações.
A educação positiva envolve muito equilíbrio, mas jamais permissividade.
2. Repreenda as atitudes inadequadas
Comportamentos que violem os limites acordados devem ser repreendidos, mas a crítica deve ser direcionada às atitudes e não à pessoa.
É importante orientar uma reflexão sobre as más ações, para que uma consciência crítica do erro seja formada. É preciso entender que há limites e que não respeitá-los traz consequências.
No entanto, a situação do erro jamais deve ser gatilho para humilhações e isolamentos.
Castigos são imposições, um jogo de poder, e, frequentemente, trazem a violência para a dinâmica das relações. Crianças educadas nessa lógica aprendem a obedecer, a se submeter e não a confiar, nunca olhar para suas ações, suas escolhas, responsabilizando-se por elas.
A educação positiva é não violenta, baseada em comunicação não violenta, e encarrega a pessoa envolvida nesse processo educacional de aprender a monitorar o próprio comportamento.
Leituras imperdíveis!Florescer – Martin Seligman (2011)Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais – Marshall Bertram Rosenberg (2006) |
3. Aja de forma exemplar
Adultos também devem cumprir a sua parte do acordo, buscando o autocontrole e a responsabilidade que esperam dos outros.
Assim, evitar mentiras, chantagens e quaisquer ações que enviem uma mensagem equivocada é importante para que as técnicas funcionem.
Na prática, é o conceito de “ser exemplo”. No cenário parental, essa é uma lógica que pode ser transmitida aos outros membros da família. Afinal, as crianças costumam reproduzir práticas que observam no seio familiar e em outros contextos sociais em que circulam.
Os valores e as ações devem ser fomentadas e seguidas por todos os envolvidos no processo.
4. Estimule o otimismo
Não é à toa que a educação positiva traz no nome a positividade.
É crucial incentivar e enfatizar os aspectos positivos do desenvolvimento humano para desenvolver uma atitude positiva diante da vida. Uma ação, um avanço devem ser reconhecidos com otimismo, para que se desenvolva o senso de dedicação e o desejo pessoal de cumprir os acordos.
Isso impacta na esfera da afetividade também. Crianças dependem da aceitação dos pais, de forma que elogiar e enfatizar o lado positivo das coisas, mesmo em um contexto adverso, é benéfico.
O mesmo deve ser pensado para o ambiente escolar. A falta de interesse, o engajamento e a insatisfação com encaminhamentos da sala de aula são elementos que contribuem ao elevado índice de evasão escolar.
Considerando o cenário nacional de educação, em que muitos fatores desestimulantes são um entrave para a permanência na escola, o incentivo, o acolhimento e o reconhecimento podem ser cruciais para uma mudança positiva.
5. Dialogue sempre
A comunicação é essencial para a educação positiva. Por essa razão, estabelecer o diálogo como base do relacionamento é crucial.
É preciso comunicar o motivo de determinadas ações e regras, orientar uma reflexão constante nesse sentido, mas também é muito importante ouvir.
A educação positiva tem alcançado sucesso pela sua aplicabilidade no dia a dia de pais, professores ou outros profissionais envolvidos no desenvolvimento humano. Já existem até mesmo pesquisas indicando resultados positivos na prevenção de sintomas da depressão.
A Psicologia e a educação positiva
Diante de uma sociedade com números alarmantes sobre problemas de saúde mental, a Psicologia tem sido um porto seguro fundamental para que as pessoas possam reorganizar as emoções e atitudes não apenas com relação a si, mas no trato com os outros, com a vida em sociedade.
No entanto, o auxílio de psicólogos no desenvolvimento de uma pessoa deve estar além da avaliação e do tratamento de patologias.
Dessa forma, psicólogos que tenham interesse no desenvolvimento humano podem se especializar em Psicologia Positiva e ter conhecimento aprofundado no tema e nas ferramentas desse segmento.
Com o curso de especialização é possível abrir uma nova área de atuação, obter mais destaque profissional, mas, sobretudo, alcançar mais um instrumento de análise para a sua prática, tanto no contexto familiar e educacional quanto em outros espaços de formação.
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