Conheça 3 formas de avaliar a estabilidade global da estrutura

A avaliação da estabilidade global das estruturas de uma construção é uma medida que deve ser realizada para assegurar segurança aos usuários e obter dados que permitam a melhoria da performance do aspecto estrutural.

Na construção civil, graças aos estudos e cálculos potencializados em grande medida pelas novas tecnologias, é possível realizar o dimensionamento das estruturas e entender os deslocamentos que ocorrem pelas ações horizontais e verticais, impactando o equilíbrio final das edificações.

Na engenharia, o estudo da estabilidade global das estruturas tem ganhado relevo devido à crescente tendência de construções cada vez mais elevadas e otimizadas em múltiplas frentes do desenvolvimento, mas que preservam a qualidade em segurança estrutural diante do estado limite último.

Além disso, os colapsos prediais amplamente noticiados têm contribuído para que o planejamento de estruturas, do qual a análise é uma parte, seja realizado e considerado como um importante foco de atenção em diferentes portes de edificações.

Neste artigo, abordamos como e quais são as principais formas para avaliar a estabilidade global das estruturas. 

Qual é a importância de avaliar a estabilidade global das estruturas?

Todo projeto construtivo está regido por necessidades de sustentação e várias normas técnicas que precisam ser atendidas para garantir qualidade, conforto, funcionalidade, segurança e vida útil. No caso das estruturas, uma das normas mais centrais é a ABNT NBR 6118:2014, que traz diretrizes sobre o projeto de estruturas de concreto.

O estudo da estabilidade global das estruturas está contemplado na referida norma e sua importância se justifica como um das medidas iniciais e cruciais para evitar os temidos colapsos estruturais nas edificações.

Existem problemas que se tornam a razão de muitas patologias, e colapsos podem ser identificados e sanados nessa fase do projeto estrutural. São eles:

  • Subdimensionamento estrutural
  • Sobrecarga de vento
  • Excesso de momentos fletores, deslocamentos, deformações

Além de mitigar vulnerabilidades, os cálculos e dados obtidos sobre a estabilidade global da estrutura permitem ao profissional um olhar mais preciso quanto ao que está sendo projetado, dando espaço para mudanças e otimização no lançamento inicial das estruturas, na posição dos elementos e nas informações sobre as cargas.

Falhas corrigidas ou otimizações realizadas na concepção do projeto estrutural podem se traduzir em economia de custos, agregam valor e qualidade ao resultado. Afinal, com a projeção e os detalhamentos bem elaborados, a execução fica mais bem orientada, evitando desacordos, como na resistência dos materiais, por exemplo.

Principais parâmetros para estudo e cálculo da estabilidade global das estruturas

Há muitas maneiras de avaliar a estabilidade global das estruturas, mas antes de conhecer esses parâmetros é preciso entender alguns aspectos relacionados tanto aos tipos de estruturas quanto aos efeitos etc. que servirão de base para os cálculos e a identificação da coerência e adequação da concepção do projeto.

Segundo a NBR 6118, há diferentes métodos de análise estrutural; contudo, na relação tensão versus deformação, quando se trabalha com concreto armado, que é o mais comum no dia a dia das construções, é preciso entender os tipos de análise linear e não linear.

Isso porque o concreto armado mostra um comportamento não linear na relação tensão x deformação – ou seja, a deformação não é constantemente proporcional à tensão aplicada, mas para calcular os deslocamentos da estrutura é necessário considerar a não linearidade do concreto armado associada a uma análise linear. 

Assumir essa complexidade na concepção do projeto estrutural é fundamental para que se tenha uma perspectiva mais realista do que será a obra.

Assim, o estudo da estabilidade global das estruturas, que avaliará o comportamento estrutural total, perante o limite último de instabilidade, deve considerar a não linearidade física e geométrica do concreto armado, já que a perda do caráter estável está ligada às deformações sofridas.

De acordo com a norma da ABNT citada anteriormente, as estruturas podem ser de dois tipos:

Estruturas de nós fixos – γz ≤ 1.1

Os efeitos globais de segunda ordem são mínimos (inferiores a 10% dos respectivos esforços de primeira ordem) então só é preciso considerar os efeitos locais de segunda ordem.

Estruturas de nós móveis – γz >1.1

Os efeitos globais de segunda ordem estão acima dos 10% dos respectivos esforços de primeira ordem, portanto é necessário considerar os efeitos globais e locais.

Confira a seguir os coeficientes ou parâmetros utilizados para avaliar a estabilidade global das estruturas:

1 – Coeficiente γz

Na NBR 6118:2014, a categorização das estruturas quanto à deslocabilidade de seus nós pode ser feita com o parâmetro α e o coeficiente γz. No entanto, o primeiro é limitado a estruturas reticuladas simétricas, sendo que é mais recorrente que sejam assimétricas.

O cálculo estrutural pelo coeficiente γz categoriza a estrutura em nós fixos ou móveis, partindo de uma análise da primeira ordem da edificação, além de indicar os esforços de segunda ordem.

É indicado para estruturas reticuladas de no mínimo quatro pavimentos e o valor de γz, que é o efeito de segunda ordem, precisa ser ≤ 1.1 para a classificação como indeslocável. Se o valor ficar acima de 1.3, a estrutura global é instável.

Fonte: suporte.altoqi .com.br /hc/pt-br/articles/115001155793

2 – Coeficiente pΔ

Especialmente recomendada quando o coeficiente γz ultrapassou a condição γz≤ 1.1, ou seja, estruturas classificadas como nós móveis, esse coeficiente também avaliará os efeitos de segunda ordem.

Esse coeficiente é calculado diversas vezes pelo software, considerando que há um deslocamento de primeira ordem; a partir disso há um de segunda ordem e então várias interações podem ser agregadas, sempre gerando efeitos e cálculos até que seja alcançada a convergência dos valores de deformação do edifício.

Esses valores serão utilizados no dimensionamento dos elementos estruturais, como vigas, pilares e lajes, mas pode ocorrer que a estrutura esteja demasiadamente deslocável, necessitando ser enrijecida e, dessa forma, a convergência de valores não será obtida.

3 – Análise visual

Além dos métodos citados, a análise visual é possível com a tecnologia disponível para cálculos e projetos estruturais. Em programas como Eberick, por exemplo, ao considerar a ferramenta Pórtico Unifilar 3D, obtém-se uma visualização gráfica das deformações e dos elementos na estrutura que precisam ser enrijecidos.

Como foi visto, há vários caminhos para obter dados sobre a estabilidade global das estruturas que orientem melhor as ações na concepção do projetual. 

Contudo, para ter um domínio mais sólido tanto das teorias quanto da prática e do uso de ferramentas, a especialização de nível superior é o melhor caminho para a capacitação. Se você está considerando dar um upgrade no seu perfil profissional e na sua carreira, fale conosco e descubra os cursos do IPOG.

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