Como o Brasil tem se preparado para a quarta revolução industrial

Young man using a digital tablet which is involved in a city network.

A humanidade é movida por ciclos complexos de revolução voltada para a produção de bens e serviços, em nível global. A primeira revolução industrial, iniciada no século XVIII foi puxada pela descoberta da energia obtida pelo vapor, necessária para alavancar o funcionamento de máquinas e potencializar a produção, antes feita de forma braçal.

A segunda teve como protagonista a energia elétrica, e seus benefícios na geração de produtos em larga escala. Já a terceira foi estimulada pela forte presença da tecnologia e teve início em meados do século passado.

Qual o contexto da Quarta Revolução Industrial?

Estamos vivendo em plena fase da Quarta Revolução Industrial, que tem como grande elemento fomentador a hiperconectividade das nações, propiciada pela popularização da internet. Observa-se com isso uma mudança nos sistemas de produção e consumo, além de um forte uso da inteligência artificial.

Inclusive, observa-se hoje a eclosão de smart cities, ou seja, cidades inteligentes, projetadas com ambientes de hiperconectividade, uso intensivo de tecnologia de comunicação e de informação. O conceito de smart cities, ou cidades inteligentes, se define pelo uso da tecnologia para melhorar a infraestrutura urbana e tornar os centros urbanos mais eficientes e melhores de se viver. A ideia ganhou força nos últimos cinco anos e foi impulsionada pela construção do zero de cidades inteligentes como Songdo, na Coreia do Sul, e Masdar, em Dubai.

Amparada a essas transformações, nota-se também a valorização pelo desenvolvimento de fontes de energia renováveis, produtos ecologicamente corretos e com menor impacto ao meio ambiente.

O assunto dominou a reunião do Fórum Econômico Mundial de 2016, em Davos, na Suíça, onde as nações economicamente mais relevantes se reuniram para discutir a forte presença de tecnologias digitais que tem acarretado na mobilidade e conectividade entre pessoas, e na circulação de bens em nível universal.

Mas como o Brasil está encarando essa quarta revolução industrial?

Segundo análise dos especialistas, o Brasil precisa focar seus investimentos nos seguintes quesitos para dar saltos significativos neste novo formato de revolução:

  1. reduzir a desigualdade social
  2. investir mais na educação
  3. manter os avanços sociais alinhados ao aumento da produtividade
  4. integrar mercados regionais
  5. estimular a criação de um mercado digital comum
  6. incentivar o desenvolvimento de produtos provenientes da energia renovável

Para conseguir acompanhar a evolução dos países mais desenvolvidos, o Brasil precisa fazer a sua parte priorizando os itens descritos acima. Segundo especialistas, o país conseguiu reduzir a desigualdade social na última década, mas precisa investir mais pesado em educação e inovação para obter ganhos em produtividade e ampliar sua participação nesta nova economia.

Como o Brasil poderia se preparar para esse momento?

Seria fundamental que o país implementasse políticas públicas eficazes para nivelar por cima o desenvolvimento intelectual da nação, formando com isso um volume maior de mentes preparadas para encarar os desafios tecnológicos e virtuais marcantes dessa quarta revolução industrial. Com isso, o Brasil passaria de consumidor de tecnologia, a produtor de novas soluções tecnológicas, puxando para si uma parte deste desenvolvimento global.

Uma pesquisa realizada pela consultoria Accenture estima que a participação da economia digital no PIB do Brasil saltará dos atuais 21,3% para 24,3% em 2020 e valerá US$ 446 bilhões (R$ 1,83 trilhão). O mesmo estudo aponta que o país precisa manter os níveis atuais de educação e expandir investimentos em novas tecnologias e na geração de uma cultura digital para acelerar ainda mais o progresso. Se o Brasil aplicar recursos ativamente nessas áreas, a consultoria prevê que o segmento econômico poderá movimentar outros US$ 120 bilhões (R$ 494 bilhões) além do previsto.

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Edésio Lopes: Doutor engenharia civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na área de Infraestrutura Viária, onde também obteve o seu mestrado, graduado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). É coordenador do MBA de Infraestrutura de Transporte e rodovias do IPOG; MBA Geociências e Geotecnologias; MBA Planejamento Urbano Sustentável; MBA Executivo em Logística de Distribuição e Produção. É colaborador na IDP engenharia (empresa sediada na Espanha) em projetos voltados para infraestrutura de transportes, logística e mobilidade urbana. Atuou por 9 anos como pesquisador no LabTrans/UFSC em projetos relacionados a infraestrutura de transporte em órgão federias e estaduais. Atuou como professor no setor de Geodésia no departamento de engenharia civil da UFSC e trabalhou no Laboratório de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto em projetos de auxílio à execução de planos diretores municipais.