Entender qual é o propósito dentro de uma organização nem sempre é tarefa fácil. Contudo, antes de falarmos sobre esse tema, existe uma afirmação de Viktor Frankl que propõe uma reflexão muito séria sobre a verdadeira natureza humana.
Cada homem é único e cada vida humana é singular; ninguém é substituível, nem uma vida é repetível.”
Vivemos numa sociedade repleta de debates bem acesos sobre os caminhos a seguir. Devemos ou não defender a vida? Qual vida? Em que condições? Estudos nascem desses debates sobre a cor da pele que mata e a que morre mais, sobre o status social e econômico que mais precisa de ajuda ou a que mais sofre, sobre minorias e grupos minorizados que abandonamos ao longo da história ou que ajudamos a tal ponto que podem se tornar preguiçosos.
Esse é um debate presente em nossa sociedade, mas enquanto não pararmos para pensar sobre o tipo de pessoas que temos e que somos, como poderemos pensar no futuro, o destino ao qual queremos alcançar?
Num clima de instabilidade econômica, política e ambiental, cabe a cada um parar e refletir sobre os caminhos a traçar para aquilo ao que Frankl chamaria de transcendência humana — aquela capacidade de sermos muito mais do que achamos que somos, de manifestar nossas capacidades e habilidades mais profundas, aqueles tesouros latentes e entesourados dentro de nós. Ao fazermos isso seremos capazes de ajudar outros, treinar, capacitar, acompanhar as pessoas que cruzam a nossa vida pessoal e profissional.
Então, a primeira pergunta que deveríamos tentar responder é: qual é a verdadeira natureza humana?
Freud chegou a nos dar a entender que somos atraídos por aquilo que nos dá prazer e fugimos do que nos causa dor. Se assim fosse, porque então tantas pessoas abastadas sofrem de depressão? Bastaria comer fartamente e ter muitos parceiros sexuais para sermos felizes. Contudo não é o que acontece!
Adler fala da busca por autoridade, poder, destaque. Pensávamos, graças a uma leitura equivocada do autor, que bastaria estar em posição de liderança e teríamos alcançado a plenitude. Mas basta vermos que nem todos os políticos, professores, jornalistas e sacerdotes estão felizes com a situação na qual o mundo vive.
Frankl, ao sentir na pele as terríveis crueldades da existência, como prisioneiro 119.104 de campos de concentração como Auschwitz, percebe que há uma realidade superior que lhes permite viver: não é ter poder, nem ter prazer, mas buscar um sentido para a sua existência. Aqueles que eram capazes de encontrar sentido no Campo, ajudando aos demais vieram a ter mais chance de sobreviver do que aqueles que buscavam outras coisas.
Fora do Campo, Viktor Frankl havia percebido isso. As pessoas que conseguem perceber a sua existência como dotada de um sentido — seja pela criação artística ou trabalho, seja pelo amor vivido, ou pelo sofrimento transformado em aprendizado e realização — eram as pessoas com menos chance de se alienarem e perderem num vazio existencial.
Então, reflita comigo, você, leitor desta matéria:
• O que dá sentido à sua vida?
• Para quê faz as coisas que faz?
• É você que faz, ou deixa outros decidirem por você, decidindo não decidir?
• Se qualquer decisão é tua (inclusive a de fazer de conta que não), quem é responsável pela sua vida?
• E se você é o único responsável pela vida que leva, como mudá-la para chegar aos patamares que só você é capaz de chegar?
A vida é o resultado de cada escolha singular de cada momento de nossa existência. Somos livres e também responsáveis por nossas escolhas. É claro, há elementos que condicionam a ação, mas o que fazer perante eles é que nos faz sermos mais que um ser biológico: a capacidade de transpor nossos limites, individuais e coletivos, é muito mais do que uma escolha racional. O ser humano, possuidor de corpo e mente, é muito mais do que isso: o ser humano é um ser transcendente incapaz de se satisfazer com as suas limitações.
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E você, está satisfeito com essas limitações?
Quando percebemos o nosso propósito, percebemos que não o podemos alcançar sozinhos e só há uma saída: abrimo-nos para a possibilidade de nos relacionarmos com outros. Percebemos que o nosso sucesso pessoal e organizacional passa sempre pela relação, pela capacidade de comunicar ativamente com os demais, escutar, para poder inspirar com paixão a nossa equipe.
Comunicação não é mais que a capacidade de encontrar pontos de concordância entre quem somos e quem são as pessoas à nossa volta. Foi isso que Frankl percebeu nos campos de concentração: que o verdadeiro sentido da vida está em estarmos presentes e ajudarmos a cada pessoa que está na nossa equipe a passar juntos os desafios, visando sempre um mundo de vitórias além de cada uma das dificuldades.
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