Cibercrime: como enfrentar e prevenir ataques virtuais?

A rede de criminalidade virtual, ou cibercrime, rompeu limites territoriais e está presente em todo o mundo. As invasões são constantes e a um nível elevado. É um perigo ubíquo, que está espalhado em qualquer lugar e pode invadir diversas mídias, como celulares, computadores, tablets, entre outros dispositivos conectados à internet

De acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2016, 61% da população brasileira usa a internet. São mais de 107,9 milhões de pessoas conectadas que estão vulneráveis ao cibercrime. O levantamento realizado pela empresa de segurança Norton by Symantec, divulgou que mais de 62 milhões de brasileiros foram vítimas de crimes virtuais em 2017.

Tipos de crimes na internet

Invadir um computador com códigos maliciosos para quebrar senhas, roubar e manipular documentos e informações, destruir dados, alterar informações, realizar pedofilia, lavagem de dinheiro, fraudes financeiras, assédios, espionagem, chantagens, entre outros delitos, são práticas criminosas frequentes no ambiente virtual.

O criminoso não precisa estar munido de arma de fogo ou estar presente fisicamente no local do crime. Ele só precisa acessar o seu computador, uma rede, um software ou um hardware. E para isso existem várias formas.

A prática mais comum é por meio de malwares que invadem e-mails, softwares e páginas da internet por meio da técnica de phishing para influenciar o clique em links infectados por vírus.

Tanto o hacker como o cracker possuem habilidades computacionais em nível de profundidade excepcional.  A diferença da nomenclatura, é que o cracker utiliza desse conhecimento para a prática de atividades ilegais em sistemas de computadores interligados à rede. E o hacker pode utilizar da sua capacidade para trabalhar de forma honesta, mas isso também não o impossibilita de praticar o crime, já que detém desse saber. 

Gestão proativa e preventiva contra cibercrime

Para combater e desvendar crimes cibernéticos, os peritos criminais dos Institutos de Criminalística do Brasil realizam as seguintes ações proativas e preventivas:

  • Implantação de novas tecnologias de segurança da informação para prevenir a ação de criminosos digitais;
  • Aquisição ou desenvolvimento de ferramentas computacionais com tecnologia forense para executar exames periciais;
  • Monitoramento mediante mandato judicial de redes de computadores com suspeição de práticas fraudulentas;
  • Direcionamento, estratégia e união de forças de instituições nacionais e internacionais;

Dicas de segurança virtual

Confira importantes atitudes proativas e preventivas que você precisa tomar para melhorar a segurança virtual tanto em ambiente corporativo, como em computadores pessoais:

  • Invista em segurança da informação: é uma ação preventiva para proteger dados, arquivos e informações que estão em algum dispositivo ou até mesmo em nuvem. Conscientize todos os usuários da mesma rede sobre a importância de acessar a internet de forma correta. Em empresas, implante políticas de segurança e planos de contingência.
  • Faça o inventário digital: essa dica pode ser mais utilizada em ambiente corporativo. Mapeie e faça uma listagem detalhada de todos os equipamentos em uso para monitoramento e verificação de possíveis ameaças.
  • Crie senhas seguras: opte por senhas mais complexas com números, letras e caracteres especiais e não use a mesma chave de segurança para acessar várias contas virtuais.
  • Tenha cuidado com e-mails e sites: acesse links e mensagens eletrônicas de fontes confiáveis e conhecidas. Faça downloads e transações comerciais em sites com boa reputação.
  • Instale um antivírus de confiança e ative o firewall: instale e mantenha o antivírus atualizado para verificar e bloquear ameaças e eliminar vírus. Ative o firewall para impedir a invasão de códigos maliciosos.
  • Faça backup periodicamente: a melhor proteção para evitar a perda de arquivos e dados é realizar regularmente cópias de segurança dos dados em HD’s ou servidores remotos.
  • Execute as atualizações de segurança: mantenha o sistema operacional e softwares atualizados para evitar a vulnerabilidade do programa e proteger das ameaças.
  • Utilize redes Wi-Fi seguras: redes para acesso à internet podem estar infectadas. Por isso, acesse e realize transações financeiras em redes confiáveis.
  • Monitore e tenha senso crítico de uso: verifique constantemente as aplicações e utilize a internet com sabedoria. Tenha cuidado com promoções ‘incríveis’, premiações, descontos e outro tipo de ação que possa ser fraudulenta. Nunca cadastre seus dados pessoais e bancários em sites não confiáveis e nem envie por e-mail.

Diante do número expressivo de ataques cibernéticos, vivenciamos uma carência de peritos especializados para desvendar esse tipo de crime. Para combater o cibercrime, o perito digital precisa ter formação superior na área de computação, tecnologia da informação ou outras áreas afins e uma atualização constante do conhecimento por meio de treinamentos e especializações na área de computação forense para acompanhar as novas tecnologias, investigar o crime digital e identificar o cracker.

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Walber Pinheiro: Doutorando em Ciências da Informação pela Universidade Fernando Pessoa em Porto (Portugal) e coordenador do curso de Computação Forense e Perícia Digital do IPOG.