Business Partner: quem é esse profissional com foco em negócios e estratégias
Foi no final da década de 1990 que David Ulrich, professor universitário americano, lançou seu famoso livro Human Resources Champions, trazendo relevo para a função do business partner no âmbito dos recursos humanos, um profissional vital para as empresas que desejam crescer de forma eficiente.
Sendo a Gestão de Pessoas um campo que atravessa diversas transformações ao longo do tempo e que impacta rapidamente nos resultados de uma organização, David Ulrich inovou ao propor a aproximação do setor de recursos humanos com a área de negócios.
No entanto, muita gente ainda tem dúvidas sobre o papel do business partner, suas atribuições e como esse profissional é um parceiro estratégico e diferenciado para as organizações do mundo atual.
Se você tem curiosidade sobre o que é um business partner ou sonha em ascender profissionalmente investindo em formação para essa função, siga a leitura deste artigo!
O que é um business partner de recursos humanos?
Business Partner de RH é um consultor interno responsável pela gestão inteligente de pessoas alinhada às estratégias de negócio de uma empresa. Ele atua como mediador entre a alta gestão da empresa e as diversas equipes, visando potencializar os resultados do negócio.
O business partner é o chefe do RH?
É um verdadeiro desafio para as empresas definirem com clareza as atribuições de cada cargo, mas a resposta da questão é não. Um business partner é um consultor do executivo, mas não um chefe do departamento de RH. Ele está além do escopo burocrático e das práticas tradicionais do setor de human resources.
É verdade que esse profissional precisa ter conhecimento sobre pessoas, negócios e processos dessa interface, mas a sua atuação é justamente enquanto mediador e gestor estratégico.
Quais as atribuições do profissional business partner?
O objetivo central de ter um business partner na empresa é que este seja um canal de potencialização da performance e do aumento da eficiência organizacional. Trata-se de mover as práticas e metas dos recursos humanos para que elas sejam elementos de apoio às estratégias e objetivos do negócio.
Diante dos desafios do mercado atual, nas empresas em que um dos pilares essenciais são pessoas há uma demanda por assertividade que só é possível de ser alcançada com alinhamento, clareza de processos, desenvolvimento e valorização do componente humano.
Assim, o business partner deve:
- Analisar demandas, métricas e resultados da empresa no eixo negócio-pessoas com o objetivo de planejar e propor soluções (contratação, treinamento, reorganização do ambiente de trabalho, de lideranças, uso de tecnologia etc.);
- Definir para as equipes estratégias que suportem e resultem no alcance de resultados previstos nas estratégias de negócio. Nesse sentido, o profissional deve conhecer em detalhes estratégias financeiras, comerciais, de marketing etc. do local em que trabalha;
- Mediar a relação da alta gestão com as equipes de forma assertiva, buscando soluções que contemplem ambos os lados e gerando alianças consistentes;
- Capacitar as equipes com treinamento, coaching etc. para atingir alta performance com foco no negócio, na qualidade e no bem-estar, além de contribuir para o desenvolvimento das lideranças;
- Prever riscos e gaps que impactam nos resultados e nos pilares da empresa;
- Avaliar as práticas implantadas oferecendo feedback em duas vias tanto para os colaboradores quanto para o executivo.
Como é o mercado para o BP?
Gradualmente, as empresas, em especial as grandes, estão compreendendo a necessidade de ter um business partner como uma chave para ter vantagem competitiva e assertividade na hora de tomar decisões. Por essa razão, a demanda por esse profissional cresceu ou têm acontecido migrações internas nas organizações.
As empresas que já sabem o que é esse tipo de consultor interno têm buscado pessoas dinâmicas, antenadas nas tendências e capazes de adotar um modelo de gestão que considere o perfil, a cultura organizacional e as práticas e políticas de RH específicas da organização.
No entanto, um desafio ainda existente no mercado é com relação às atividades que o business partner precisa exercer. Espera-se, entretanto, que com o amadurecimento das organizações e das capacitações essa delimitação fique mais clara.
Quanto ganha um business partner?
A remuneração desse parceiro de negócio está atrelada ao escopo do trabalho a ser realizado, isto é, há BP encarregado de uma única unidade e outros que são contratados para o gerenciamento de várias filiais.
Isso reflete nas discrepâncias existentes entre as remunerações para o BP. Segundo o site Glassdoor, o salário de um consultor interno varia de R$ 3.000 a R$ 11.000.
Qual a qualificação necessária para um business partner?
Psicólogos, administradores, analistas de RH e profissionais de áreas afins são os mais contratados para essa função. As habilidades e qualificações que aparecem nos processos de recrutamento de um consultor interno são diversas, porém seguem uma linha. Isso não significa que líderes não possam buscar formação para esse cargo.
Para concorrer a uma vaga como business partner é necessário ser graduado, de preferência nas áreas acima citadas, e possuir certificações diversas, a exemplo de recrutamento e seleção, subsistemas de RH etc.
Além disso, é importante se capacitar para ser um executor, para treinar e desenvolver pessoas, conhecer tecnologia para negócios, processos e pessoas, temas transversais, porquanto esse profissional é essencialmente generalista.
Nesse cenário, vale a pena fazer também um plano de carreira, que vai permitir mapear quais áreas de formação ainda carecem de investimentos.
E falando em investir, um diferencial de capacitação imprescindível que pessoas de olho em um cargo de consultor interno devem buscar é a Pós-graduação. Essas especializações podem ser nas áreas de:
Investir em formação na área de negócios também ajuda a refinar o olhar para as necessidades do mundo dos negócios. Afinal, para contribuir ativamente para uma empresa coesa, forte, focada em resultados e uma equipe de alta performance, com menos rotatividade, o conhecimento de gestão de negócios é crucial.
Em 2016, a consultoria de benchmark CEB apontou que empresas com consultores internos eficientes podem ter um aumento de 10% na receita. Além disso, essas empresas podem alcançar 9% a mais em lucros. Ou seja, ter ou ser um business partner pode fazer realmente a diferença.
Você tem as habilidades para ser um business partner?