A terapia cognitivo-comportamental como opção no tratamento de jovens com ansiedade
A ansiedade entre crianças e adolescentes já é uma realidade. Fernando Asbahr, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma, a partir de pesquisas e dados estatísticos sobre o tema, que cerca de 10% deles sofrem com o transtorno.
Muitas vezes, os sintomas são negligenciados pelos pais por confundirem o distúrbio com o estado normal de ansiedade, mas os transtornos, quando o caso se torna patológico, vão além de uma simples apreensão, podendo apresentar falta de ar, enjôo, insônia, crises prolongadas de choro, pensamentos suicidas, etc.
Além disso, existem diversos tipos de transtornos de ansiedade, não sendo recluso apenas ao que entendemos pelo nome.
Desse modo, a terapia cognitivo-comportamental, ou simplesmente TCC, é uma das soluções adequadas para o tratamento de ansiedade. Essa vertente da psicologia acredita que os transtornos emocionais são decorrentes do modo como interpretamos os eventos da vida.
Para entender mais sobre o tema, desenvolvemos este artigo! Nele, você irá entender como ocorreu a popularização da ansiedade entre os jovens, os sintomas e os benefícios da terapia cognitivo-comportamental.
A popularização da ansiedade entre jovens brasileiros
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou dados afirmando que 9,3% da população brasileira está diagnosticada com algum tipo de transtorno de ansiedade.
Nesse ponto, é importante salientar que o assunto tem ganhado cada vez mais destaque, tirando o estigma que carregava. No caso dos jovens e adolescentes, devido à disseminação de informação, os pais puderam enxergar que crises de ansiedade não são apenas momentos e, sim, uma patologia.
A adolescência é um período suscetível ao desenvolvimento de transtornos dessa configuração. É o momento de rompimento com o comportamento de criança, ao mesmo tempo que sentimentos novos estão surgindo. É quando um ser humano começa a entender quem ele é no mundo.
Somado a isso, ainda tem as mudanças físicas, os interesses e, principalmente, as cobranças e as responsabilidades.
As redes sociais são impulsionadores para os quadros de ansiedade
Existem diversas causas quando falamos em motivadores para o desenvolvimento da ansiedade. Além dos já conhecidos, o século XXI e a revolução tecnológica impulsionaram esse cenário com as redes sociais.
A ansiedade está atrelada ao medo do incerto e dos eventos futuros. Por isso, a comunicação rápida e a exposição ao cotidiano surgem como uma nova fonte de angústia.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o psiquiatra infantil e professor da Universidade McMaster, Roberto Sassi, diz que “os mais jovens têm de enfrentar hoje coisas inimagináveis no passado, como a exposição e a permanência nas redes sociais daquilo que eles fazem e falam”. Esse estado de alerta faz surgir a ansiedade.
Além disso, a exposição exagerada potencializa sentimentos negativos como a comparação. Perceber que os seus amigos se encaixam no padrão esperado e aparentam ter uma vida considerada “perfeita” faz com que o adolescente se sinta triste.
Nesse ponto, é importante lembrar que esse público é mais preocupado com julgamentos e aceitação do que a fase adulta. Desse modo, pertencer a grupos é um ponto de preocupação constante.
Quais são os tipos de transtornos de ansiedade existentes?
O transtorno de ansiedade é caracterizado pelo mal-estar físico e psíquico, gerando uma série de sintomas para aqueles que são diagnosticados com a doença.
É comum que as pessoas associem os transtornos de ansiedade somente ao sentimento de inquietação com um evento próximo ou futuro, no entanto, existem mais de 15 tipos possíveis. Por esse motivo, a palavra se apresenta no plural.
Alguns dos tipos de transtornos de ansiedade são:
- transtorno de ansiedade de separação;
- mutismo seletivo;
- fobia específica;
- fobia social;
- agorafobia;
- transtorno de pânico;
- transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
- transtorno de ansiedade induzido por substâncias/medicamentos;
- transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
- transtorno dismórfico corporal;
- transtorno de acumulação;
- tricotilomania;
- transtorno de escoriação;
- transtorno de estresse pós-traumático (TEPT);
- transtorno misto ansioso e depressivo (TMAD).
Para ter o diagnóstico correto e conseguir conter os sintomas, é preciso ajuda profissional a partir do processo terapêutico.
Caso essa ajuda seja especializada na área, é ainda mais eficaz, já que o psicólogo terá maior conhecimento dos desdobramentos e, portanto, mais sucesso no tratamento.
Sintomas de transtornos de ansiedade em jovens
Como mencionado, “transtornos de ansiedade” englobam mais de uma desordem. Por esse motivo, a depender da patologia, os sintomas podem ser distintos.
Contudo, alguns indícios se repetem na maioria dos transtornos de ansiedade. Em geral, esses sintomas estão ligados às alterações nas emoções e comportamentos desses jovens.
Preocupação em excesso
Se preocupar em demasia com questões futuras é um sintoma comum nos transtornos de ansiedade, principalmente com decisões importantes. Qual curso devo escolher? Será que vou conseguir passar no vestibular? Será que serei um bom profissional? São algumas das preocupações comum à época.
Na adolescência, em especial, existe a preocupação em ser aceito e pertencer a algum grupo. Por isso, estar dentro dos padrões e corresponder às expectativas dos amigos e familiares é uma grande angústia para os adolescentes.
Medos irracionais
O medo e a ansiedade andam lado a lado. É comum em casos de transtornos de ansiedade ter medos desproporcionais à situação.
Ter medo de não ser bom o suficiente, pânico de ficar sozinho ou de andar na rua, medo de fracassar, de não ser aceito ou de estar perdendo algo são comuns no cotidiano de quem sofre com o problema.
Em geral, pessoas ansiosas tendem a ser muito autocríticas e não se sentem à altura de realizar atividades. A ansiedade e o medo podem refletir na autoestima, rebaixando-a e deixando a pessoa excessivamente insegura.
Pensamento obsessivo
O pensamento obsessivo é o ato de não conseguir controlar o que se passa na mente e, em geral, essas considerações são angustiantes, como o medo sobre o futuro, autocrítica, não ser bom o bastante.
Esse tipo de pensamento ocupa a cabeça de qualquer pessoa, no entanto, para quem sofre com o transtorno, se forma uma espécie de ciclo repetitivo associado ao sintoma anterior, o medo irracional.
Sintomas físicos
É comum que essas sensações venham acompanhadas de sintomas físicos, como tremores, falta de ar, suor excessivo, taquicardia, náuseas, diarreias, etc.
Além desses sintomas, também é característico:
- sensação de que algo ruim vai acontecer;
- dificuldade de concentração;
- irritabilidade;
- agitação de pernas e braços;
- dor no peito;
- boca seca;
- tensão muscular;
- pânico incontrolável;
- sensação de morte;
- tonturas;
- problemas gastrointestinais;
- ranger os dentes de forma inconsciente (bruxismo) e outros.
É preciso deixar claro que esses sintomas podem aparecer em qualquer pessoa em momentos de ansiedade. O que muda diante de quem possui a patologia é que os sintomas surgem de forma exagerada, causando desordem profunda.
Em situações mais graves, os pacientes deixam que o medo tome conta e preferem não realizar tarefas cotidianas, como entrar em um avião, se apresentar em público ou iniciar conversas.
A terapia cognitivo-comportamental como tratamento para a ansiedade
A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem da psicologia muito utilizada para o tratamento daqueles que sofrem da patologia. Ela tenta identificar sentimentos e padrões de pensamento, que orientam cada comportamento aflitivo do paciente e modificam as percepções sobre o mundo e a vida.
Nem todo sentimento de ansiedade é negativo
Porém, antes de entender como essa modalidade irá influenciar no tratamento da ansiedade, é preciso saber que a ansiedade não é vista pela psicologia como algo inteiramente negativo.
Esse sentimento, na verdade, pode ser um motivador para realizar atividades do dia a dia, como ir atrás de um objetivo. Desse modo, elementos que trazem senso de urgência fazem com que a ansiedade impulsione o indivíduo para a ação.
Os profissionais precisam entender isso para que o diagnóstico correto seja aplicado. Nem toda ansiedade para um evento é patológica, assim como a sudorese nas mãos não indica a possibilidade de ter um transtorno.
O medo é um sentimento importante para o ser humano, através dele é que nos mantemos em alerta e conseguimos fugir de situações de perigo.
Ademais, é importante que os pais participem da vida dos filhos, estejam atentos aos seus comportamentos e se mostrem abertos para a conversa. Assim, se torna mais fácil entender quando um comportamento normal começa a se tornar uma doença.
Como a terapia cognitivo-comportamental age no sujeito
A partir de técnicas, o profissional especializado em terapia cognitivo-comportamental irá modificar a forma como o paciente enxerga os acontecimentos do cotidiano, fazendo com que ele aceite seus defeitos.
O caminho é mudar a forma como o paciente pensa para que então ele consiga mudar também o seu comportamento, e a forma como enfrenta as situações que possam ser ansiogênicas.
O tratamento é feito em casa e no consultório. Em geral, as sessões de terapia são acompanhadas de atividades que podem ser feitas em casa, como refletir sobre determinadas ações e tentar reprogramar o pensamento no momento de crises.
A principal função do terapeuta é educar o paciente e fazê-lo entender como aquilo está afetando a sua qualidade de vida e como fazer para agir sobre isso.
O tratamento é indicado para todos os tipos de transtornos de ansiedade.
A terapia cognitivo-comportamental é diferente da psicologia positiva
Apesar de similares no modo de pensar, as duas modalidades são diferentes. A terapia cognitivo-comportamental tem uma tradição mais consolidada quando falamos em tratamentos de transtornos mentais.
Além disso, essa terapia surgiu antes, desse modo, a psicologia positiva traz alguns aspectos do TCC, causando confusão.
Lidar com pessoas é uma responsabilidade grande, ainda mais quando estamos falando de mexer com a forma que ela enxerga e gere suas demandas emocionais. Por esse motivo, é crucial que o profissional seja habilitado nesse tipo de tratamento, compreendendo suas técnicas e teorias.
Conheça a especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG)
A terapia cognitivo-comportamental pode ser aplicada em diversos tipos de transtornos. O profissional especializado em TCC pode ofertar ao público um arsenal de técnicas que proporcionarão o alívio de demandas emocionais e comportamentais.
A pós-graduação do IPOG possui três módulos dedicados à aplicação dos conhecimentos adquiridos. Um deles é focado à Gestão de Carreira e Consultórios, tema que, em geral, não costuma figurar na grade curricular de outras instituições de ensino.
No curso, você irá aprender as principais técnicas desse tipo de abordagem, além de propiciar experiências práticas através de vivências e estudos de caso ao longo do curso.
Confira algumas matérias que compõem a grade curricular do curso:
- Terapia Cognitivo-Comportamental: dos Fundamentos ao Tratamento;
- Técnicas Comportamentais e Cognitivas de Intervenção: Ferramentas Práticas para Reestruturação Cognitiva e Modificação de Comportamento;
- Psicopatologia na Perspectiva Cognitivo-Comportamental: Conceituação Cognitiva, Modelos Comportamentais e Neurociências;
- Habilidades Terapêuticas – Avaliação Inicial: Estruturação da Sessão Psicoterápica e Desenvolvimento da Relação Terapêutica;
- Desenvolvimento Integral do Potencial Humano;
- Psicofarmacologia: Interações entre Tratamento Medicamentoso e Tratamento Psicoterápico;
- TCC Aplicada ao Tratamento de Vícios e Compulsões: Dependência Química, Dependência Digital e dos Jogos;
- TCC nas Intervenções em Diversos Transtornos de Ansiedade: Técnicas de Manejo da Ansiedade, Intervenções em Comportamentos Complexos e Gerenciamento de Estresse;
- Gestão de Consultório, Gerenciamento de Carreira e Marketing Pessoal e outros.
Ter uma especialização em um mercado concorrido como o da psicologia garante o diferencial competitivo frente ao mercado.
Por esse motivo, é imprescindível ter esse tipo de curso no plano de carreira. Um profissional de sucesso está sempre se atualizando com as tendências do mercado e sabe que sempre haverá mais para aprender.
Para se informar mais sobre o nosso curso em Terapia Cognitivo-Comportamental, entre em contato conosco!
Gostou do artigo? Esse e muitos outros assuntos, você pode conferir no blog do IPOG!
IPOG – Instituto de Pós-Graduação e Graduação
Instituição de ensino reconhecida no mercado, o IPOG fará total diferença no seu currículo. Afinal, de que vale ter uma certificação se o local não é valorizado por recrutadores e executivos?
O IPOG conta com diversos cursos de ensino superior e tem em seu quadro de docentes professores de excelência e renome no mercado. A proposta do IPOG é de um ensino humanizado, que estimule o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno e otimize o seu plano de carreira.
O Instituto está presente em todos os estados do país e no Distrito Federal. Ele cumula quase 20 anos de experiência na formação de grandes especialistas.
Os projetos pedagógicos realizados na instituição são diferentes dos já existentes no mercado. Isso fez com que alcançássemos o status que tem hoje.
Não deixe de investir no seu futuro e se tornar o profissional que sempre sonhou!